Palmeiras encara Atlético-MG e Dudu tenta provar que seu foco está no clube
Dudu queria ir para a China. Ficou balançado com o assédio do Shandong Luneng, que tentou levá-lo no início deste mês, mas viu o Palmeiras fechar a porta. Frustrado, o atacante terá agora de provar em campo que superou a decepção e recuperou seu foco. A primeira chance para isso será neste domingo, contra o Atlético-MG, às 16 horas, no Allianz Parque, pela 14.ª rodada do Campeonato Brasileiro.
Em tese, trata-se da oportunidade perfeita. Será o primeiro jogo do clube na sua arena depois da pausa para a Copa do Mundo. A última apresentação por lá se deu em 13 de junho, no 1 a 1 com o Flamengo. A expectativa é de casa cheia. Mais de 20 mil ingressos foram vendidos antecipadamente. Além disso, Dudu possui relação especial com o estádio: é o maior artilheiro, com 24 gols. Esses são os aspectos positivos. O que não garantirá ao camisa 7 sossego se as coisas não saírem conforme o esperado.
Vale lembrar que o ano já não vinha sendo de relação muito pacífica entre ídolo e torcida. Em mais de uma oportunidade, Dudu virou alvo de protestos dos palmeirenses, inclusive fora do País - na chegada à Argentina na véspera do jogo contra o Boca Juniors, em abril, pela fase de grupos da Copa Libertadores, por exemplo, o grupo de palmeirenses que aguardava a delegação da equipe em frente ao hotel cobrou mais empenho do jogador.
No clube desde 2015, o atacante tem visto sua imagem se desgastar. A ida para a China representaria não apenas bastante dinheiro no bolso - o Shandong ofereceu 12 milhões de euros (cerca de R$ 54 milhões) para tirar o atacante do Brasil - como uma oportunidade de Dudu respirar novos ares na carreira.
Em janeiro, a diretoria já havia recusado uma proposta do Changchun Yatai, também da China. A oferta foi de 13 milhões de euros (R$ 59 milhões). Além de não aceitá-la, o Palmeiras renovou o contrato do atacante até o final de 2022.
Vale a pena? A pergunta que fica é se o clube fez bem em manter no elenco um atleta insatisfeito. Até quem não trabalha no Palmeiras, como o presidente corintiano Andrés Sanchez, se viu no direito de dar seu pitaco - o cartola alvinegro previu dor de cabeça para os dirigentes palmeirenses no futuro próximo.
Internamente, a avaliação da diretoria e da comissão técnica foi de que Dudu ainda é peça-chave para o principal objetivo do ano, a Libertadores, que o time só volta a disputar em agosto. E se tornou ainda mais essencial após a saída de Keno, negociado com o futebol egípcio, e a lesão do colombiano Borja, que passou por cirurgia no joelho direito após voltar da Copa do Mundo.
Na segunda-feira, Dudu publicou no Instagram um desabafo com a seguinte mensagem: "Feliz ou não, é a lei da vida. Seguir em frente com a cabeça erguida. Superando tudo que está por vir". Instantes depois, suavizou o tom: "Seguir em frente com a cabeça erguida e muito focado para superar tudo que está por vir!".
Roger Machado logo pôs panos quentes: "Ele vai dar seus 110%, como deu até agora. Houve momentos iguais a esse, e ele permaneceu focado", declarou. Neste domingo, o jogo será uma boa forma de analisar se o discurso do treinador encontrará, de fato, eco na atuação de seu atleta.