Del Nero diz que sua 'inocência' será provada em tribunal 'democrático'
Marco Polo Del Nero insiste que é inocente das acusações de corrupção e que isso será provado em "qualquer tribunal democrático"
Banido do futebol e sem poder sair do Brasil sob o risco de ser preso e indiciado pelo FBI, Marco Polo Del Nero insiste que é inocente das acusações de corrupção e que isso será provado em "qualquer tribunal democrático".
Nesta quarta-feira, o Estado revelou que Del Nero e José Maria Marin, os dois últimos presidentes da CBF, se reuniram para organizar a eleição de Juan Napout ao comando da Conmebol e, assim, manter o esquema de corrupção que existia no futebol sul-americano. A informação faz parte de uma carta enviada pela Fifa para a Justiça americana.
No documento, os advogados da entidade apontam que Marin montou um "esquema com Juan Angel Napout, Marco Polo del Nero e outros dirigentes sul-americanos para ter Napout eleito presidente da Conmebol, onde Napout poderia melhor dirigir os esquemas de corrupção".
Napout assumiu a Conmebol em março de 2015, dois meses antes das prisões dos dirigentes esportivos. Seus dois antecessores no cargo foram indiciados posteriormente: Nicolas Leoz e Eugênio Figueredo. O paraguaio prometeu transparência na entidade e reformas. Mas em dezembro de 2015 foi a vez dele ser preso, sendo condenado por corrupção em 2017.
Em resposta ao Estado, Del Nero atacou a posição dos advogados da Fifa. "Achismo é o nome dessa conclusão desses advogados", escreveu, em uma mensagem à reportagem. "Napout foi candidato e eleito por unanimidade", disse.
"Sou inocente de qualquer acusação que possa existir e minha conduta ilibada ficará provada em qualquer tribunal democrático, político e que tenha como parâmetro a procura da verdade na busca da prova real, verdadeira e não de suposições e, repito, achismos", disse Del Nero.
Seus advogados ainda vão recorrer da decisão da Fifa que o baniu no futebol. Mas, para isso, aguardam ainda os documentos do Comitê de Ética da entidade. Nos EUA, Del Nero é suspeito de ter recebido US$ 6,5 milhões (R$ 24,4 milhões) em propinas com acordos na CBF e Conmebol.