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Mariana teme desemprego após tragédia

Estadão Conteudo

Redação Folha Vitória
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Mariana (MG) - O risco de um novo rompimento das barragens da Samarco preocupa os moradores de Mariana e das cidades vizinhas que ainda tentam superar a tragédia de 5 de novembro. O vazamento de quarta-feira confirma que a população continua em alerta. Agora, porém, há um outro medo: a interrupção das atividades de mineração ameaça empregos e a taxa dos que já não têm como trabalhar cresceu dez vezes desde o acidente.

Empreiteiras que prestavam serviços para a Samarco tiveram de demitir funcionários depois do rompimento da Barragem de Fundão. Segundo a prefeitura, hoje são mais de 3 mil pessoas, em uma população de 59 mil, que estão sem ter o que fazer, contra cerca de 300 desempregados antes do acidente. "Precisamos nos tornar menos dependentes da mineração", diz o prefeito Duarte Jr., que tomou posse há sete meses, após a cassação do antecessor.

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Ele prevê um ano duro pela frente, com a arrecadação reduzida pela metade, estimada em R$ 15 milhões para 2016. "O jeito é cortar na carne, agora não tem como ajustar a conta sem ter prejuízo para o cidadão."

Canteiro de obras - Enquanto isso, as obras para recuperar as casas não param. Caminhonetes e tratores da Samarco estão por toda parte. Nas barragens, caminhões e mais caminhões entram levando pedras e saem carregados de rejeitos de minério. O acesso é proibido.

Desconfiados, funcionários da mineradora estranham a presença da reportagem e tentam mostrar que estão fazendo o trabalho prometido. "Daqui a pouco eu volto para trazer comida para o seu gado. Hoje eu tive um dia corrido, não deu para trazer ainda, mas não esqueci", avisa o empregado de dentro do carro quando vê um chacareiro conversando com a reportagem.

Segundo o Corpo de Bombeiros, em alguns pontos, só se chega de caminhonete ou trator. Apesar disso, Bento Rodrigues, distrito onde viviam 600 pessoas, já foi liberado porque a lama endureceu. Mesmo assim, quem morou lá e viu a lama assolar o vilarejo não quer mais voltar. "Eu não tenho coragem. Quem viu o que eu vi quer esquecer para sempre daquele lugar", conta Erenice Monteiro, 58 anos, que perdeu uma neta na catástrofe.

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As famílias agora vivem em casas alugadas em Mariana e, segundo a Samarco, apenas duas delas optaram por ficar em hotéis da cidade. Em Barra Longa, cidade também atingida pela lama, as máquinas tiveram de quebrar os muros das casas para drenar a camada de quase 2 metros de sujeira que invadiu as casas à beira do Rio Gualaxo. O trabalho está avançado, mas os moradores ainda não têm previsão para voltar aos imóveis. Depois de quase três meses, a vegetação já começou a crescer. A água do rio tem cor de barro. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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