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Esportes

Dirigentes sul-americanos voltam a ser alvo de denúncias de corrupção no futebol

Estadão Conteudo

Redação Folha Vitória
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Três anos depois da queda dos cartolas do futebol e às vésperas da sentença de José Maria Marin nos Estados Unidos, o futebol sul-americano volta a ficar atolado em escândalos de corrupção. Dois dos quatro representante da Conmebol estão sob suspeita, enquanto novas revelações sugerem que a troca de favores entre dirigentes e membros de governos não acabou com a operação realizada pelos norte-americanos em 2015.

Há três anos, uma operação do FBI indiciou um total de 40 pessoas por esquemas de corrupção no futebol. A maioria era composta por dirigentes sul-americanos que, em grande parte, admitiram os crimes. Um dos poucos a se declarar inocente foi José Maria Marin, ex-presidente da CBF. Ele foi condenado em 2017 por seis crimes e, no dia 22, receberá sua sentença final de uma corte americana.

A operação ainda levou a região sul-americana a viver uma mudança importante no comando das associações nacionais, com novos líderes que assumiram prometendo mudanças. Mas a realidade tem sido diferente e novos escândalos voltaram a eclodir.

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Um dos casos mais polêmicos abalou o Uruguai. Gravações de conversas entre o ex-presidente da Associação Uruguaia de Futebol (AUF), Wilmar Valdez, e o empresário Walter Alcántara sugeririam favorecimentos em contratos para instalações no Estádio Centenário, em Montevidéu. Valdez ainda insinuou que o Ministério do Interior teria recebido subornos para que a empresa DDBA fosse escolhida para instalar aparelhos de segurança no estádio.

A empresa negou qualquer irregularidade e Valdez, num comunicado à imprensa, explicou que havia sido alvo de um extorsão, que era inocente e que estava se afastando para que o caso pudesse ser elucidado. O cartola indicou que já abriu um processo contra o empresário.

Já o governo emitiu uma nota em que esclarece que a escolha pela tecnologia a ser implementada seria "competência exclusiva" da AUF. O caso chegou até o vice-ministro do Interior, Jorge Vázquez, irmão do presidente do país, Tabaré Vázquez. Segundo o comunicado do governo, o número 2 do ministério "se reuniu com o Procurador-Geral da Nação, Jorge Díaz, para se colocar à disposição".

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Mas a gravação levou Valdez a renunciar no dia 30 de julho, um dia antes das eleições que o reconduziriam a mais um mandato. Ele era um dos representantes da Conmebol na Fifa. O Ministério Público assumiu as investigações e as eleições foram adiadas.

PERU - No Peru, suspeitas também recaem contra o presidente da federação local, Edwin Oviedo. Também numa gravação, a conversa entre ele e o juiz da corte suprema Cesar Hinostroza sugere que o magistrado teria ido para a Copa do Mundo na Rússia à convite do cartola.

Os áudios apareceram no contexto de investigações sobre a atuação da empresa brasileira Odebrecht no país vizinho.

Oviedo se recusou a pedir afastamento do cargo e declarou que "nunca ofereceu ingressos, acomodação ou qualquer benefício impróprio a juízes e investigadores". Num comunicado, deixou claro que somente iria renunciar se a Justiça declarasse que ele cometeu crime. Mas pelos menos cinco diretores da federação pediram demissão. Acusado de tráfico de influência, Hinostroza garante que viajou com seus próprios meios.

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Outro representante sul-americano na Fifa, o colombiano Ramón Jesurún, também é alvo de suspeitas. Ele é investigado pela Superintendência de Indústria e Comércio do país por suposto desvio de 42 mil ingressos de jogos da Colômbia nas Eliminatórias da Copa junto com o ex-presidente da federação, Luis Bedoya, também indiciado por corrupção pelo FBI em 2015.

A denúncia aponta que nove jogos da seleção colombiana teriam registrado o desvio de milhares de ingressos, revendidos com um ágio de 350% pelos dirigentes e que teriam faturado US$ 4,5 milhões (cerca de R$ 17,4 milhões). Para o investigador Felip Robledo, encarregado do caso, "o desvio massivo e revenda apenas poderiam ter ocorrido com a ação da federação". "Tivemos ações deliberadas e omissões deliberadas da federação e seus executivos."

Jesurun declarou que a Federação "aceita e acata os temas da Justiça". Mas alertou que a imprensa publicou a história como se fosse "um feito concluído". "Estamos apenas no início de uma investigação. O futebol colombiano é limpo", garantiu.

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Procurada, a Fifa se limitou a dizer por meio de um porta-voz, que "como regra geral, o Comitê de Ética não comenta sobre alegações ou potenciais processos".

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