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Esportes

Sob forte emoção, capitão da Chapecoense é velado e cremado em Recife

Estadão Conteudo

Redação Folha Vitória
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Recife - Familiares, amigos e fãs do capitão do time da Chapecoense, o pernambucano Cléber Santana, se despediram do atleta, neste domingo, durante velório na sede social do Sport Clube do Recife, na zona oeste da capital pernambucana. Foi na equipe rubro-negra que o jogador iniciou sua carreira, ainda nas categorias de base. O pernambucano estava no voo com a equipe da Chapecoense que caiu na madrugada do dia 29 de novembro e matou 71 pessoas em Medellín, na Colômbia. Antes de chegar ao Recife, o corpo de Cléber já havia sido velado na cerimônia coletiva realizada no sábado, na Arena Condá, em Chapecó.

O caixão, coberto com as bandeiras da Chapecoense e do Sport, chegou ao clube pouco antes do meio-dia. Mais de três mil pessoas de pessoas, segundo a segurança do clube pernambucano, já aguardavam no local. Às 16 horas, a urna funerária foi levada ao cemitério Morada da Paz, no município do Paulista, na região metropolitana do Recife, onde o corpo foi cremado, às 18h, em uma cerimônia restrita à família e amigos mais próximos.

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Durante os dois momentos, parentes e amigos próximos vestiram camisas brancas em homenagem a Santana, que tinha 36 anos e era capitão da Chapecoense. Nas costas, uma das blusas tinha o número 88 do antigo capitão. Na frente, as outras traziam o rosto do jogador com o uniforme do time catarinense.

Nascido em Abreu e Lima, na Grande Recife, Cléber tinha 36 anos e deixou a mulher e dois filhos, um de 14 e outro de 11 anos. Depois de ser revelado pelo Sport - onde atuou na equipe principal de 2001 a 2003 -, ele jogou por times como o Vitória-BA, Santos e São Paulo, além de Atlético Paranaense, Avaí, Flamengo, Criciúma, Kashiwa Reysol, do Japão, e os espanhóis Atlético de Madrid e Mallorca. O jogador estava na Chapecoense há dois anos.

EMOÇÃO - Durante o velório, ainda na sede do Sport, a mãe do meio-campista, Marinalva Santana, precisou ser amparada pelos familiares diversas vezes. Em diversos momentos ela levantava da cadeira onde estava sentada para abraçar o caixão onde estava o corpo do filho. O irmão caçula de Cléber, Cleydson Santana, passou mal e precisou ser retirado do local por amigos. Ele foi atendido por equipes médicas do próprio clube.

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A viúva do jogador pernambucano, Rosângela Loureiro, também estava muito emocionada e recebeu muitos abraços e o carinho dos fãs e admiradores do marido. No final da semana passada ela fez uma tatuagem com o rosto do marido e a frase "A sua falta vai ser lembrada até o último dia da minha vida", em uma das panturrilhas.

Muitos atletas que jogaram com Cléber durante sua permanência no Sport foram ao velório. Um deles foi o ex-lateral Russo. "Conviver com o Cléber era uma alegria sem tamanho. Ele sempre foi uma pessoa muito humana, gentil e um profissional dedicado. Dava gosto de ver o jeito como ele encarava a profissão. Ele vai deixar muita saudade, mas também um exemplo muito positivo em todos nós que tivemos a alegria de conviver com ele", destacou.

O ex-zagueiro do Sport Sandro Barbosa também foi levar sua solidariedade aos familiares de Cléber Santana. "A vida de jogador de futebol não é fácil. Passamos muito tempo fora de casa e nossas famílias sentem bastante. Muitas vezes perdemos momentos importantes no crescimento dos filhos, emoções do dia-a-dia. Mas também temos inúmeros momentos de muita felicidade ao lado de quem amamos tanto. E agora é hora de pensar exatamente nestes momentos, neste amor e neste exemplo de ser humano que ele sempre foi", comentou.

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Atualmente jogando como atacante do Sport, Túlio de Melo atuou com Cléber Santana na Chapecoense na temporada passada. "Estive presente ontem (sábado) em Chapecó, no velório coletivo e hoje vim acompanhar estas últimas homenagens a este grande amigo. São com certeza os dias mais tristes da minha vida. O Cléber era um cara sensacional, foi referência por onde passou, voz ativa nos clubes, importante demais dentro de campo e com certeza muito mais importante dentro do vestiário, pelo caráter, pelo homem que era e pelo exemplo para todos os jogadores", elogiou o atacante.

Amiga de Cléber Santana desde a adolescência, a professora Maria das Graças era uma das pessoas que puxava o coro de músicas evangélicas, cantadas durante o velório na sede do Sport. "Ele sempre foi um amigo muito querido por todos. Era atencioso e solidário. Sempre que vinha passar as festas de final de ano visitava todo mundo e a casa dele estava sempre aberta para receber os amigos de perto e de longe. Ele estaria chegando no Recife no próximo dia 18, com a esposa e os filhos, para mais uma temporada de alegria. E agora não teremos mais o sorriso e as brincadeiras dele. É muito triste. Por isso temos que pedir força a Deus para que ampare a todos nós e em especial aos familiares. Ele sempre foi o esteio da família", lembrou.

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As homenagens vindas da torcida do Sport também foram muitas. O serralheiro José Dantas, de 61 anos, fez questão de abraçar a mãe do jogador. "Eu era um grande fã dele. Ele trouxe muita alegria para o Sport, meu tome do coração. Por isso quis entregar a mãe dele uma carta. Perdi um filho, da mesma idade dele, há seis meses, em um acidente de carro. Quis dizer a ela que entendo a sua dor, mas também lhe passar um depoimento de fé e esperança", destacou.

O presidente do Sport, José Humberto Martorelli, e ex-diretor de futebol (responsável pela contratação do jogador pela equipe profissional, em 2001) também estiveram no velório. "Ele era a alegria em pessoa. Acho que a imagem que nunca vai sair da minha cabeça é a de quando fomos campeões pernambucanos, em 2003. Sua vibração e energia eram tão empolgantes que não tinha quem conseguisse ficar quieto", revelou Martorelli.

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APOIO - Em entrevista coletiva, na última nesta sexta-feira, Martorelli anunciou que o Sport doará toda a receita do duelo contra o Figueirense, pela última rodada do Brasileirão, para a Chapecoense. A ideia é que o Sport transfira o dinheiro em uma conta indicada pela Chapecoense e os dirigentes do clube catarinense façam a divisão da renda com as famílias das vítimas mais necessitadas.

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