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Esportes

Temer garante recursos para Rio-2016 e ironiza ausência no encerramento

Estadão Conteudo

Redação Folha Vitória
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Rio -

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O presidente em exercício Michel Temer acertou nesta quinta-feira um aporte financeiro de R$ 250 milhões para cobrir o rombo na organização dos Jogos do Rio-2016 e garantir a realização da Paralimpíada, em setembro. Ele fechou os detalhes da ajuda aos Jogos numa reunião de duas horas no Parque Olímpico.

A visita relâmpago de Temer ao Rio foi uma tentativa de compensar a decisão de não comparecer à cerimônia de encerramento da Olimpíada, marcada para o domingo, para evitar mais vaias do público. "Estou pedindo para reservar para a Paralimpíada. Eu virei à Paralimpíada", ironizou, ao ser questionado sobre o medo da reação negativa das arquibancadas.

No encontro com autoridades e representantes do Comitê Rio-2016, ele rompeu uma promessa dos organizadores do evento, ratificada em várias oportunidades ao longo de sete anos, de não usar dinheiro público na Olimpíada. Temer fez questão de mandar uma mensagem ao movimento olímpico e mostrar seu compromisso com a Paralimpíada, que nos últimos dias foi alvo de dúvidas diante dos problemas financeiros.

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Em um breve pronunciamento após a reunião, o presidente em exercício classificou o evento como "importantíssimo". "Quero insistir na mesma presença, na mesma torcida, no mesmo entusiasmo que os brasileiros demonstraram na abertura e que o mesmo entusiasmo se mostre na Paralimpíada", disse. "Ela é importante para o Brasil, para o mundo e para aqueles que vão participar", completou. "Ao final do evento haverá um reconhecimento da capacidade de organização e estruturação do Estado brasileiro frente a um evento internacional."

Temer evitou dar detalhes da ajuda financeira para a Olimpíada. O governador em exercício do Rio, Francisco Dornelles, informou à reportagem que o presidente bancou o pedido de R$ 250 milhões feito pelo Comitê Rio-2016. Ao ser questionado se contribuiria com parte desse valor, o governador disse que o Estado do Rio já fez "muito". O ministro da Defesa, Raul Jungmann, que também participou da reunião, informou que, do total acertado, R$ 150 milhões virão do município.

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O socorro ao Rio-2016 poderá vir de recursos de estatais e agências como a Petrobras, BNDES, Embratur, Apex e Caixa Econômica Federal. "Discutimos com a Apex e com outras empresas", confirmou Mario Andrada, diretor de comunicação do Rio-2016. "Precisamos de recursos porque a renda de ingressos e patrocinadores tem sido menor do que esperávamos", disse. Apenas 12% dos ingressos para o evento de setembro foram vendidos. A Prefeitura do Rio chegou a tentar comprar 500 mil ingressos. Mas acabou sendo vetada pela Justiça.

Agora, Andrada indica que o dinheiro será usado para comprar comida para os atletas e pagar suas viagens. "Queríamos fazer sem recursos públicos. Mas todos os eventos paralímpicos tiveram apoio oficial. Queríamos fazer diferente", explicou.

Os valores foram anunciados depois que o Tribunal Regional Federal do Rio (TRF) suspendeu uma liminar que proibia que verbas da União e da Prefeitura do Rio fossem repassados ao Comitê Organizador. Por anos, o Rio-2016 insistia que seus eventos não teriam recursos públicos.

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Para os organizadores, uma liminar da Justiça do Rio inviabilizaria a realização dos Jogos Paralímpicos em setembro. A decisão exigia que o Rio-2016 tornasse público todos seus balanços, antes que voltasse a se beneficiar de mais dinheiro público. Mas o presidente do Comitê Organizador, Carlos Arthur Nuzman, e seu conselho não autorizaram a publicação completa dos balanços.

Por conta de problemas de caixa, o Rio-2016 usou parte substancial do dinheiro que estava sendo programado à Paralimpíada para cobrir gastos imediatos. O resultado foi o abandono das finanças do evento de setembro e o começo de um discurso entre políticos e organizadores de que toda a Paralimpíada é bancada em parte com recursos públicos.

Conforme a reportagem do jornal O Estado de S.Paulo revelou, o Rio-2016 chegou a atrasar o pagamento de passagens aéreas para os atletas dos Jogos Paralímpicos, enquanto delegações inteiras alertam que podem não vir ao Brasil. Segundo o Comitê Rio-2016, estatais não podem bancar eventos ou contas passadas. Mas podem fechar um entendimento para financiar a Paralimpíada, numa manobra financeira que acabaria compensando o buraco atual. Um dos argumentos é de que a crise na economia brasileira levou ao déficit nos orçamentos.

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