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Esportes

Pâmella Oliveira, a "Dama de Ferro", faz história no Ironman do Havaí

Movida a desafios, capixaba Pâmella Oliveira é a melhor brasileira no Ironman do Havaí e escreve mais um capítulo na história do esporte do País

Flávio Dias

Redação Folha Vitória
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Foto: @flowsjournal
Pâmella Oliveira completou o Ironman do Havaí em 9h18min40 e foi a melhor brasileira na prova
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Pâmella Oliveira foi nadadora de destaque nacional na adolescência. Cansou da rotina na piscina e, já adulta, aos 19 anos, se encontrou no triatlo, modalidade que a levou a duas edições dos Jogos Olímpicos: Londres/2012 e Rio/2016. Mas ainda não era suficiente. E hoje ela reescreve a história — a sua e a da modalidade — fazendo as chamadas provas de longa distância, mais precisamente, o temido e desafiador Ironman.

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A "Dama de Ferro" do esporte capixaba acaba de disputar o Mundial de Ironman do Havaí, a prova mais badalada do mundo. No sábado (16), ela completou 3,8km de natação, 180km de ciclismo e 42,2km de corrida em incríveis 9h18min40. O melhor tempo de uma brasileira na história da prova. Motivo só pra comemoração? Não pra Pâmella, que terminou na 28ª colocação geral e não ficou 100% satisfeita.

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“É bem difícil a gente ficar 100% satisfeita, né? Por isso que a gente continua tanto, segue tentando! De uma maneira geral, em relação à colocação, realmente não fiquei satisfeita porque eu acreditava fazer um pouco melhor. Mas foi legal porque eu consegui estar no grupo com as melhores e perceber que poderia estar ali. Tem algumas partes mais técnicas que a gente vai percebendo, algumas mudanças de detalhes técnicos mesmo. Aqui foi bem difícil com temperatura, umidade, mas tirando isso foi uma prova que eu vi que dá pra ser competitiva. O nível mundial é muito alto e fiz um tempo muito bom até”, contou Pâmella, enquanto arrumava as malas para voltar ao Brasil.

Aos 36 anos, a capixaba de Vila Velha é exigente com os próprios resultados. Mas admite que ter terminado a prova em Kona, no Havaí, foi realizar um dos seus sonhos. Em 2022, ela também competiu por lá, mas não conseguiu completar o percurso.

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“Um dos meus objetivos este ano era sair daqui com a prova finalizada. No ano passado eu me senti bem mal, fui até para o hospital, meu corpo não teve uma reação muito boa. E este ano eu não tive nada disso, graças a Deus. E mesmo ali no final, que tava bem difícil, a mentalidade sempre foi em terminar. Em momento nenhum eu pensei diferente disso”, lembra Pâmella.

Uma das provas mais duras da carreira

Foto: @roadpix
Pâmella Oliveira durante o percurso de 180km de ciclismo no Ironman do Havaí

Com currículo extenso no triatlo olímpico e no triatlo de longa distância, a capixaba coloca o Mundial do Havaí como uma das provas mais difíceis que já encarou.

“Já tive algumas provas duras, já fiz bastante provas, viu? Mas essa aqui, se não está no topo, ela tá junto com as do topo!”, brinca a triatleta, que até por isso considera vencedora todas as pessoas que a completam: “Acho que todo mundo que termina (a prova) aqui, mesmo num mau dia, tem que ficar satisfeito porque é realmente uma prova bem dura”.

Em busca de novos desafios

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Pâmella fez parte de uma geração de destaque da natação capixaba na década de 2000. Mas cansou. E foi aí que apareceu o triatlo pra mudar de vez a carreira dela.

“Eu comecei bem cedo na natação e chegou um momento em que eu tava bem cansada da dinâmica, dos treinos, competições. Acho que tinha perdido aquele brilho de competir. Já tava ali na obrigação. E o triatlo veio pra mudar essa dinâmica de treinamento e também de novos desafios”, explica a capixaba, que reencontrou na nova modalidade a vontade de melhorar e evoluir.

Primeiro, veio o triatlo olímpico, com distâncias de 1,5km de natação, 40km de ciclismo e 10km de corrida. Depois, as longas distâncias até chegar ao Ironman e seus temidos 3,8km de natação, 180km de ciclismo e 42,2km de corrida.

“A gente, em geral, é movido a desafios. Eu sempre busquei muito a performance, sempre com foco nos resultados, porque eu vivo disso! Eu vivo desses meus resultados e eu gosto de competir. É uma coisa que me traz felicidade estar em alto nível, estar competitiva”, afirma a triatleta, que lembra como foi a transição para as longas distâncias:

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“A gente vai mudando, vai tentando coisa nova, vai vendo o que rola e que não. Comecei na longa distância e sabia que um dia ia fazer o Ironman, mas não tinha ainda isso muito certo na minha cabeça nem quando, nem onde. A primeira foi em 2019, antes da pandemia, e foi até assim ‘vamos fazer’. Me preparei e logo de cara foi uma boa prova. Então, vimos que dava pra trabalhar em cima dessa distância também pra estar melhorando”.

Currículo de conquistas

Foto: Divulgação
Pâmella na prova de triatlo da Rio/2016

No triatlo olímpico, Pâmella foi bronze no Pan de Guadalajara/2011 e medalha de ouro na prova de revezamento misto e prata no individual nos Jogos Sul-Americanos de Santiago/2014, além de ser uma das representantes brasileiras nos Jogos Olímpicos de Londres/2012 e do Rio/2016.

Já nas chamadas provas de longa distância, foi quarta colocada no Mundial de Ironman 70.3 — 1,9 km de natação, 90 km de ciclismo e 21 km de corrida — em 2018, em Port Elizabeth, na África do Sul, melhor resultado de uma brasileira na história da prova. Na mesma distância, é bicampeã do Ironman 70.3 do Rio e campeã do Ironman 70.3 de Florianópolis.

Sendo quem ele é, a única pergunta a se fazer agora é: qual será o próximo desafio?

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