Atletas capixabas são promessas na ginástica rítmica e artística
Seguindo o exemplo de Natália Gaudio, jovens atletas já somam experiências e colecionam conquistas e experiências
Quem acompanhou a última edição dos Jogos Olímpicos, realizados no Rio de Janeiro, em 2016, certamente vibrou e torceu pelas equipes brasileiras das diversas modalidades esportivas. No meio de tantos atletas de todo o mundo, também estavam representantes capixabas, que defenderam o nosso país.
Participar da maior competição olímpica do mundo certamente é um sonho para qualquer atleta. Na modalidade da ginástica, em 2016, o Espírito Santo ficou muito bem representado por Natália Gaudio que, junto com a equipe, conquistou a nona posição no ranking da modalidade. Em busca deste sonho e de alcançar novas conquistas, diversas crianças, adolescentes e jovens se dedicam em treinamentos diários, muito esforço e até abrem mão de muita coisa.
A ginasta Giovana Santos da Silva, 16 anos, é um exemplo. Ela é natural de Pinheiros, no norte do Espírito Santo. Para viver este sonho esportivo, ela e a família se mudaram para a Grande Vitória, em busca de melhores condições para treinamento. “O apoio da família é muito importante para qualquer atleta. Eu treinei e, como estava me destacando, fiz um teste aqui em Vitória e passei e agora estou treinando aqui”, conta.
A mudança valeu a pena. Com apenas 16 anos, a Giovana já carrega uma vasta bagagem de experiências e coleciona diversas conquistas no esporte. Ela já participou, inclusive, da Copa Panamericana de Clubes, na Argentina, e do Mundial Escolar Gymnasiade, no Marrocos. Isso sem falar nas conquistas nacionais e estaduais.
Para a jovem atleta, cada conquista é motivo de orgulho e felicidade. “É um sonho realizado poder ver o seu trabalho mostrado com tanta perfeição e com carinho. A gente treina cinco horas por dia para chegar entre as melhores”, disse.
Quem também dedica boa parte do tempo ao treinamento da ginástica é a Emanuelle Lima, 22 anos. Na Olimpíada Rio 2016, ela também fez parte da seleção brasileira. Para ela, uma conquista inigualável. ““Foi um sonho realizado e uma meta alcançada. Ficamos em nono lugar e isso foi uma posição muito boa. Foi muito legal estar em contato com outros atletas de outras modalidades em busca de um mesmo objetivo”, disse.
Emanuelle também já tem títulos de campeã Pan-Americana e Sul-Americana. Apesar de não estar mais na seleção, ela segue nos treinos em busca de novos desafios e novas conquistas. “Este ano tem mais uma competição, em novembro. Estou me preparando bastante”, conta.
O treinamento não é fácil. São cinco horas de atividades por dia, de segunda a sexta-feira. Um dos principais locais de treinamento é o Ginásio de Ginástica Rítmica e Artística Eduarda Mello Queiroz Rodrigues Pinho, localizado no bairro Bento Ferreira, em Vitória. No local, além da estrutura, as atletas ainda contam com uma academia para aumentar ainda mais o condicionamento físico.
A Giovana e a Emanuelle fazem parte de uma equipe treinada sob a orientação da treinadora Gizela Batista. Para ela, o Espírito Santo é uma referência na modalidade esportiva. “Tentamos manter o nível, mas está difícil, por causa da crise. Conseguir patrocínio é complicado. Tentamos fazer nosso treinamento focado nas competições, mas tem esta parte mais trabalhosa também”, relata.
A treinadora ainda relata que a falta de apoio financeiro é um verdadeiro empecilho para que novos atletas tenham melhores condições de treino. “Depois da Natália (Gaudio), houve um buraco no Estado. Os pais ajudam muito e fazem de tudo para as meninas conseguirem alguma coisa. Isso é muito ruim para nós. Estamos tentando subir com essas meninas. Temos muitas meninas que podem entrar em seleção de conjunto e não queremos perder elas”, disse.
Campeões do Futuro
As ginastas treinadas pela Gizela fazem parte de um projeto chamado Campeões do Futuro, do Governo do Espírito Santo em parceria com a prefeitura de Vitória. Em todo o Estado, são mais de 48 mil atletas espalhados nos 78 municípios capixabas e treinando 27 modalidades esportivas.