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Espírito Santo registra maior número de morte de macacos em 30 anos

"A nossa estimativa é de que dois mil primatas morreram no ES, mas o número pode ser maior", afirma o professor Sérgio Lucena

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Fêmea jovem da espécie muriqui é capturada de uma mata isolada e transferida para a Reserva Biológica Augusto Ruschi Foto: ​Leonardo Merçon

O professor Sérgio Lucena, do departamento de ciências biológicas da Ufes, afirma que a mortandade de macacos no Espírito Santo é um desastre e estima que mais de dois mil primatas morreram no Estado. Para ele, os macacos deram o alerta que a febre amarela havia chegado ao Espírito Santo. 

“Nós estamos no início do estudo da avaliação do impacto da febre amarela nos primatas. Em 30 anos este é o maior registro de mortandade de primatas no Estado. A nossa estimativa é de que dois mil primatas morreram no ES, mas o número pode ser maior porque a cada macaco morto que é encontrado, possivelmente outros dez morreram no interior da mata e que não foram registrados”.

Sérgio Lucena disse ainda que quando começou a mortandade de macacos em territórios do Espírito Santo, foi dado o sinal de alerta e a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) passou a monitorar os casos e traçou a estratégia de bloquear a doença no Estado.

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“Os macacos avisaram que a febre amarela chegou aqui. Os primatas são as maiores vítimas porque os seres humanos são mais resistentes à doença. A espécie que mais morre devido à febre amarela é Barbados ou Bugios. A febre amarela chega a matar 80% da população deste primata, se comparado com os humanos, cerca de 80% da população humana contrai o vírus da febre amarela e apresentam sintomas brandos da doença, isso quando apresentam, e acabam imunizados. Apenas 10 ou 20% da população tem sintomas médios ou graves da febre amarela”, disse. 

O especialista acredita que, apesar da mortandade de Barbados, ela não é uma espécie que corre o risco de ser extinta em terras capixabas.  “Existe a chance de recuperação porque a população deste primata é grande e está presente em diversas áreas de mata”, afirma Sérgio.

A preocupação do professor e da equipe de pesquisadores é com duas espécies que são as mais ameaçadas: o Muriqui do Norte e o Sagui da Serra.
“Nós não sabemos como será o impacto da febre amarela neles. O Muriqui do Norte está presente em pequenas populações em Santa Maria de Jetibá, Santa Teresa e Parque Nacional do Caparaó. Mas em Santa Maria e Santa Teresa a população ficou isolada e, como é pequena, dependendo do impacto da doença elas podem se extinguir. Nós torcemos para que esses primatas sejam resistentes ao vírus”.

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Sérgio Lucena afirmou que existem sete espécies de macaco no Espírito Santo e que cinco delas estão ameaçadas de extinção. As espécies ameaçadas são o sagui da serra, o macaco prego de crista, o sauá, o meriqui do norte e o bugio. As outras espécies como o macaco prego de topete e o sagui da cara branca que também estão presentes no Estado não estão ameaçados de extinção. 

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