Entenda a regra polêmica que fez Rafaela Silva perder bronze no judô
Rafaela Silva é punida por movimento irregular e perde bronze na Olimpíada de Paris-2024. Entenda a regra que causou a desclassificação da judoca brasileira
A judoca brasileira Rafaela Silva ficou muito perto de conquistar a medalha de bronze na Olimpíada de Paris-2024. Na disputa pela terceira posição, contra a japonesa Haruka Funakubo, ela levou a luta até o "golden score", que se estendeu por quase cinco minutos. A derrota só foi confirmada depois que a arbitragem puniu a brasileira por um movimento irregular no tatame.
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A judoca brasileira caiu projetando a cabeça para frente do corpo, tocando a testa no tatame antes do restante do corpo. Pelas regras no judô, esse é um movimento considerado irregular e que causa a eliminação do atleta na luta no final da manhã desta segunda-feira (29).
EXPLICAÇÃO DA PUNIÇÃO
A Federação Internacional de Judô proíbe o mergulho de cabeça no tatame desde janeiro de 2022. A explicação para essa punição severa é que o competidor não pode usar a cabeça para tentar ter mais força e encaixar um golpe no adversário.
Além disso, há a explicação de que o movimento pode ser perigoso para o judoca, por concentrar um peso grande em seu pescoço. Por isso, é proibido para preservar a integridade física do lutador.
Mais cedo, na semifinal masculina, outro atleta também foi punido pelo mesmo movimento e foi eliminado da disputa pela medalha de ouro.
MEDALHA ESCAPA POR POUCO
Fora dos Jogos Olímpicos de Tóquio-2021, por suspensão por doping, Rafaela Silva previa voltar ao pódio em Paris-2024. Depois de estar próxima da disputa pelo ouro, a brasileira teve a chance de obter a medalha de bronze na categoria até 57 kg, mas foi desclassificada do combate com Haruka Funakubo, do Japão, por "mergulho".
A brasileira já havia perdido para a sul-coreana Huh Mi-mi na semifinal e não conseguiu se recupera na disputa pelo terceiro lugar.
Este foi o terceiro encontro de Funakubo, sexta colocada no ranking mundial, e Rafaela, a quarta no ranking. Até então, cada uma tinha uma vitória.
"A gente se conhece muito. Estou nessa categoria desde 2008. Já lutei muitas vezes contra essas adversárias. A medalha ficou no detalhe. Acabei falhando hoje e fiquei sem a medalha, Peço desculpas, mas hoje não consegui", lamentou Rafaela Silva, bastante emocionada após a derrota.
Uma das favoritas ao pódio, a carioca volta ao tatame para ajudar na disputa por equipes.
"A medalha hoje ficou no detalhe. Infelizmente, estou indo embora sem medalha. Qualquer competição para mim é muito importante. Foquei muito na competição individual. Agora única coisa que resta é manter a cabeça forte, tem a disputa por equipes ainda e tentar ajudar", explicou.
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DANIEL CAI NA ESTREIA
Mais cedo, o brasileiro Daniel Cargnin foi eliminado logo em sua estreia. O medalhista de bronze em Tóquio-2021 foi superado por Akil Gjakova, atleta de 28 anos do Kosovo e 17º colocado no ranking mundial da categoria até 73 kg. Ele desbancou Cargnin ao aplicar dois waza-ari.
O Brasil soma duas medalhas no judô em Paris-2021. As duas medalhas vieram no domingo (28), com Willian Lima (prata) e Larissa Pimenta (bronze).