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Um ano após enchente que devastou Iconha, moradores seguem apreensivos com assoreamento do rio

Problema aumenta ainda mais o risco de uma nova enchente. Chuva de janeiro de 2020 resultou na morte de quatro pessoas e deixou um rastro de destruição

Redação Folha Vitória
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Foto: TV Vitória
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Um ano se passou desde a forte chuva que devastou Iconha, no sul do estado, em janeiro de 2020. Com o decorrer do tempo, os moradores da cidade conseguiram se recuperar dos danos materiais. No entanto, o assoreamento do rio Iconha, que corta o município, ainda preocupa. Toda vez que o tempo fecha, eles ficam aflitos com a possibilidade de uma nova tragédia.

Na época da inundação, que deixou as ruas da cidade tomadas de lama e destruiu grande parte da mercadoria dos comerciantes e dos bens dos moradores, o rio transbordou. Chamada de dilúvio por muitos moradores, a enchente provocou quatro mortes e deixou mais de mil pessoas desalojadas ou desabrigadas.

O risco de uma nova enchente se torna maior com o assoreamento do rio. Em alguns pontos, é possível ver que o fundo fica a poucos centímetros do espelho d'água. Em outros, a areia aparece na superfície.

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Mesmo passado um ano desde a grande enchente, o problema ainda não foi resolvido. O novo prefeito da cidade, Gedson Paulino, garante que o desassoreamento do rio é prioridade e que a obra está sendo negociada com o governo do Estado.

"Com a enchente, muitos dejetos — móveis, geladeira, enfim, vários entulhos — ficaram no rio, além do acúmulo de areia e pedra. Junto ao governo do Estado, nós fizemos já esse requerimento, e o governador colocou-se à disposição, junto ao DER, para que a gente faça esse desassoreamento do rio. Assim vai aliviar muito mais a nossa população, que hoje tem muito receio", afirmou o prefeito.

Na época da inundação, o nível do rio Iconha subiu tanto que a água invadiu o segundo andar da clínica de estética da empresária Rosa Cardoso, que perdeu móveis, aparelhos eletrônicos, entre outros bens. 

"Ficou muita lama e muita coisa destruída mesmo. A força da água dentro de um comércio, que não teria uma velocidade, arrancou móveis parafusados. Pouca coisa se aproveitou", lembra.

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Rosa conta que, por diversas vezes, pensou em desistir da clínica, que já funcionava há mais de 10 anos. No entanto, decidiu ir em frente e gastou cerca de R$ 100 mil para reformar todo o imóvel e retomar o negócio. Ela conta que parte do dinheiro teve de pegar emprestado.

"Muitas vezes pensamos: 'ah, vamos desistir'. E outras vezes falamos: 'vamos voltar, mas vamos voltar um pouco menor'. E tudo isso já passou. Agora a gente já quer aumentar de novo. Já esquecemos. Mas foi muito difícil", disse.

A maior parte do comércio do município voltou a funcionar, mas teve gente que desistiu. Um posto de gasolina, que servia como ponto referência na época em que a BR 101 passava por dentro da cidade, permanece desativado. O estabelecimento sequer passou por reparos.

Soterrado

Um dos moradores que perdeu seu imóvel na enchente foi o comerciante Clóvis Reinoso Dias, mais conhecido como "Bem-te-vi". A água da chuva já havia baixado quando a casa dele desabou. O comerciante ficou soterrado e foi resgatado por vizinhos.

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"Não é fácil, só sabe quem passa. A gente ficou alguns dias na casa dos vizinhos. Eles fizeram o que puderam por mim. Eu perdi tudo ali. E uma coisa muito importante, que eram todas as coisas do meu pai. Ele faleceu e ficou tudo dele na casa, do jeito que ele deixou", contou.

A casa de Clóvis ficava em um terreno na beira do rio. Depois de perder o imóvel, o comerciante foi morar num apartamento que havia dado de presente para a filha, na mesma rua. Mas sente por aqueles que não tinham para onde ir. "Pedir a Deus que a gente consiga botar o pé no chão devagarzinho, sem fazer doideira, e conseguir fazer as coisinhas de novo".

Condomínio

De acordo com a prefeitura, as famílias que perderam suas casas estão recebendo o aluguel social. Por meio de financiamento do Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes), o município pretende construir um condomínio com 100 casas.

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"Nos próximos anos, nós vamos construir um conjunto habitacional, em Iconha, para poder atender todas as famílias que estão em áreas de risco e também em área com dificuldade social, de não ter a sua casa. É um projeto da administração poder dar essa comodidade à população que não tem condição hoje de construir uma casa", ressaltou Gedson Paulino.

Com informações da repórter Fernanda Batista, da TV Vitória/Record TV 


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