Presidente do CPB diz que objetivo do Brasil na Paralimpíada é 'duro e agressivo'
O objetivo, estabelecido ainda em 2009, é considerado "duro e agressivo" pelo presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), Andrew Parsons
Rio - Uma das principais forças paralímpicas do mundo, o Brasil inicia os Jogos Paralímpicos do Rio-2016 na próxima semana com uma meta ousada: terminar a competição no quinto lugar do quadro de medalhas. O objetivo, estabelecido ainda em 2009, é considerado "duro e agressivo" pelo presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), Andrew Parsons. Mas o dirigente diz acreditar que o País está preparado. "A gente sabe para onde está indo, qual o objetivo e como chegar", afirmou em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo.
Parsons se tornou presidente do CPB em 2009 e foi reeleito por aclamação quatro anos mais tarde. A meta de ser Top 5 no quadro de medalhas foi capitaneada pelo dirigente. "Se pegarmos os resultados de Londres-2012, estamos falando em ultrapassar Estados Unidos e Austrália, que são potências esportivas", disse. "A gente está se propondo um desafio muito grande e de uma meta lançada em 2009. (Nos Jogos de Pequim-2008) Para chegar em quarto lugar você precisava ganhar 24 ouros. Em Londres-2012, foram 34, então o buraco ficou mais embaixo. Vamos ter que nos superar mais do que de costume".
Para atingir o plano traçado, o CPB decidiu investir mais forte em atletas com histórico de bons resultados. A lógica é simples: como o quadro de medalhas valoriza mais o ouro, o CPB faz o mesmo. "Faz parte da nossa estratégia. Vou dar um exemplo: da Paralimpíada de Pequim para Londres, o Brasil ganhou menos medalhas - a gente saiu de 47 para 43 -, mas subimos de 16 para 21 de ouro", lembrou Parsons. As cinco medalhas douradas a mais na última edição fizeram o Brasil ganhar duas posições no quadro geral, saindo do nono lugar em 2008 para o sétimo em 2012.
A exclusão da delegação russa em função do escândalo de doping poderá ajudar, uma vez que o país terminou em segundo lugar na última edição. Mas a ascensão não é automática, na avaliação do dirigente. "Acho que traz mais incertezas do que certezas. Por mais que você tivesse um rival muito grande, era um rival que pouca gente esperava alcançar".
POLÊMICA - Na semana passada, uma campanha publicitária do movimento paralímpico que teve dois atores sem deficiência como protagonistas causou enorme polêmica. A campanha contou com o apoio e a aprovação do CPB. Nesta quarta-feira, Parsons defendeu o material. "Acho que alguns setores não estão preparados para alguns tipos de abordagem e aí até alguns segmentos de pessoas com deficiência. Ali, basicamente, a gente chama atenção que todo mundo tem as suas deficiências, algumas visíveis e outras não, algumas que te tornam elegíveis para ser atleta paralímpico ou não. Era essa mensagem", disse o dirigente.