Escolas de Vitória já podem acionar botão do pânico até em situações de troca de tiros nas redondezas

Com o investimento de R$ 378.516, em um contrato previsto para 12 meses, as escolas municipais de Vitória já podem acionar o prometido "botão do pânico", que foi entregue em uma solenidade ocorrida nesta terça-feira (17).

O custo mensal de cada dispositivo é de R$ 286,75. Ele conta com sistema que poderá ser utilizado em momentos de risco, que incluem possibilidades de ataques ou até mesmo situações de trocas de tiro nas redondezas das unidades de ensino. A ideia é, com o aparelho, garantir maior segurança e tranquilidade aos estudantes e profissionais da rede municipal.

Os dispositivos de segurança preventiva contam com tecnologia GPS, e foram entregues aos diretores dos 49 Centros Municipais de Educação Infantil (Cmei) e 54 Escolas Municipais de Ensino Fundamental (Emef), além dos cinco Centros de Ciência, Educação e Cultura (CCEC): Escola da Ciência, Biologia e História; Escola de Física; Escola de Inovação; Planetário; e Praça da Ciência.

Os botões do pânico foram entregues aos diretores já habilitados para funcionar. A solenidade contou com a presença do prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini, da secretária de Educação, Juliana Rohsner, e do secretário de Segurança Urbana, Amarilio Luiz Boni, além de outras autoridades municipais.

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Como funciona o botão

Os profissionais ficarão o tempo todo com o equipamento. Em caso de necessidade, para acionar a Guarda Civil Municipal de Vitória (GCMV), basta apertar o botão SOS, segurando por três segundos.

A partir do momento em que é acionado, o dispositivo de segurança estabelece uma comunicação com a Guarda, enviando o áudio da situação que estiver ocorrendo na unidade de ensino.

Quando acionado, uma viatura é enviada rapidamente ao local da situação de risco, já que o dispositivo conta com localização em tempo real por meio de GPS. O botão também conta com áudio e será possível ouvir o que está se passando com exatidão.

O que dizem as autoridades municipais

De acordo com o prefeito, Lorenzo Pazolini, o objetivo é trazer segurança para que os alunos da rede municipal tenham mais tranquilidade para aprender.

"Reitero e agradeço pelo trabalho desenvolvido em nossas 103 unidades de ensino. A Educação é elemento efetivo de transformação social. Muito mais do que um dispositivo para ser acionado, são critérios, elementos e a busca pela vida. Nosso objetivo é trazer segurança para que nossos estudantes tenham mais tranquilidade para aprender. Nosso município é o único que dispõe, em 2023, desse equipamento para auxiliar as unidades de ensino", afirmou.

Para a secretária de Educação de Vitória, Juliana Rohsner, o que há nas unidades de ensino é o que existe de mais precioso: as vidas dos servidores e dos estudantes.

"A gente já vem trabalhando com essa perspectiva desde o ano passado. É um momento que precisamos cuidar das pessoas. Trabalhamos com alguns eixos, um deles é a segurança, outro é a infraestrutura física, reforçamos o caixa escolar, pensando em pontos de vulnerabilidade, em como poderíamos cuidar disso. O terceiro eixo compete a nós, à Educação. Esses ataques têm em comum violências anteriores. Temos como foco a construção de uma cultura de paz nas unidades de ensino, por meio da metodologia da comunicação não-violenta", afirmou.

Segundo Rohsner, todos os ataques contam com histórias de violências prévias. 

"Precisamos saber como estão lidando nas escolas com temáticas como o racismo, homofobia, bullying e questões que não podem ser corriqueiras. Estamos conversando sobre isso para entender nossa responsabilidade como educadores e como cultivar uma cultura de paz", destacou a secretária.

Para o secretário de Segurança de Vitória, Amarílio Boni, o objetivo é trabalhar de forma integrada com a Educação, pensando estratégias e ações da Guarda Municipal, que é uma parceira das unidades de ensino.

Ao ser questionado pela reportagem da TV Vitória, o secretário afirmou que, ao ser acionado o botão, uma central de informações receberá aviso sonoro, além de um alerta luminoso vermelho. "A partir daí, a equipe que estiver no local vai conseguir captar e rapidamente se deslocar. Isso vai, seguramente, ajudar a dar velocidade a uma resposta", disse.

Segundo ele, os últimos ataques (em Jardim da Penha, Colatina e Aracruz) chamaram a atenção. 

"Estaremos mais preparados caso aconteçam novos casos, o que não esperamos que aconteça. A Secretaria de Segurança está em diálogo com a de Educação, para que haja qualidade no atendimento. O protocolo de treinamento está sendo trabalhado e mais para frente poderemos apresentar", disse.

Como as escolas veem a entrega

A contratação do serviço tem por objetivo a prevenção da violência nas unidades de ensino de Vitória, possibilitando uma resposta imediata por parte dos agentes da Guarda e da Polícia Militar.

"É um momento de agradecer todos os instrumentos usados para a segurança dos nossos servidores e das nossas crianças. O botão é muito bem-vindo, mas nós acreditamos nas escolas para mudar essa realidade e construir uma cultura de paz", disse Fernanda Moraes, diretora do Cmei TI Menino Jesus.

Para Rúbia Xibili, diretora da Emef Suzete Cuendet, o botão representa uma ferramenta de apoio ao trabalho dos profissionais da Educação. 

"Tomara que a gente não tenha necessidade de usá-lo. É uma ferramenta para apoio ao nosso trabalho, mais uma possibilidade de segurança para somar às nossas ações", disse.