Felipão se vale de 'espertezas' para dificultar vida de adversários do Palmeiras
O técnico recorre a recursos antigos para despistar os adversários
Os treinos fechados não têm sido a única forma de o técnico Luiz Felipe Scolari manter em segredo suas estratégias para confundir os rivais do Palmeiras. Em sua nova passagem pelo clube, ele já se valeu de recursos antigos para despistar os adversários, como no último jogo, quando dois atletas entraram no vestiário por outro caminho, longe da visão dos jornalistas, como se não fossem atuar.
Bruno Henrique e Borja eram dúvidas para enfrentar o Cruzeiro na Copa do Brasil. Cerca de 1h30 antes do jogo, o elenco chegou ao Allianz Parque e se encaminhou ao vestiário pela zona mista, onde ficam todos os repórteres. Os dois não estavam no grupo.
Felipão confirmou a escalação logo depois. Bruno Henrique e Borja estavam no time. Questionado depois sobre o "drible", o técnico despistou. "Se vocês (jornalistas) não viram, eu não sei, mas eles estavam no ônibus, vieram com o time. Só se desceram de paraquedas", brincou Felipão.
No jogo anterior houve outra medida. Na antevéspera do clássico com o Corinthians, o Palmeiras fez o último treino aberto na Academia de Futebol. Apenas o início do trabalho foi liberado para a presença da imprensa. Nesse momento, a equipe principal foi flagrada com os garotos Gabriel Furtado, Artur e Papagaio, que não foram utilizados na vitória por 1 a 0.
A experiência, e esperteza, de Felipão também se fez presente no duelo da Copa Libertadores contra o Cerro Porteño, em casa. Nos minutos finais, com o time precisando segurar o resultado, o técnico orientou ativamente os jogadores para ganharem tempo. No estádio, houve até "sumiço" dos gandulas. Com futebol equilibrado, o técnico sabe que qualquer detalhe ou informação pode fazer diferença.
PASSADO - Felipão já se valeu do expediente em outras ocasiões do passado. A mais marcante delas ocorreu às vésperas da final do Campeonato Brasileiro de 1996, pelo Grêmio. O lateral paraguaio Arce apareceu no treino com gesso no pé direito na semana que antecedia a decisão com a Portuguesa. Mas jogou e o time gaúcho foi campeão.
Na passagem anterior pelo Palmeiras, ele tomou uma decisão curiosa. Em 2010, em compromisso contra o Universitário de Sucre, pela Sul-Americana, o treinador mantinha como dúvida a presença de Valdivia. Na escalação, divulgada uma hora antes, a equipe tinha somente dez nomes. A 15 minutos do jogo o chileno foi confirmado. O Palmeiras ganhou por 3 a 1, avançou à fase seguinte e a torcida foi ao delírio com o mistério, ao entoar durante o jogo: "Au, au, au, Felipão é genial".