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Capixabas Olímpicos

Didi Louzada com fome de vitória na Olimpíada: "Vamos buscar medalha"

Um dos oito atletas do Espírito Santo na Olimpíada de Paris, Didi curte dias de folga em Vitória e garante que a seleção brasileira de basquete vai brigar por pódio

Flávio Dias

Redação Folha Vitória
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Foto: Thiago Soares/Folha Vitória
Didi Louzada brinca com a bola de basquete enquanto curte uns dias de folga após o Pré-Olímpico
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Aos 25 anos, Didi Louzada já viveu algumas das maiores experiências da vida. Dentro e fora das quadras. A próxima, porém, é um privilégio que poucos conseguem aproveitar: ser um atleta olímpico.

O ala-armador capixaba de 1,96m de altura é um dos representantes da geração que recolocou a seleção brasileira masculina de basquete na Olimpíada. A classificação para os Jogos de Paris-2024 veio no domingo (7), com vitória sobre a Letônia, na casa do adversário, diante de 14 mil torcedores no ginásio. A última participação do Brasil em Olimpíadas foi na Rio-2016, quando a seleção se classificou por ser país-sede.

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Didi Louzada é um dos oito atletas do Espírito Santo na Olimpíada de Paris-2024, junto com Déborah Medrado e Sofia Madeira (ginástica rítmica), André Stein (vôlei de praia), Paulo André Camilo (atletismo), Patricia Scheppa (handebol de praia), Pedro Alves e Mikaela Oliveira (taekwondo).

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E apenas o terceiro capixaba a defender a seleção brasileira de basquete em uma edição dos Jogos Olímpicos, uma lista que tem também o ex-ala Luiz Felipe Azevedo, que esteve em Seul-1988, e Anderson Varejão (Londres-2012).

"São momentos que eu vivi e nunca vou esquecer. Saí com 19 anos de Franca pra entrar na NBA, o maio palco do mundo desde cedo. Não tenho palavras pra descrever. Joguei pelo Flamengo na última temporada e foi também um sonho realizado. Tenho certeza que vou alcançar voos ainda maiores e um deles é agora as Olimpíadas", conta Didi.

O ala-armador desembarcou em Vitória na segunda-feira (8) e curte alguns dias de folga depois do Pré-Olímpico antes de se apresentar à seleção brasileira para os Jogos Olímpicos.

Na seleção brasileira principal desde 2018, Didi é da nova geração e vai estrear em Olimpíada. Uma experiência que, do elenco atual, somente quatro jogadores já sentiram: Raulzinho, Huertas, Benite e Felício. A inexperiência é compensada por uma palavra que marca a ambição da equipe: fome de vencer.

"A palavra é fome. É uma seleção jovem, estamos nas Olimpíadas e temos muito pra conquistar ainda. Tem o  Huertas, com 41 anos e jogando bem pra caramba. Poder ver a geração passada com Varejão, Splitter, Nenê, Leandrinho, Alex, Marcelinho Machado e o próprio Huertas, tudo que eles fizeram pelo basquete do Brasil... a gente quer fazer o mesmo ou até mais do que eles fizeram. A fome é grande!"
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BRIGA POR MEDALHA

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O Brasil está no Grupo B, junto com França, dona da casa, Alemanha, atual campeã mundial, e Japão. Os dois primeiros colocados de cada chave avançarão às quartas de final, assim como os dois melhores terceiros.

Uma chave difícil. Porém, o capixaba mostra confiança nos planos de jogo traçados pelo técnico Aleksandar Petrovic e garante que a briga brasileira em Paris-2024 será por um lugar no pódio.

Foto: Thiago Soares/Folha Vitória
"França e Alemanha são potências mundiais do basquete. Vamos pra cima, sem medo de ninguém. Não nos importamos com quem tá vindo do outro lado. O sonho tem que ser alto. Vamos fazer de tudo pra trazer uma medalha para o Brasil, seja de ouro, prata ou bronze. O importante é irmos bem e estamos no pódio. É um jogo de cada vez, um caminho difícil, mas não impossível!"

Bicampeã mundial, a seleção brasileira masculina de basquete tem três medalhas olímpicas na sua história, todas elas de bronze: em Londres-1948, Roma-1960 e Tóquio-1964. Na sua última participação em Olimpíadas, no Rio-2016, foi eliminada na fase de grupos. Em Londres-2012, foi quinta colocada, sendo eliminada pela Argentina nas quartas de final.

APOIO FUNDAMENTAL DA FAMÍLIA

Enquanto descansa e atende aos pedidos de entrevistas, Didi conta com o apoio de perto da família. Desde o início, em Cachoeiro, sempre teve a base familiar como ponto de equilíbrio.

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"Sem o apoio da família você não chega a voos altos. Ter o apoio da minha mãe e do meu tio Ronaldo, que é meu fã número um, é importante pra mim. Eles estão comigo o tempo todo e mostram que eu não posso desistir. Tudo que faço é por eles", conta Didi, que também tem o apoio da esposa, Monique, mãe do pequeno filho do casal, Marlow, de seis meses.

Foto: Thiago Soares/Folha Vitória
Dona Rosane com o filho Didi, agora atleta olímpico: "Está valendo a pena ver a vida que ele tá tendo"

Ao lado do jogador da seleção brasileira, dona Rosane não escondia o orgulho por ver o filho mais novo brilhar.

"A ficha demora a cair. Quando ele foi draftado (para a NBA), demorou. Agora ele é atleta olímpico! Meu Deus! Espero que eles venham com vitórias", conta Rosane.

Ela revela que a família é de esportistas. Irmão mais velho de Didi, João Pedro também jogou basquete e foi quem incentivou o irmão mais novo a entrar no esporte a Lusb, um projeto social em Cachoeiro de Itapemirim. No entanto, um dia acordou sem conseguir se mexer as pernas e foi diagnosticado com uma rara doença chamada Síndrome de Guillain Barré. Por quase quatro anos, ele ficou sem o movimento das pernas.

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Durante esse tempo, dona Rosane dividiu a atenção entre as consultas e viagens a Belo Horizonte para levar João Pedro, na busca pela cura da doença, e o filho caçula que ficava em casa sob os cuidados da avó, em Cachoeiro.

"A gente abre mão de muita coisa pra estar junto. Mas está valendo a pena ver a vida que ele tá tendo, a família que ele criou, é maravilhoso! Ganhando ou perdendo, estou sempre mandando mensagem de apoio. Nosso lema é determinação, garra e perseverança. Não desistir jamais. A hora chega"", garante dona Rosane, que foi atleta de pentatlo.

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