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Esportes

Karatê Kid em Vitória? Casal constrói casa japonesa pra ensinar caratê em Vitória

Casal capixaba de mestres ensina caratê em um dojo construído por eles próprios e inspirado na cultura de Okinawa, cidade natal do personagem senhor Myiagi no filme

Flávio Dias

Redação Folha Vitória
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Foto: Thiago Soares/Folha Vitória
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Karate Kid é uma franquia do cinema que marcou gerações. na década de 80, a relação entre Daniel-san e senhor Miyagi virou referência na cultura mundial. Quem não lembra do chute voador do Daniel-san pra ganhar o campeonato de caratê?

Por sinal, um movimento que foi reproduzido décadas depois pelo lutador Anderson Silva na famosa luta contra o Vitor Belfort no UFC, em 2011.

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KARATE KID EM VITÓRIA

 A franquia voltou às telas em 2010, com uma nova versão e com o astro Jackie Chan no papel de professor. Para as gerações mais novas, porém, a maior referência é a série Cobra Kai, que apresentou à galera mais nova o próprio Daniel-san, agora como sensei.

Foto: Divulgação/Columbia Pictures
Cena histórica do primeiro filme arate Kid, com Daniel preparado o chute em Johnny Lawrence

E é exatamente este clima de Karate Kid que você sente ao entrar no “dojo” Kominka. uma academia de caratê em Jardim da Penha, mas que na verdade é um pedaço do Japão dentro de Vitória. É impossível não sentir que, a qualquer momento, seu Miyagi vai surgir por ali!

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REPRODUÇÃO DE UMA CASA ANTIGA OKINAWANA

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A construção, por sinal, reproduz uma casa de Okinawa, cidade natal do seu Miyagi e cidade considerada o berço do caratê.

O dojo foi construído pelo sensei Zé Mário, depois que ele e a esposa, a sensei Rosi, passaram dois meses em Okinawa, estudando caratê e a cultura okinawana com uma bolsa oferecia pelo governo japonês.

Foto: Thiago Soares/Folha Vitória
Sensei Rosi e sensei Zé Mário: casal construiu a casa com as próprias mãos em homenagem a Okinawa

Quando voltou ao Brasil, o casal tomou decisão de construir a casa como uma réplica de uma casa antiga okinawana.

“Realmente, o dojo tem uma relação com os filmes Karate Kid e com a série Cobra Kai. Primeiro, o nome do senhor Miyagi é inspirado no Bushi Chojun Miyagi, o fundador do estilo de karatê que praticamos, o Goju-ryu Karate-do. Também existe o kata Seiunchin, uma forma que aparece na série e que é um dos katas que fazem parte do nosso currículo”, conta sensei Zé Mário.

Ele lembra que uma das sequências do filme — Karate Kid 2, a Hora da Verdade — se passa justamente em Okinawa.

“A relação mais evidente está em um dos episódios do filme, onde o Daniel-san faz uma visita à ilha de Okinawa, no Japão, com o objetivo de saber mais acerca das origens do karatê do senhor Miyagi. As origens do Goju-Ryu Karate-do estão na Ilha de Okinawa. E esta construção é uma réplica de uma casa antiga (kominka) okinawana”.

VEJA GALERIA DE FOTOS DO DOJO KOMINKA:

Thiago Soares/Folha Vitória
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Thiago Soares/Folha Vitória
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Thiago Soares/Folha Vitória
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Thiago Soares/Folha Vitória
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Thiago Soares/Folha Vitória
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Thiago Soares/Folha Vitória
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QUATRO MESES DE CONSTRUÇÃO

Foram quatro meses para construir o dojo, que hoje é local de aulas de karatê para crianças de 6 a 12 anos e também para adultos.

Foto: Acervo pessoal
Sensei Zé Mário e sensi Rosi com alunos

Os custos foram bancados do próprio bolso e no dojo eles difundem o caratê Goju-ryu okinawano.

“Nós demoramos quatro meses para construir o dojo, com recursos próprios, com as nossas mãos", conta Zé Mário.

A ideia é que, em pouco tempo, o espaço também funcione como uma galeria com exposições da cultura de Okinawa.

"A oportunidade de ter conseguido concretizar a construção do Kominka Dojo significa para mim um ato de conquista, perseverança, cumplicidade e gratidão. Foi preciso acreditar muito no meu marido, bem como nesse projeto que ele replicou fielmente. Enfim, o Kominka Dojo é a forma pela qual podemos transmitir o nosso conhecimento e a filosofia do caratê tradicional de Okinawa, bem como mostrar nossa gratidão pelo povo e a cultura de Okinawa", explica a sensei Rosi.

SEDE DA FEDERAÇÃO INTERNACIONAL NO BRASIL

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O sensei é é instrutor-chefe e representante no Brasil da Federação Internacional de Karatê Goju-ryu okinawano (IOGKF), que tem sede no próprio dojo Kominka.

"Não diria que essa viagem a Okinawa mudou a nossa visão sobre o karatê, pois já praticamos o Goju-ryu de Okinawa há muitos anos e sempre com uma ligação muito próxima às origens, devido à nossa linhagem e à nossa organização internacional. O que mais nos impactou foi a densidade com que vivemos esses dois meses em Okinawa, com um programa especifico de vivências culturais, onde tivemos a oportunidade de conhecer e praticar com mestres de diversos estilos, de visitar monumentos por toda a ilha e, especialmente, conviver com os habitantes da ilha, que são extremamente amigáveis e com um sentido enorme de pacifismo. E foi exatamente isso que nos levou a desenvolver este projeto para divulgar a cultura de Okinawa, como forma de agradecimento a esse povo maravilhoso”, explica o sensei Zé Mário.

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