/1034847/FOLHA_VITORIA_AMP_TOPO |
Esportes

Após acordo com justiça, José Maria Marin vai aos Estados Unidos a contragosto

Fontes próximas ao processo na Suíça revelaram à reportagem que não houve mudança de posicionamento do ex-presidente da CBF, que inicialmente rejeitava a transferência

Estadão Conteudo

Redação Folha Vitória
audima
audima
Marin aceita ser extraditado Foto: R7
pp_amp_intext | /1034847/FOLHA_VITORIA_AMP_02

Zurique - José Maria Marin só aceitou ser extraditado aos Estados Unidos após fechar acordo com a Justiça norte-americana e a sua decisão não foi voluntária. Fontes próximas ao processo na Suíça revelaram à reportagem que não houve mudança de posicionamento do ex-presidente da CBF, que inicialmente rejeitava a transferência, apostando que ainda conseguiria voltar ao Brasil. O que pesou foi um acordo costurado durante meses.

Foi a negociação que acabou atrasando uma definição sobre o brasileiro, que em junho havia entrado com um recurso na Suíça para não ser extraditado. Seus advogados se lançaram em um diálogo com o Departamento de Justiça para garantir que, em uma ida aos Estados Unidos, Marin receberia certos privilégios.

Pelo entendimento, o ex-presidente da CBF continuará a se declarar inocente e o processo vai seguir seu trâmite durante 2016. Mas ele aceita "colaborar" com a investigação e coloca uma parte significativa de seus bens nas mãos da Justiça. Isso vai incluir até mesmo uma garantia assinada por sua mulher.

pp_amp_intext | /1034847/FOLHA_VITORIA_AMP_03

Por enquanto, ele não teria de delatar ninguém. Mas a Justiça dos Estados Unidos voltará a propor isso a Marin. Um dos focos dos norte-americanos é traçar o envolvimento de Kleber Leite, Marco Polo Del Nero e Ricardo Teixeira.

Ao chegar aos Estados Unidos, Marin ficará no máximo 72 horas em uma prisão e já será levado para seu apartamento em Nova York. O prazo é apenas para garantir que o depósito seja feito em uma conta da Justiça, além de trâmites burocráticos. O brasileiro, porém, poderá acompanhar seu julgamento de um flat com vista para a 5.ª Avenida, com um quarto, sala e cozinha.

Aos advogados suíços, Marin não conseguiu negar que os fatos apontados no indiciamento são falsos. Em um primeiro encontro na prisão, no início de junho, o brasileiro se dizia inconformado com as acusações e o fato de estar preso. Mas, na reunião seguinte, ao ser confrontado com o ato de acusação, mudou radicalmente de tom. Sua frustração teria sido com o comportamento de José Hawilla, o empresário que o gravou em uma conversa pedindo propinas para a Copa do Brasil.

pp_amp_intext | /1034847/FOLHA_VITORIA_AMP_04

ACORDO - Seus advogados nos Estados Unidos optaram por buscar um acordo, no mesmo padrão do feito com Jeff Webb, o ex-vice-presidente da Fifa. O cartola entregou relógios de luxo, propriedades, carros e até o anel de noivado de sua mulher. Mas o acordo esbarrava em outro problema: quem pagaria a conta da fiança. O ex-dirigente indicou que não estaria disposto a arcar sozinho com a conta da fiança, que pode chegar perto de US$ 10 milhões.

A Justiça na Suíça também colaborou e aguardou por um acordo entre Marin e os norte-americanos antes de dar sua posição. Isso porque, se os suíços o extraditassem pelas vias legais, Marin chegaria aos Estados Unidos eventualmente sem um acordo, deixando-o mais vulnerável. Por isso seu processo levou mais de cinco meses e acabou sendo o último dos sete cartolas presos em maio a ser tratado.

Com todos esses aspectos solucionados, a Justiça suíça então convocou Marin para uma audiência na última terça-feira e o questionou se ele estaria disposto a ir voluntariamente aos Estados Unidos. A resposta foi "sim".

/1034847/FOLHA_VITORIA_AMP_FINAL_DA_MATERIA |
/1034847/FOLHA_VITORIA_AMP_FINAL_DA_MATERIA |

Nós utilizamos cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência em nossos serviços, personalizar publicidade e recomendar conteúdo de seu interesse. Ao utilizar nossos serviços, você concorda com tal monitoramento. Saiba mais sobre nossa Política de Privacidade.