Saiba qual o primeiro passo para deficientes ingressarem no mundo esportivo
Diversos competidores do Espírito Santo têm se destacado na Paralimpíada Rio 2016, a exemplo dos já medalhistas Daniel Silva, no atletismo e Patrícia Pereira, na natação
Com a realização dos Jogos Paralímpicos Rio 2016 e a ascensão dos esportes praticados por deficientes físicos, surge, em muitos capixabas, o desejo de se tornar um paratleta e superar dificuldades. Diversos competidores do Espírito Santo têm se destacado na Paralimpíada, a exemplo dos já medalhistas Daniel Silva, Patrícia Pereira.
O principal motivo para ingresso em uma modalidade esportiva por deficientes físicos é a superação. A paratleta capixaba Jéssica Silva Santana, que atua na seleção brasileira de basquete em cadeira de rodas, por exemplo, iniciou sua trajetória no esporte após assistir uma partida pela televisão. Porém, o principal motivo, foi a vontade de superar a rara síndrome de Guillain-Barré, que desenvolveu aos 4 anos de idade.
De acordo com o treinador de atletismo paralímpico, Luiz Claudio Locatelli Ventura, o primeiro passo a ser dado para se tornar um paratleta, é procurar um local que oferece a prática das modalidades. Ele conta que foi através do projeto Paradesporto, do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes), que o capixaba medalhista de ouro na Paralímpiada Rio 2016 Daniel Silva começou a carreira.
"Daniel começou aqui e atualmente carrega uma medalha dourada no peito, além de outras conquistas. Assim como a maioria dos projetos voltados à prática esportiva por deficientes, esse trabalho é fruto de parceria. Com o apoio da Prefeitura de Vitória conseguimos manter o projeto e revelar talentos", diz. "Atualmente há 80 vagas, já preenchidas. O que preocupa é que temos apenas cinco profissionais ara todos os alunos, quando deveriam ser um para cada cinco", comenta.
O Instituto Reabilitacional e Esportivo para Deficientes Físicos do Espírito Santo (Irefes) tem dois parceiros dentro do Estado: O Centro de Reabilitação Física do Estado do Espírito Santo (Crefes) e a Secretaria Estadual de Esportes (Sesport). A instituição atua com a missão de qualificar socialmente, culturalmente e esportivamente as pessoas com deficiência, melhorando suas condições de vida social e profissional através do esporte e mercado de trabalho.
O técnico da seleção brasileira de basquete em cadeira de rodas, Martoni Sampaio, afirma que a pessoa com deficiência física deve se conscientizar dos cuidados necessários para uma reabilitação. "O deficiente físico que deseja ingressar no esporte tem que enxergar no esporte não só lazer, mas sim um meio de manutenção das condições físicas. A prática esportiva gera qualidade de vida para as pessoas, que vivem melhor e têm mais oportunidades. Essa visão ampliada do esporte é indispensável. Todos os que puderem e tiverem oportunidade devem procurar a reabilitação", fala.
Superação
A deficiência no membro superior esquerdo causada na hora do parto não limitou o capixaba Mário Junior Freitas Corrêa, de 40 anos. Ele faz parte de um projeto paradesporto do Espírito Santo, onde é visto como um líder e exemplo para todos, principalmente pela determinação. Mário atua no atletismo onde faz as provas de lançamento de dardo, disco e arremesso de peso e ele diz ainda que e pouco.
"O esporte me socializou me incluiu me mostrando cidadania, respeito pelo próximo e me dando uma oportunidade de me formar um profissional na área de educação física e não quero para por aqui", afirma Mário.
Serviço
O Centro de Reabilitação Física do Espírito Santo (Crefes) está localizado na Praia da Costa, próximo ao Clube Libanês, em Vila Velha. O atendimento é feito de segunda a sexta-feira. Mais informações: (27) 3636-2163/ (27) 3636-2164.