Técnico do Isaquias quer continuar no Brasil e vai discutir projeto com COB
Jesus Morlán, técnico de Isaquias, festejou as três medalhas do pupilo, mas avisa que, apesar da vontade de ficar no Brasil, ele quer que exista um projeto
Rio - O espanhol Jesus Morlán sempre se recusou a falar sobre o futuro após a Olimpíada por superstição. "Se fala de futuro, esquece o presente", costuma dizer. Técnico de Isaquias Queiroz, ele festejou as três medalhas do pupilo, mas avisa que, apesar da vontade de ficar no Brasil, ele quer que exista um projeto.
"Eu tenho toda vontade do mundo de continuar. Mas não gosto das coisas sem ter um plano. Eu tenho só um rascunho e ideias do que quero fazer. Tem outras pessoas envolvidas, quero sentar com os companheiros para conversar. Eles democraticamente vão fazer o que a gente mandar", afirmou o treinador.
Ele agora vai finalizar um relatório para o Comitê Olímpico do Brasil (COB), que é a entidade que paga seu salário. Depois, sairá de férias com a família, que mora na Colômbia. "Se Isaquias é o destaque no Brasil, também é o destaque no mundo por ser o primeiro canoísta a pegar três medalhas numa Olimpíada. Estou feliz e sei que ele mereceu, porque trabalhou. Eu garanto que trabalhou."
Morlán prometeu ter uma conversa com Isaquias antes de sair de férias. Em pauta estará as mudanças na vida do rapaz após suas façanhas na Olimpíada. O técnico tem como exemplo David Cal, espanhol que foi treinado por ele e que ficou deslumbrado quando teve suas primeiras conquistas. Por isso, quer falar com Isaquias olho no olho.
"O atleta que eu treinava na Espanha ganhou cinco medalhas em três Jogos Olímpicos. Mas eles têm personalidades diferentes. O Isaquias começou a trilhar seu caminho agora, tem de ter paciência. Vai precisar de maturidade para suportar o sucesso. Ele não é mais surpresa, está entre os favoritos e a pressão vai crescer muito para ele", concluiu.