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'Levaria os filhos e vou levar minha mulher à Olimpíada', diz ministro do GSI

Estadão Conteudo

Redação Folha Vitória
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Brasília -

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A menos de uma semana da abertura da Olimpíada, o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Sérgio Etchegoyen, reconheceu, em entrevista exclusiva ao jornal O Estado de S. Paulo, publicada nesta segunda-feira, que ainda existem falhas de segurança, ao se referir a roubos que foram denunciados pelo prefeito do Rio, Eduardo Paes, na Vila Olímpica, e à entrada, sem checagens, em alguns estádios em que serão disputadas as competições.

“Não há dúvida que é um ponto falho. É uma falha lamentável. Mas elas ocorreram e não há como negá-las”, disse o ministro. Sobre a possibilidade de ocorrerem atentados durante os Jogos, o ministro avisou que o País “está pronto” para enfrentar qualquer possibilidade que venha a acontecer. E completou: “Levaria tranquilamente meus filhos e meus netos para a Olimpíada do Rio 2016, como vou levar minha mulher”. A seguir, os principais pontos da entrevista.

O País está seguro para os Jogos Olímpicos?

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Neste momento eu posso assegurar, com toda responsabilidade do cargo que exerço, que todas as medidas de segurança, para todas as possibilidades levantadas, foram estudadas, planejadas e estão em condições de serem desencadeadas. Ou seja, eu levaria tranquilamente meus filhos e netos para a Olimpíada do Rio, como vou levar minha mulher.

Os roubos na Vila Olímpica denunciados pelo prefeito do Rio são falhas na segurança?

Não há dúvida que é um ponto de falha na segurança. Já deve ter sido analisado para ser corrigido para que isso não se repita. É uma falha lamentável, mas elas ocorreram e não há como negá-las.

Foi detectado que a segurança do Engenhão não checou credencial de um repórter e que ele não foi submetido ao detector de metais. Existem muitas falhas?

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A gente tem de se debruçar para ver onde foi a falha. É isso que o sistema de segurança integrada está fazendo. Vendo como as coisas aconteceram e o que terá de ser feito pra corrigir. Precisamos entender o que aconteceu porque o episódio mostrou que houve uma falha, se as coisas se passaram como foi relatado.

Câmeras não foram instaladas em Deodoro. Ainda há muitas brechas na segurança?

Acho que não. O que está faltando, está identificado e é capaz de ser sanado até lá. Temos reunião no dia 2 de agosto, no Rio, com os ministros e todos os envolvidos na segurança integrada, onde vamos repassar todos os pontos da nossa responsabilidade, para ver se há algo que ainda precise de intervenção para correr e substituir. Mas imaginamos que até a abertura as coisas estarão equacionadas.

As prisões realizadas afastam a possibilidade de atentado?

As prisões que foram feitas evitam que esses cidadãos façam atos terroristas. As operações continuam e a gente espera que lá em setembro, quando terminarem os Jogos Paralímpicos, a gente esteja comemorando isso. Evitamos. A grande vitória será essa. Mas nós estamos prontos para enfrentar qualquer possibilidade que venha a acontecer no Brasil.

Dá para dizer que está descartado que possa acontecer algum ato terrorista ou de outro tipo?

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As respostas a estas perguntas são complicadas porque colocam como sim ou não. Eu garanto que a estrutura montada atende e previne tudo que se imagina possível que aconteça em um grande evento desse. É o que eu posso garantir, com muita certeza.

Há novas prisões previstas?

São dados de operações de inteligência sobre os quais não vou falar.

A empresa Artel foi contratada há um mês dos Jogos, para fazer revista do pessoal e eles acabaram descartados agora, há menos de uma semana. É uma falha que na segurança?

Não sei como as coisas aconteceram antes porque não estava aqui. E nem vou criticar o que se passou. O ministro Alexandre de Moraes me garantiu que o problema das revistas pessoais, que seria feito pela empresa Artel, está resolvido. A partir de agora nós estamos resolvendo os problemas, que é muito mais produtivo, do que ficarmos buscando as causas e os culpados.

A Abin fez novas recomendações às pessoas para ajudarem no alerta a possíveis problemas de segurança?

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Não existe serviço de inteligência sem apoio das pessoas comuns. No caso da Olimpíada, nós treinamos algumas pessoas que lidam com a população em geral para identificar sinais que possam levantar suspeita. Isso não é invenção da Abin. É uma prática internacional que nós aprendemos lá fora. Não são agentes e sim colaboradores. Exemplo prático foram os dois terroristas que explodiram a bomba fora do Stade de France. Eles fizeram isso de fora porque foram identificados e não conseguiram se aproximar.

E se acontecer um atentado?

Nós estamos preparados para todas as possibilidades. Mas não vai acontecer.

O presidente em exercício Michel Temer defendeu prisões preventivas. Essa continuará sendo a regra?

Essa é a regra de qualquer serviço que combata o terrorismo no mundo. Qual é a grande angústia de quem trabalha com isso? É prevenir. É evitar que aconteça. Uma vez perpetrado o ato terrorista, ele atingiu o objetivo e praticamente todos que concretizaram estes atos morreram. Ou foram atingidos pela policia ou eram suicidas. A grande vitória é a prevenção.

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O dia da abertura com os chefes de Estado presentes é o momento mais delicado?Todo dia é muito delicado. Na dia da abertura, tudo é crítico, tudo é sensível. Por isso, no dia 2 de agosto, vamos fazer uma reunião no Rio para repassarmos cada passo do dia 5 de agosto.

A chegada da tocha ao Rio está enfrentando manifestações. É mais um problema?

A manifestação de Angra dos Reis tinha sido detectada como possível e há outras possibilidades. Mas a tocha é um símbolo de confraternização. Será que atende a causa de qualquer um de nós agredir este símbolo para atingir um objetivo político, paroquial às vezes, ou até nacional? Acho que existem outras formas de manifestar suas posições politicas e ideológicas.

Vai ter segurança especial para presidente da França? Ou para outro presidente, ou para Michel Temer?

Todos terão a segurança adequada às circunstância de cada um e do evento.

As Forças Armadas ainda poderão ser chamadas para atuar em algum trabalho na área de segurança?

As Forças Armadas sempre que forem chamadas darão a sua quota de sacrifício. Esta é a palavra que empenhou o ministro da Defesa ao presidente da República. As Forças Armadas farão a sua parte.

Lobo solitário é a maior preocupação?

Todas as possibilidades foram levantadas. Existe uma confusão conceitual entre lobo solitário e o autônomo dessas organizações, que são pessoas que assumem um compromisso, sem qualquer vínculo, que não tem lideres, não tem chefes, não integram estrutura nenhuma e acontece como aconteceu na França. Todos eles são pessoas perigosas. Na medida que uma possibilidade de probabilidade sobe, a gente age. E já agimos, como nas prisões feitas pela PF.

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