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Esportes

São Paulo e Palmeiras se enfrentam em busca de retomada e afirmação

Estadão Conteudo

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Os 16 anos sem derrotas do São Paulo para o Palmeiras no Morumbi podem até servir de combustível para o confronto decisivo deste sábado, às 18 horas, pela 28.ª rodada do Campeonato Brasileiro. Mas o fato é que há muito mais em jogo neste duelo com cara de mata-mata entre concorrentes diretos ao título do que simplesmente quebrar uma sequência ruim do Palmeiras ou manter a invencibilidade dos donos da casa.

Para os anfitriões, ganhar terá dois significados importantes: passar novamente à frente do rival, que tem um ponto a mais (53 a 52) na tabela, e interromper período de desconfiança e oscilações no torneio. Vindo de três empates consecutivos - Botafogo, América-MG e Santos -, o time de Diego Aguirre faz campanha intermediária no returno, razão pela qual acabou perdendo fôlego e moral. Há quem diga que, se não ganhar, não terá mais forças para reagir.

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"Temos de vencer. Tivemos vários resultados que não queríamos nos últimos jogos. Não podemos perder pontos, ainda mais num confronto direto", entende o meia Nenê. Somar três pontos também significa impedir que o adversário aumente sua vantagem. São Paulo e Palmeiras são rivais diretos na ponta da tabela.

A esperança da torcida está na possibilidade de Aguirre escalar formação titular, com os retornos de Arboleda, suspenso no último jogo, e especialmente de Everton, recuperado de fibrose na coxa. Será apenas a segunda vez em nove partidas no segundo turno que o uruguaio terá todos à disposição, o que ajuda a explicar a queda de desempenho no returno.

Ocorre que não tem sido fácil para ninguém enfrentar o Palmeiras. O visitante também têm razões para não entrar em campo pensando apenas no tabu. Fora o fato de derrubar pela segunda vez neste Brasileirão o rival direto pela taça - ganhou em casa no primeiro turno por 3 a 1 -, a equipe de Felipão atravessa momento de alta: chegou ao topo do Nacional na rodada anterior e acaba de se classificar à semifinal de Libertadores após 17 anos de ausência no Top 4 continental. "Não dá para esconder que o Palmeiras vive grande momento e é protagonista nas competições que está disputando. Agora é a hora em que as coisas afunilarão", disse o goleiro Weverton.

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Ao contrário do São Paulo, cuja escalação dificilmente terá surpresa, cravar os 11 palmeirenses é tarefa das mais complicadas. Nas últimas rodadas, o técnico Luiz Felipe Scolari mesclou o time por causa dos jogos de meio de semana nos torneios mata-mata, preocupado com o desgaste físico do grupo. Após o duelo com o Colo-Colo, quarta-feira, ele teve dois dias para recuperar os atletas. Sexta-feira, por exemplo, nem o lateral Diogo Barbosa nem o zagueiro Edu Dracena apareceram em campo durante os 15 minutos de acesso que os jornalistas tiveram ao treino.

Mas e o tabu? Na prática, os 24 jogos sem perder dos são-paulinos (15 vitórias e nove empates) têm pouco a ver com os 22 atletas que deverão atuar neste sábado. Afinal, a maioria era criança naquele 20 de março de 2002, quando os palmeirenses venceram pela última vez no Morumbi. Os mais velhos, Nenê e Felipe Melo, tinham 21 e 18 anos, respectivamente, na época.

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Além disso, os elencos atuais têm pouco tempo de casa. Exceção a Dudu, que já está há mais de três anos na Academia, ou Reinaldo, que entre idas e vindas conhece a história do clássico desde 2013, quando chegou ao Morumbi, os demais não vivenciaram muitos confrontos entre as duas equipes. "Isso é legal para a imprensa, para o torcedor brincar. Mas duvido que o Felipão trabalhou a semana dizendo ‘ó, faz tantos anos que não vence’. E nem o Aguirre está mais tranquilo porque faz tantos anos que não perde", aposta Alex, protagonista naquele 4 a 2 válido pelo Torneio Rio-São Paulo de 2002, quando marcou gol antológico com direito a chapéu em Rogério Ceni antes de balançar as redes. Se foi ou não utilizado pelos treinadores na preparação do jogo, o fato é que o tabu não pode ser ignorado.

No lado são-paulino, ainda há outro componente relevante envolvendo o Morumbi. Neste Brasileirão, a equipe não perdeu nenhuma das 13 partidas disputadas em seu estádio: ganhou nove e empatou quatro.

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Por fim, Aguirre defende um tabu pessoal. Desde que chegou ao clube, em março, não foi batido em clássicos em casa. Ganhou duas vezes do Corinthians e uma do Santos - as derrotas para Corinthians e Palmeiras foram como visitante, assim como o empate com o Santos.

Barreiras que o Palmeiras de Felipão parece preparado para derrubar. Só nesta semana que passou, foram duas escritas encerradas: no último domingo, voltou a derrotar o Cruzeiro após três anos de resultados adversos. Na quarta, ao eliminar o Colo-Colo e carimbar seu lugar na semifinal da Libertadores, encerrou jejum de quase duas décadas sem estar entre os quatro melhores da América.

"Eu me lembro bem que, em 2016, o que tinha de tabu para a gente quebrar… Todo jogo era tabu. Não vamos preocupados com tabu, vamos preocupados em vencer porque o campeonato necessita disso", destacou o meia Moisés, referindo-se à campanha do título brasileiro de dois anos atrás, quando o clube saiu de uma fila de 22 anos sem conquistar o Nacional e, pelo caminho, quebrou marcas como vencer o Internacional no Beira-Rio após 19 anos de seca.

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Após o clássico, as equipes terão a semana livre para curtir o resultado positivo ou chorar a derrota. O São Paulo só encara o Inter no domingo que vem, mesmo dia em que o Palmeiras receberá o Grêmio.

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