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Esportes

Capixabas voltam do Parapan com 17 medalhas na bagagem. Veja a lista

Brasil bate recordes no Parapan de Santiago e conta com participação importante dos atletas que representam o Espírito Santo. Natação é a modalidade com mais medalhas

Flávio Dias

Redação Folha Vitória
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Foto: Ana Patrícia/CPB
A nadadora Mari Gesteira conquistou quatro medalhas de ouro no Parapan de Santiago 
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A delegação brasileira fez história nos Jogos Parapan-Americanos de Santiago de 2023. Com as 343 medalhas conquistadas — distribuídas em 156 ouros, 98 pratas e 89 bronzes — na capital chilena, o Brasil superou com folga os 308 pódios da edição de Lima/2019 e estabeleceu uma nova marca: a de melhor campanha na história da competição. Os recordes e a liderança no quadro geral de medalhas tiveram importante participação dos capixabas.

O Espírito Santo teve 10 representantes na competição e eles voltaram de Santiago com 17 medalhas para o Estado, concentradas na natação, atletismo e basquete em cadeira de rodas.

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Foto: Saulo Cruz/CPB
Patricia Pereira foi a dona da primeira medalha da delegação brasileira no Parapan de Santiago

As duas maiores medalhistas são da natação. Patricia Pereira dos Santos, 45 anos, foi a responsável pelo primeiro pódio do Brasil no Parapan, ao conquistar o ouro na prova dos 50m peito classe SB3 (limitação físico-motora). Mas ela não parou aí. Forma mais duas medalhas douradas — revezamento misto medley 20 pontos e revezamento misto livre 20 pontos — e outras duas de prata — 50m livre e 150m medley —, num total de cinco medalhas na bagagem.

"Fechei com cinco medalhas e é um saldo megapositivo. É realização de um sonho e eu concluo um cinco inteiro, entre Mundiais, Paralimpíadas e Parapan. É um momento histórico com a primeira medalha de ouro do Brasil no início dos jogos. Tive melhora nas minhas performances e isso é muito gratificante por saber que minhas escolhas não foram erradas, que foi acertada a insistência, que estamos no caminho certo. É motivo de muito orgulho pra mim", comemora Patricia.
Foto: Saulo Cruz/CPB
Mari Gesteira ficou com a prata nos 50m livre e, na sequência, ganhou quatro medalhas de ouro
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Também da natação, Mari Gesteira, 28 anos, sofreu no início da competição, sem a presença do seu técnico Leo Miglinas, ao perder o ouro nos 50m livre, prova na qual ela é bicampeã mundial. No entanto, a sequência do evento com incrível para a nadadora do Álvares Cabral, que conquistou quatro medalhas de ouro e bateu recordes pan-americanos em todas elas: revezamento misto medley 34 pontos, 100m costas, 100m livre, revezamento misto livre 34 pontos.

"Foram quatro ouros e uma prata e sete recordes parapan-americanos, pois teve provas em que eu bati recorde mais de uma vez. Foi muito especial o Parapan pra mim, pois são competições realmente transformadoras. Tive um começo muito difícil sem o meu técnico, que é quem me auxilia nas saídas. E essa medalha de prata foi por conta disso. Mas depois consegui voltar pra competição, 'encaixar' e nadar todas as melhores marcas da vida! Não tem preço", vibra Mari Gesteira.

Veterano e casal do atletismo também sobem ao pódio

Foto: Cris Mattos/CPB
Daniel Mendes com o seu guia: veterano capixaba conquistou duas medalhas no Parapan de Santiago

Das piscinas para a pista de atletismo, o Parapan contou histórias diferentes para três atletas capixabas. O veterano Daniel Mendes, 44 anos, mostrou que ainda tem muito gás e que segue entre os melhores da sua categoria , a T11 (deficiência visual). O atleta de Nova Venécia conquistou o ouro nos 400m rasos e a prata nos 100m rasos, somando mais duas medalhas de Parapan ao seu extenso currículo.

"Gosto muito do que faço e esse Parapan foi mais um Parapan muito especial. Me dedico muito no dia a dia para que as coisas aconteçam e fico muito feliz por estar participando em alto rendimento. Mais dois pódios, já é meu tricampeonato no Parapan nos 400m", comemora Daniel Mendes, que também já foi campeão mundial e paralímpico e tem planos para mais:
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"Já tô nessa estrada desde a Paralimpíada de Pequim/2008 e, se Deus quiser, estarei também em Paris/2024. Já tenho ouro, prata e bronze paralímpicas, mas quero sempre mais. Tô muito feliz por ter encontrado vários capixabas aqui comigo. É sempre muito gratificante isso. O resultado foi muito bom pra todos", completou.

Já o casal formado por Lorraine Aguiar e Marcos Vinicius Oliveira, ambos da classe T12, viveu a experiência de competirem juntos e subirem ao pódio em sua primeira aparição em Jogos Pan-Americanos.

Foto: Marcello Zambrana/CPB
O guia Fernando Martins com Lorraine Aguiar: duas medalhas de bronze no Parapan de Santiago

Lorraine conquistou duas medalhas de bronze, nas provas dos 200m rasos e 100m rasos, acompanhada pelo guia Fernando Martins Júnior. Marcos Vinicius, por sua vez, em sua primeira convocação para a seleção brasileira, volta pra casa com duas medalhas de prata: 400m e 100m rasos.

Foto: Miriam Jeske/CPB
Marcos Vinicius com a medalha de prata: capixaba de Jaguaré foi estreante em Parapan
"Eu tô muito feliz com a minha conquista. Esse ano foi muito bom, corria abaixo da minha melhor marca algumas vezes e essa convocação foi a cereja do bolo. Saí de jaguaré em busca do sonho de ser atleta de alta performance e chegar ao Parapan e conseguir a medalha foi o auge. Foi o melhor momento da minha carreira", contou Marcos Vinicius, que emendou: "É muita felicidade! Ir com chance de uma medalha e voltar com duas é algo incrível!"

Basquete mantém a tradição

Foto: Marcello Zambrana / CPB
Seleção brasileira de basquete em cadeira de rodas foi medalha de bronze no Parapan de Santiago

É impossível falar em basquete em cadeira de rodas sem citar as atletas e a comissão técnica do Instituto Reabilitacional e Esportivo para Deficientes Físicos do Espírito Santo (Irefes). E não foi diferente no Parapan de Santiago.

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A equipe capixaba botou quatro jogadoras na seleção brasileira que conquistou a medalha de bronze no Chile: Jéssica Santana, Maxcileide Ramos, Ivanilde "Bisa" Silva e Paola Klokler. Além do técnico Martoni Moreira Sampaio

"São sentimentos de gratidão por ter conseguido subir ao pódio mais uma vez. Gratidão, essa é a palavra", comemorou Jéssica, 30 anos, que foi bronze no Parapan de Toronto/2015.

Foto: Marcello Zambrana / CPB
Maxcileide comemora o bronze no Parapan

Maxcileide, 25 anos, também aumentou a sua coleção de medalhas em Parapan. Bronze em Lima/2019, ela comemora o amadurecimento na carreira e a força do basquete paralímpico no Espírito Santo.

"São emoções diferentes, falando por mim, em uma perspectiva entre os dois ciclos. Minha cabeça possui outras ideias agora e maior amadurecimento, porém, a energia continua igual. Lutamos por todas as nossas possibilidades. Essa campanha mostra como o basquete paralímpico capixaba se manteve forte e cada vez mais desenvolvido rumo ao que sonhamos, que é chegar cada vez mais capacitadas para essas competições", comemora Maxcileide.

O único atleta do Estado que não conseguiu voltar para casa com medalha foi Bruno Stov Kiefer, do tiro esportivo. Bronze no Mundial deste ano, ele acabou fora do pódio em Santiago. 

Veja os medalhistas do ES no Parapan:

Natação

Mari Gesteira: 4 ouros e 1 prata
Patricia Pereira dos Santos: 3 ouros e 2 pratas

Atletismo

Daniel Mendes: 1 ouro e 1 prata
Marcos Vinicius de Oliveira: 2 pratas
Lorraine Aguiar: 2 bronzes

Basquete em Cadeira de Rodas

Jéssica Santana, Maxcileide Ramos, Bisa Silva, Paola Klokler: bronze



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