Tragédia na boate Kiss completa dois anos e processos continuam sem resultados
Após dois anos, o Brasil ainda não possui uma lei unificada que trata especificamente da segurança em casas noturnas. No mês seguinte ao incêndio, em fevereiro de 2013
O incêndio na boate Kiss, em Santa Maria, que matou 242 pessoas e deixou mais de 600 feridos, completa nesta terça- feira (27) dois anos e, até agora, nenhum dos envolvidos na tragédia foi responsabilizado.
O processo tramita na Justiça desde abril de 2013. Depois de ouvir 144 sobreviventes, 16 testemunhas de acusação e 50 de defesa, o juiz vai convocar peritos para decidir se é necessária uma nova reconstituição do acidente.
A expectativa é que os réus sejam ouvidos ainda este ano. Superlotação. Vistorias pendentes, alvarás vencidos, extintores quebrados. A sequência de irregularidades acabou resultando em uma das maiores tragédias do país.
Após dois anos, o Brasil ainda não possui uma lei unificada que trata especificamente da segurança em casas noturnas. No mês seguinte ao incêndio, em fevereiro de 2013, foi criada uma comissão externa na Câmara dos Deputados para acompanhar as investigações e buscar medidas que impedissem a ocorrência de um novo desastre.
Um projeto de lei, que tornava mais rígida a fiscalização em casas de show e tramitava na Casa desde 2007, foi proposto pelo grupo no mesmo ano. No entanto, só foi aprovado em abril do ano passado. Atualmente , o projeto tramita no Senado e aguarda uma resposta do presidente da Casa, Renan Calheiros, que deve colocá-lo na pauta para votação.
A tragédia
A casa noturna pegou fogo em 27 de janeiro do ano passado. O fogo começou quando um integrante da Banda Gurizada Fandangueira, que realizava uma apresentação no local, acendeu um artefato pirotécnico.
Show polêmico
Uma festa de funk em Santa Maria, prevista para a noite desta terça-feira, está gerando polêmica entre os moradores da região. O motivo é que o evento acontece na data em que há dois anos aconteceu a tragédia.
Na página do estabelecimento em uma rede social, a casa noturna garante que metade da renda com a venda de ingressos será revertida para instituições beneficentes.