Jogadora com câncer terminal atua por time da NCAA
São Paulo - Lauren Hill, de 19 anos, realizou na noite de domingo o sonho de jogar pelo time feminino de basquete da Universidade Mount Saint Joseph. Portadora de DIPG (Diffuse Intrinsic Pontine Glioma, em inglês), um tipo de câncer inoperável no cérebro que mata 90% das vítimas em 18 meses, ela começou o jogo diante do Hiram College, anotando os dois primeiros pontos do confronto, vencido pelo seu time por 66 a 55.
A doença foi descoberta em novembro do ano passado. Os últimos exames indicaram que talvez Lauren não tivesse condições - os médicos disseram que ela poderia morrer até dezembro - de realizar o sonho no início da temporada, em 15 de novembro, e por isso, o jogo foi antecipado, em um esforço conjunto.
O técnico da Mount Saint Joseph, Dan Benjamin, pediu que o regulamento do torneio de basquete feminino da NCAA, a Associação Atlética Universitária dos Estados Unidos,
fosse desrespeitado e contou com ajuda do adversário. O Hiram College aceitou antecipar o jogo e inclusive mudar o local, possibilitando a Lauren atuar ao lado dos familiares.
"Nunca me dei por vencida, inclusive depois deste diagnóstico termina", afirmou Lauren. "Disse para minhas companheiras de equipe que não desistam nunca, porque eu sempre estarei vigiando-as. Se não estiver aqui, espero que elas sigam jogando melhor do que nunca e não sintam pena de mim", acrescentou.
Debilitada pelo câncer terminal, Lauren ficou pouco tempo em quadra e, mesmo no banco, utilizou óculos escuros e fones para evitar que suas dores de cabeça piorassem por causa da claridade e do barulho do ginásio.
Quase no fim do jogo, quando faltavam 25s6, ela entrou novamente na partida e fez outra cesta, emocionando mais uma vez o público, de 10.250 espectadores. "Eu nunca me senti tão bem na minha vida", afirmou Lauren, que foi abraçada pelos familiares e companheiras de time.