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Esportes

Quem são os capixabas no Parapan de Santiago; veja a lista

Brasil compete no Parapan de Santiago com delegação recorde de 324 atletas, sendo que 10 deles são representantes do Espírito Santo no evento no Chile

Flávio Dias

Redação Folha Vitória
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Foto: Ana Patrícia/CPB
Daniel Mendes Silva, veterano da equipe de atletismo do Brasil, treina com o guia antes da estreia
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O Parapan de Santiago já com números imensos para o Brasil, que terá recorde de convocados na competição. Serão 324 competidores representando o País no Chile, confirmando que essa é a maior delegação brasileira de todos os tempos no evento. Destes, 10 são representantes do Espírito Santo, que nasceram no Estado ou defendem instituições equipes capixabas no esporte.

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Na lista, há veteranos renomados como Daniel Mendes Silva, 44 anos, capixaba de Nova Venécia que já foi campeão paralímpico e mundial no atletismo. E novatos como Marcos Vinicius de Oliveira, 28 anos, natural de Jaguaré e que pela primeira vez na carreira vai defender as cores do Brasil numa competição internacional.

Foto: Thiago Soares/Folha Vitória
Lorraine Aguiar e Marcos Vinícius Oliveira: casal capixaba vai competir no Parapan de Santiago

A relação ainda tem muito amor envolvido. Afinal, Marcos Vinicius mora junto com Lorraine Gomes de Aguiar, 26 anos, que também compete no atletismo em Santiago e já tem outras convocações para a seleção brasileira.

“É um ano muito especial pra mim! Competi no Mundial em Paris, ganhei experiência e bati as minhas melhores marcas. Pra fechar com chave de ouro, veio essa convocação para o meu primeiro Parapan! Tô muito feliz", comemora Lorraine.
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Além dos 10 competidores, a lista de representantes do Espírito Santo aumenta quando se juntam a eles o atleta-guia Fernando Martins Júnior, o técnico Martoni Moreira Sampaio e o mecânico Ricardo Alexandre dos Santos, ambos da seleção brasileira de basquete em cadeira de rodas, e o fisioterapeuta Patrick de Menezes Batista, da equipe goalball.

Veja quem são os representantes do ES no Parapan:

Foto: Saulo Cruz/EXEMPLUS/CPB
Daniel Mendes Silva e seu guia, Wendel, com a medalha de ouro nos 400m no Parapan de Lima/2019

Daniel Mendes Silva

Modalidade: atletismo

Classe T11

Daniel Mendes, 44 anos, é um veterano da equipe de atletismo do Brasil no Parapan. Natural de Nova Venécia, ele foi vítima de um acidente em uma marmoraria em 2002, com queda de duas placas de mais e 700kg. Daniel sofreu afundamento do crânio e perdeu a visão. Em 2005, conheceu o atletismo paralímpico e, depois, tornou-se um ícone do esporte, com ouro em Paralimpíadas e Mundiais.

Principais conquistas: prata nos 400m no Mundial de Dubai/2019; ouro nos 400m nos Jogos Parapan-Americanos Lima/2019; bronze nos 200m e ouro no revezamento 4x100m nos Jogos Paralímpicos Rio/2016; bronze nos 200m e ouro nos 400m no Mundial Doha/2015; bronze nos 200m nos Jogos Parapan-Americanos Toronto/2015; bronze nos 200m e ouro nos 400m no Mundial Lyon/2013; prata nos 200m nos Jogos Paralímpicos Londres/2012; prata nos 100m e 200m e ouro nos 400m nos Jogos Parapan-Americanos Guadalajara/2011; prata nos 200m e nos 400m e bronze nos 100m no Mundial da Nova Zelândia/2011

Foto: Ana Patrícia/CPB
Lorraine Gomes Aguiar no treino com o guia Fernando Martins Júnior, já em Santiago

Lorraine Gomes de Aguiar

Modalidade: atletismo

Classe T12

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Lorraine tem 26 anos e vive a sua melhor temporada no atletismo. Defendendo a seleção brasileira, foi medalha de ouro no Open Internacional deste ano, além de representar o País em disputas internacionais. Na infância, Lorraine teve um câncer raro que afetou a retina e causou a extração do globo ocular esquerdo. Conheceu o esporte paralímpico, primeiro, com o goalball. Em 2016, migrou para o atletismo e é especialista nos 100m, 200m, e 400m rasos. 

Principais conquistas: ouro nos 100m, 200m e 400m no Open Internacional de atletismo em 2023; ouro nos 100m e prata nos 200m e 400m no Grand Prix de Marrakech 2023; e ouro nos 100m e 200m no Grand Prix de Notttwill 2022.

Foto: Marcello Zambrana/CPB

Marcos Vinicius de Oliveira

Modalidade: atletismo

Classe T12

Natural de Jaguaré, Marcos Vinícius chegou pela primeira à seleção brasileira com a convocação para o Parapan. Na infância, Marcos foi diagnosticado com ceratocone e retinose pigmentar após perceber que não conseguia enxergar o quadro na escola. Conheceu o esporte paralímpico em uma instituição para cegos de sua cidade, começando pelo goalball, modalidade na qual chegou às Paralimpíadas Escolares em 2010. Em 2016, foi para o atletismo a convite de um amigo e ficou. Foi ele quem convidou Lorraine para o atletismo. Hoje, eles treinam e moram juntos.

Principais conquistas: ouro nos 400m no Campeonato Brasileiro 2022 e 2023; ouro nos 400m no Open Internacional 2023

Foto: Alessandra/ CPB.
Jéssica Santana durante treino da seleção brasileira de basquete em cadeira de rodas no Parapan

Jéssica Silva Santana

Modalidade: basquete em cadeira de rodas

Classe 2.5

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Natural de Vitória, Jéssica tem 30 anos e acumula experiência em Jogos Parapan-Americanos. Em 2015, na edição de Toronto, ela conquistou a medalha de bronze com a seleção brasileira. Aos quatro anos de idade, Jéssica adquiriu o vírus de Guillain-Barré, que paralisou a medula e causou perda total de movimentos da perna esquerda e parcial da direita. Aos 13 anos, viu pela televisão um jogo de  basquete em cadeira de rodas e gostou do esporte. Dois anos depois, começou a praticar a modalidade.

Principais conquistas: ouro na Super Copa 2023; ouro no Campeonato Brasileiro feminino de basquete em cadeira de rodas 2022 e bronze nos Jogos Parapan-Americanos de Toronto 2015.

Foto: Ale Cabral/CPB.
Maxcileide defendeu a seleção brasileira de basquete em cadeira de rodas no Parapan de Lima/2019

Maxcileide de Deus Ramos

Modalidade: basquete em cadeira de rodas

Classe 1.0

Natural de Serra, Maxcileide tem 25 anos e muita intimidade com a camisa da seleção brasileira de basquete em cadeira de rodas. Ela nasceu com paralisia flácida e conheceu o esporte num centro de reabilitação. Maxcileide é uma das quatro atletas do Instituto Reabilitacional e Esportivo para Deficientes Físicos do Espírito Santo convocadas para a seleção brasileira.

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Principais conquistas: bronze na Copa América 2022; bronze nos Jogos Parapan-Americanos Lima 2019; ouro no Campeonato Sul-Americano, no Peru, em 2017; bronze na Copa das Américas em 2017

Foto: Washington Alves/EXEMPLUS/CPB
Bruno Stov Kiefer competiu e ganhou medalha no tiro esportivo no Parapan de Lima/2019

Bruno Stov Kiefer

Modalidade: tiro esportivo

Classe SH2

Bruno Kiefer tem 38 anos e um currículo bastante expressivo no tiro esportivo paralímpico. Natural de Vitória, ele está na seleção brasileira desde 2018. Devido à demora para nascer, o Bruno ficou com paralisia cerebral que afeta os movimentos  dos membros inferiores e superiores, especialmente o lado direito do corpo. Uma  pessoa o abordou na rua e o convidou para praticar o tiro esportivo. Ele subiu ao pódio no Parapan de Lima/2019 e também já foi medalhista em Mundial.

Principais conquistas: bronze R4 Carabina de Ar – 10 m – posição em pé SH2 no Mundial de Lima/2023; bronze na carabina de ar 10m e 50m misto nos Jogos Parapan-Americanos Lima/2019; ouro na carabina de ar deitado e prata na em pé no Sul-Americano/2017, no Rio de Janeiro; ouro na carabina de ar em pé no Aberto Internacional 2018; ouro na carabina de ar deitado no Aberto Internacional na Colômbia em 2018

Foto: Douglas Magno / CPB
Mari Gesteira com a medalha do bicampeonato mundial na prova dos 50m livre

Mariana Gesteira Ribeiro

Modalidade: natação

Classe S9

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Mari Gesteira tem 28 anos e vive um ano incrível! A nadadora é uma das representantes do Espírito Santo que não nasceram no Estado. Natural de Itaboraí (RJ), treina no Álvares Cabral com o treinador Leo Miglinas, renomado treinador de natação paralímpica. Em 2023, conquistou cinco medalhas no Mundial de Natação Paralímpica em Manchester, entre elas, o bicampeonato mundial nos 50m livre. Mariana nasceu com  Síndrome de Arnold-Chiari, uma má-formação do sistema nervoso central. Ela chegou a competir em provas até os 14 anos, quando a doença se manifestou. Como tinha crises de desmaio, se afastar das piscinas em 2009, voltando apenas em 2013 no esporte paralímpico.

Principais conquistas: ouro nos 50m livre, prata nos 100m livre e bronze nos 100m costas e nos revezamentos 4x100m medley e 4x100m livre no Mundial de Manchester 2023; ouro nos 100m livre, nos 50m livre e bronze nos 100m costas no Mundial da Ilha da Madeira 2022; bronze nos 100m livre nos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020; prata 50m livre, 100m costas e no revezamento 4x100m medley e bronze nos 100m livre e no revezamento 4x100m livre nos Jogos Parapan-Americanos de Lima 2019; prata nos 50m livre, bronze nos 100m livre e nos 100m costas nos Jogos Parapan-Americanos de Toronto em 2015

Foto: Alessandra Cabral/CPB
Patricia Pereira dos Santos, com seu sorriso fácil, é uma das nadadoras mais experientes do Brasil

Patricia Pereira dos Santos

Modalidade: natação

Classe S4

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Mineira de nascimento, mas capixaba de coração, Patricia Pereira dos Santos provou este ano, aos 45 anos, que ainda é fortíssima candidata ao pódio nas principais competições do mundo. Ela conquistou três medalhas no Mundial de Manchester, em agosto, e renovou o gás para buscar mais pódios no Parapan de Santiago. Patricia ficou tetraplégica em 2002, aos 24 anos, quando foi baleada no pescoço durante assalto a uma casa lotérica onde trabalhava como caixa. Encontrou no esporte uma maneira de superar os desafios e venceu. "Sou grata ao carinho de todos os capixabas, que me acolheram muito bem. Me fizeram ter orgulho de ser capixaba e brasileira, de não desistir".

Principais conquistas: Prata nos 50m livre e bronze nos 150m medley e no revezamento 4x50m livre no Mundial de Manchester 2023; bronze nos 50m peito, nos 100m livre e nos 200m livre no Mundial de Portugal 2022; bronze no revezamento 4x50m livre misto 20 pontos nos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020; prata nos 50m livre e bronze nos 100m livre nos Jogos Parapan-Americanos Lima 2019; prata nos 100m livre no Mundial de natação do México 2017; prata no revezamento 4x50m livre misto nos Jogos Paralímpicos do Rio 2016

Foto: Reprodução / Instagram

Ivanilde Cândida da Silva (Bisa)

Modalidade: basquete em cadeira de rodas

Classe 3.5

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Ivanilde Cândida de Silva em 30 anos e muita história na seleção brasileira de basquete em cadeira de rodas. Nas quadras, ela é a Bisa, nascida em São Paulo, mas moradora de Cariacica e representante do Irefes. É mais uma das "capixabas de coração" que estão no Parapan de Santiago. Bisa teve teve meningite aos nove meses de vida. Em consequência da doença, ficou com o braço esquerdo curto e  torto e precisou amputar parte das mãos e parte do pé direito. Aos 19 anos, enquanto fazia fisioterapia, foi chamada para jogar basquete em cadeira de rodas.

Principais conquistas: ouro no Campeonato Sul-Americano, no Peru, em 2017; bronze nos Jogos Parapan-Americanos de Toronto/2015

Foto: Alessandra/CPB
Paola Klokler, que já disputou três edições do Parapan, treina com a seleção já em Santiago

Paola Klokler

Modalidade: basquete em cadeira de rodas

Classe 3.5

Natural de São Paulo, Paola Klokler, 32 anos, é mais uma atleta do Instituto Reabilitacional e Esportivo para Deficientes Físicos do Espírito Santo (Irefes) que foi convocada para a seleção brasileira. Ela vai para a sua quarta edição de Parapan, sendo que ganhou bronze nas outras três. Paola nasceu com má-formação congênita da perna esquerda e conheceu o basquete em cadeira de rodas aos 12 anos de idade.

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Principais conquistas: Bronze na Copa América/2022; bronze nos Jogos Parapan/Americanos Lima 2019; ouro no Campeonato Sul-Americano, no Peru/2017; bronze na Copa das Américas em 2017; bronze nos Jogos Parapan-Americanos de Toronto/2015; bronze nos Jogos Parapan-Americanos de Guadalajara/2011

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