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Pan de Santiago

Ouro, cortes, estreias e lágrimas: como foi o Pan para os atletas capixabas

Jogos Pan-Americanos de Santiago estabeleceram novos recordes para o Brasil e tiveram a participação de nove atletas que representam o Espírito Santo

Flávio Dias

Redação Folha Vitória
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Foto: Alexandre Loureiro/COB
André Stein foi um dos nove representantes do Espírito Santo em ação no Pan de Santiago
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O Brasil brilhou em Santiago 2023 e alcançou os melhores resultados em todas as edições dos Jogos Pan-americanos. Foram 205 medalhas conquistadas, sendo 66 de ouro, 73 de prata e 66 de bronze, com novo recorde do total de medalhas e de ouros. Números que valeram a segunda colocação no quadro geral, atrás apenas dos Estados Unidos (286 medalhas no total, com 124 ouros, 75 pratas e 87 bronzes).

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É o melhor desempenho do Brasil na história do evento esportivo, que começou a ser disputado em 1951, na capital argentina Buenos Aires. Até então, o posto de melhor campanha era da edição de Lima/2019, quando o Brasil levou 169 medalhas, sendo 54 de ouro.

Em meio a tantos pódios, atletas capixabas também deram as suas participações. Entre ouro, cortes, estreias e lágrimas, veja agora como foi o Pan de Santiago para os atletas que representam o Espírito Santo.

Ouro na bola e no fair play

Foto: Alexandre Loureiro/COB
André Stein morde a medalha de ouro conquistada no Pan de Santiago ao lado do paraibano George
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André Stein, 29 anos, foi o único representante do Espírito Santo que conquistou uma medalha de ouro no Pan de Santiago. Mas bem que ele poderia ter recebido duas: uma pelo título, conquistado ao lado do paraibano George, e outra pelo "fair play", ou "jogo limpo".

Nas quartas de final do torneio de vôlei de praia, contra os irmãos argentinos Tomás e Nicolas Capogrosso, o Brasil venceu por 2 sets a 1 (21/17, 15/21 e 17/15). Mas com a partida empatada em 14 a 14, o capixaba admitiu que uma bola desviou nele, num lance em que o árbitro havia dado ponto para os brasileiros. Mesmo arriscando a classificação para a semifinal, André preferiu o fair play e foi recompensado com a vitória. Na sequência, André e George venceu os chilenos Estebán e Marco Grimalt e, na decisão, bateram os cubanos Jorge Luis Alayo e Noslen Díaz Amaro.

Campeões do Pan de Santiago, André Stein e George são a dupla número 1 do Brasil no momento e devem ficar com uma das duas vagas masculinas do País na Olimpíada de Paris/2024.

Colecionador de medalhas

Foto: Satiro Sodré / CBDA
VInicius Lanz, Guilherme Basseto, João Gomes Júnior e Guilherme Caribé: prata no 4x100m medley
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João Gomes Júnior, 37 anos, é um colecionador de medalhas. Um dos mais experientes da delegação brasileira de natação no Pan de Santiago, ele voltou pra casa com mais duas medalhas para a sua coleção.

No Chile, João ganhou o bronze no 4x100m medley misto e a prata no 4x100m medley. Há quatro anos, ele foi ouro nos 100m peito e no 4x100m medley misto e prata 4x100m medley masculino no Pan de Lima/2019.

"Eu não nadei o que eu esperava, de tempo. Até tinha feito um cálculo ali pra gente brigar pelo ouro. Mas o que vale é o conjunto. Eu sendo o mais velho, tendo nadado com outros grandes nomes, posso dizer que esse time aqui  deixou tudo dentro da água. Parabéns à equipe e parabéns ao Brasil", comemorou João, 37 anos, que nadou o 4x100m medley ao lado de destaques da nova geração brasileira como Guilherme Caribé, uma das principais apostas do País para os próximos anos.

Vaga olímpica escapa por pouco

Foto: Alexandre Loureiro/COB
Yuri Falcão, estreante em Jogos Pan-Americanos, chegou até as semifinais e ficou com o bronze

O boxe foi um dos carros-chefes do Brasil no Pan de Santiago, com 12 medalhas no total, sendo quatro de ouro. Em Santiago, a modalidade também distribuiu classificação olímpica para os dois finalistas de cada categoria. E a vaga escapou por pouco das mãos do capixaba Yuri Falcão.

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Sobrinho dos medalhistas olímpicos Esquiva e Yamaguchi Falcão — prata e bronze, respectivamente, nos Jogos de Londres/2012 —, Yuri "The Chosen" Falcão estreou em Jogos Pan-Americanos e caiu nas semifinais, perdendo para o canadense Wyatt Sanford na categoria até 63,5kg. Como no boxe não há disputa de terceiro lugar, o capixaba recebeu a medalha de bronze. "Parei por aqui, infelizmente, mas vou treinar pra voltar melhor nas próximas", prometeu.

Lágrimas de prata para Jojô

Foto: Ricardo Bufolin/CBG
Geovanna Santos, a Jojô, sorri com a medalha de prata e o mascote do Pan de Santiago

Uma montanha-russa de emoções. Esse foi o Pan de Santiago para a ginasta Geovanna Santos. Atual campeã brasileira individual geral e titular da seleção brasileira individual de ginástica rítmica, "Jojô", de 21 anos, levou série nova para o Chile e cometeu falhas nas apresentações que tiraram dela a chance de buscar pódio no individual geral.

Porém, em sua única final por aparelhos, ela deu o tão esperado show. Na apresentação com bola, a capixaba arrepiou o público e terminou a série em lágrimas. Emocionada e realizada, conquistou a medalha de prata, atrás somente da paranaense Bárbara Domingos, grande destaque do torneio.

O Pan marcou também a última competição da capixaba com a série do "Rajadão" no aparelho fita.

Bronze no pescoço e bota no pé

Foto: Wander Roberto/COB
Didi, camisa 7, foi titular da seleção brasileira de basquete até sofrer uma lesão no tornozelo direito
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A seleção brasileira masculina de basquete levou uma equipe alternativa para o Pan de Santiago, com maioria de jogadores que atual no País. Entre eles, o ala-armador Didi Louzada, que conquistou a medalha de bronze.

O capixaba de 24 anos, com passagem pela NBA, foi titular até sofrer uma torção leve no tornozelo direito no jogo contra Porto Rico, na última rodada da fase de grupos. O ala-armador, com isso, não disputou nem a semifinal — derrota para a Venezuela — nem o confronto pelo bronze — vitória sobre o México.

Foi a primeira participação de Didi em uma edição dos Jogos Pan-Americanos. Ele fez 11 pontos na estreia contra o México, 11 contra o Chile e 9 contra Porto Rico. No final do torneio, o capixaba assistiu aos jogos com uma bota para imobilizar o pé direito.

Amor que não se mede!

Foto: Gaspar Nobrega/COB
Nicole Mota e Bruno Conde, casal que representa o Espírito Santo no caratê, curtem o encerramento

O caratê apresentou ao grande público um casal de lutadores que representam o Espírito Santo. O capixaba Bruno Conde e a paulista Nicole Mota defendeu o Brasil no Pan na modalidade kata, uma espécie de "luta imaginária". E ambos chegarem bem perto de subir ao pódio.

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Bruno Conde, estreante em Jogos Pan-Americanos, terminou na quinta colocação, a uma vitória de levar a medalha de bronze. Mesma colocação de Nicole, que é mais experiente e esteve em sua segunda edição de Jogos Pan-Americanos.

Bruno e Nicole são namorados, moram juntos em Vitória e também têm uma relação profissional de treinador e aluno. Ou, no caso, treinadora e aluno, já que é Nicole quem comanda os treinamentos. Os dois ainda são sócios em uma marca de roupas.

Estreante no surfe fica perto do pódio

Foto: William Lucas/COB
Krystian Kymerson nas ondas da praia de Punta de Lobos: capixaba caiu na repescagem

Um dos grandes nomes do surfe capixaba de todos os tempos, Krystian Kymerson foi um dos representantes do Estado e do badalado surfe brasileiro no Pan de Santiago. E o surfista da Barra do Jucu fez uma boa participação. Krystian avançou até ser eliminado na quarta rodada da repescagem pelo peruano Lucca Mesina, num resultado que chegou a ser questionado pelo capixaba.

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Krystian chegou a ter a sua vitória anunciada pela transmissão. Logo depois, porém, o narrador corrigiu e confirmou a eliminação do capixaba, já que o peruano teria surfado uma onda que não apareceu na transmissão.

Na praia de Punta de Lobos, em Pichilemu, Krystian estreou com vitória sobre o compatriota Marcos Correa na primeira rodada e perdeu do peruano Miguel Tudela na segunda. Já na segunda rodada da repescagem, voltou a vencer Correa, e na terceira rodada passou pelo argentino Leandro Usuna, antes de ser eliminado por Mesinas.

Corte doloroso para P.A.

Foto: Alexandre Loureiro/COB

Paulo André Camilo era, sem dúvidas, o representante do Espírito Santo mais badalado da delegação brasileira. O P.A. como ficou conhecido nacionalmente após sua participação Big Brother Brasil 22, tinha no Pan de Santiago a chance de mostrar que "estava de volta" ao atletismo com tudo.

Mas durou pouco a participação dele no Chile. Paulo André sentiu uma lesão no Tensão de Aquiles do tornozelo esquerdo ainda nos primeiros metros da terceira bateria semifinal dos 100m rasos. O velocista completou a prova caminhando. E, no dia seguinte, foi cortado também do revezamento 4x100m rasos.

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Sem Paulo André, o Brasil foi ouro no 4x100m rasos, com o time formado por Rodrigo do Nascimento, Felipe Bardi, Erik Cardoso e Renan Gallina.

Agora, o ex-BBB, que foi alvo de críticas do medalhista Robson Caetano por suposta falta de foco no atletismo, vai se recuperar da lesão para buscar, no primeiro semestre de 2024, a classificação olímpica para Paris/2024.

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