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Geral

Desigualdade digital: o desafio de acessar a internet nas regiões mais afastadas

Vulnerabilidade econômica e territorial limitam o acesso à internet e desigualdade de acesso cresce em regiões afastadas.

Dino - Divulgador de Noticias
audima
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Foto: Divulgação/DINO
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Ao final de 2019, o Brasil possuía cerca de 39,8 milhões de pessoas sem nenhum tipo de conexão com a internet. O número corresponde a 21,7% da população com idade superior a 10 anos. Tais dados foram obtidos a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad C), cujo levantamento foi realizado no 4o trimestre daquele ano, e compartilhado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Logo após a publicação deste estudo, no ano seguinte o mundo teve que lidar com um novo desafio: superar as adversidades causadas pela pandemia da COVID-19, que obrigou todo mundo a recorrer aos recursos digitais. 

Esta mudança teve efeito significativo na vida de milhões de pessoas, uma vez que aprofundou ainda mais a desigualdade entre regiões que não possuíam nenhum tipo de acesso à internet, em especial, no Brasil.

Demanda por acesso à internet cresce a cada ano

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A cada dia, o número de pessoas que se conectam à internet no Brasil vem aumentando, segundo o IBGE. Essa alta demanda só tende a crescer, com base nos dados compartilhados. De acordo com uma pesquisa realizada pelo Comitê Gestor da Internet do Brasil, foi exposto que, entre 2020 e 2021, o país alcançou a marca de 152 milhões de usuários ativos (7% a mais em relação a 2019).

Durante o ano de 2016, este número representava 64,7% da população, enquanto em 2017 a marca de 69,8% foi atingida e, em 2018, 74,7%.

A maioria das pessoas (43,8%) que não possuem acesso à internet revelou não saber como utilizá-la, enquanto 31,6% admitiram não ter interesse. Essas mesmas pessoas também afirmaram que o custo da conexão é muito alto para elas (11,9%), bem como os equipamentos (6,1%).

De acordo com o estudo, as regiões mais conectadas são:

  • Centro-oeste: 84,6%;
  • Sudeste: 83,8%;
  • Sul: 81,8%;
  • Norte: 69,2%;
  • Nordeste: 68,6%.

Desigualdade de acesso cresce em regiões afastadas

De acordo com uma pesquisa da TIC Domicílios, realizada em 2020, 75% das pessoas que recebem até um salário mínimo não possuem acesso à internet por ser de custo elevado ou por falta de provedores na região. Essas são as principais reclamações quando o assunto é contrato de rede, e se tornam ainda mais evidentes quando é realizado um recorte para as regiões mais afastadas dos centros urbanos.

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Efetivamente, houve um crescimento no número de domicílios com acesso à internet. No entanto, é importante ressaltar que há uma discrepância quando analisamos as classes sociais estudadas. De acordo com dados da Agência Brasil, o número de residências classe C, D e E que possuem acesso à internet é desigual, uma vez que cerca de 90% se conectam apenas através do celular. 

Em especial, uma das principais áreas atingidas pela desigualdade de acesso à internet em regiões mais afastadas dos centros urbanos diz respeito à educação. O censo escolar anual revelou que, entre 2020 e 2021, somente 32% das escolas públicas do ensino fundamental possuem acesso a uma conexão de qualidade capaz de oferecer rapidez e estabilidade. Esse percentual sobe para 65% quando o recorte é realizado para o ensino médio.

Estrutura digital é impactada por precariedade

Como dito de forma breve, as evidências de desigualdade no mundo virtual também são refletidas nos dispositivos que os moradores de zonas periféricas usam para acessar os serviços na internet. 

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Ainda, de acordo com a pesquisa do Instituto Locomotiva, cerca de 83% da população mais rica (classes A e B) possuem computador em casa, os números caem para 44% nas faixas D e E. Quando o recorte se concentra nos arredores dos centros urbanos, o número despenca para 20%. 

Vulnerabilidade econômica e territorial limitam o acesso à internet

A desigualdade digital nos subúrbios brasileiros acompanha o constante crescimento dessas regiões. Atualmente, cerca de 13,6 milhões de pessoas habitam esses locais, movimentando  R$ 119,8 bilhões por ano. Quando possuem internet, geralmente é em baixa velocidade e com uso exclusivo através de smartphones. Estes dados foram obtidos a partir de um levantamento da Fundação Seade e do Cetic.

Tal cenário revela que há desafios a serem contornados tanto em subúrbios quanto em regiões rurais. Em geral, a infraestrutura degradada e a baixa capacidade digital fazem com que essas regiões não sejam atendidas apesar da enorme demanda.

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Vale ressaltar que o direito do acesso à internet para todos é previsto no Marco Civil da Internet (MCI) – ou Constituição da Internet Brasileira. Sendo assim, as dificuldades de acesso nas regiões mais afastadas dos centros representam uma violação de direitos humanos e afetam a possibilidade de surgimento de novos projetos digitais para esses públicos.

Internet se tornou essencial para as relações humanas 

Nos dias de hoje, ter uma conexão estável se tornou essencial para facilitar a execução de tarefas cotidianas e profissionais. Apesar da diferença que há no acesso entre as classes sociais brasileiras, existem companhias que cobrem essas regiões mais afastadas sem alterar a velocidade de entrega final, como a Age Telecom. A título de exemplo, grande parte dos clientes se queixam sobre a falta de suporte para as regiões mais afastadas.

Por observação, o que se conclui é que a internet para regiões mais afastadas dos centros urbanos tem a tendência de crescer cada vez mais, juntamente com o investimento em tecnologias. Uma conexão eficaz é capaz de melhorar a produtividade, evitar situações de estresse e impulsionar a economia.

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