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Esportes

Tochas olímpicas viram objeto de desejo mundo afora

Estadão Conteudo

Redação Folha Vitória
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Rio -

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A Olimpíada do Rio nem tinha começado e já havia réplicas da tocha olímpica à venda em sites de leilões e compras. E, pela primeira vez, interessados de qualquer parte do mundo podem entrar no site do Comitê Organizador dos Jogos e dar seus lances - até então, somente os cidadãos do país-sede do evento podiam tentar comprar os produtos. O negócio vai fervilhar ainda mais o mercado das tochas olímpicas, que envolve lances milionários em leilões ao redor do planeta - a primeira oferta para as tochas cariocas, por exemplo, é de R$ 15 mil.

Uma das mais disputadas, por exemplo, é a da Olimpíada de 1952, realizada em Helsinque, na Finlândia. Ao contrário das demais competições, nas quais são produzidas inúmeras réplicas, naquele ano apenas 22 foram confeccionadas, que logo se tornaram objeto de adoração dos colecionadores. Por causa disso, os leilões dessa tocha, além de raros, atingem valores respeitáveis - em 2006, por exemplo, uma única peça foi arrematada por U$ 185 mil, cerca de R$ 592 mil.

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É justamente a tocha de Helsinque que desfalca a coleção iniciada pelo banco Bradesco, em 2010 - uma réplica ocupa a ala em que outras 18 peças originais estão em exposição no Parque Olímpico, desde a mais simples (a de Berlim, de 1936) até as mais recentes e arrojadas esteticamente, como Sydney-2000 e Londres-2012. O banco garimpou durante três anos para reunir todas, colecionando também histórias pitorescas. Como a dos Jogos de México-1968, os únicos com quatro modelos diferentes de tocha olímpica. Na coleção, estão dois tipos.

A tradição de se organizar uma corrida por vários pontos do país até se chegar à cidade sede dos Jogos começou em 1936, em Berlim. Foi a segunda novidade olímpica, pois, quatro anos antes, em Amsterdã, a tradição do fogo olímpico ressurgiu com o acender de uma pira, mas não havia ainda a corrida que se tornou tradicional no evento.

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Em Berlim, o revezamento da tocha envolveu 3 mil corredores que percorreram diversos locais até chegarem ao estádio olímpico, uma estratégia calculada em detalhes para que a chegada coincidisse com o exato momento da festa.

Desde então, criou-se uma eterna expectativa sobre o fogo olímpico. Nos Jogos de Barcelona, em 1992, por exemplo, o gesto teve um grande efeito visual: a pira foi acesa por uma flecha em fogo disparada pelo arqueiro Antonio Rebollo - na verdade, ele errou o alvo, mas a pira "milagrosamente" acendeu.

Quatro anos depois, a comoção surgiu quando se descobriu o ex-atleta que acenderia a pira olímpica: o ex-boxeador Muhammad Ali, que já sentia os efeitos do mal de Alzheimer.

Aos poucos também se criou uma rivalidade estética entre os comitês organizadores para ver quem desenvolvia a tocha mais criativa. De um estilo mais clássico, que rendia homenagem aos gregos antigos, até o arrojo de modernidade, as peças revelam também particularidades das cidades sede. Basta espiar a tocha de Sydney-2000, cujos delicados contornos fazem referência à Ópera da cidade, seu principal cartão postal. Também a do Rio, criada pela empresa Chelles&Hayashi Design, faz lembrar a Cidade Maravilhosa, com o desenho da calçada de Copacabana, o mar e a montanha.

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“Nossa intenção é trazer um pouco da história olímpica e também oferecer a oportunidade para o torcedor acompanhar a evolução do design das tochas”, conta Fabio Dragone, superintendente executivo do Bradesco e responsável pelo projeto olímpico.

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