/1034847/FOLHA_VITORIA_AMP_TOPO |
Esportes

Já de volta ao Brasil, Ricardo Teixeira coloca à venda a sua mansão em Miami

Estadão Conteudo

Redação Folha Vitória
audima
audima
pp_amp_intext | /1034847/FOLHA_VITORIA_AMP_02

Rio - Oito meses antes de acusações de corrupção levarem oito dirigentes da Fifa à prisão, o ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, colocou à venda a casa que possui em Sunset Island, um dos endereços mais luxuosos de Miami. O dirigente comprou o imóvel em 2012 da tenista russa Anna Kournikova. Pagou US$ 7,43 milhões, US$ 2 milhões a menos do que o pedido inicial. Construída no ano 2000, a casa tem sete quartos e oito banheiros e atracadouro para iates.

Segundo um corretor que negocia o imóvel que preferiu não se identificar, Teixeira pedia US$ 15,5 milhões pelo imóvel em setembro. O valor foi reduzido para US$ 13,5 milhões em janeiro e para US$ 12,9 milhões no mês passado. "As pessoas costumam baixar o preço quando concluem que o imóvel foi superavaliado ou quando têm pressa para vendê-lo", avaliou.

pp_amp_intext | /1034847/FOLHA_VITORIA_AMP_03

O nome de Teixeira não aparece nas investigações da Justiça norte-americana que levou à prisão de sete dirigentes da Fifa, entre os quais o ex-presidente da CBF José Maria Marin. Mas os procuradores de Nova York declararam que o caso está "no começo". Entre as operações investigadas pelo Departamento de Estado estão contratos de patrocínio assinados durante a gestão de Teixeira na CBF, de 1989 a 2012.

Após passar uma temporada em Mônaco, Teixeira retornou ao Brasil no início desta semana e se instalou em sua residência no bairro do Itanhangá, na zona oeste do Rio, onde vive uma rotina reclusa. Desde que chegou, ele pouco deixou seu imóvel e durante a semana, frequentemente, recebeu a visita de seus advogados.

Teixeira acompanha em silêncio os desdobramentos do escândalo de corrupção desencadeado pelas investigações da justiça norte-americana, que resultaram na prisão de antigos aliados.

pp_amp_intext | /1034847/FOLHA_VITORIA_AMP_04

Um deles foi José Maria Marín, vice-presidente em seus últimos anos de gestão. Marín é acusado de cobrar propinas milionárias em diversos contratos da entidade, a partir do momento em que sucedeu Teixeira na presidência.

A residência onde Teixeira mora fica em um luxuoso condomínio, que mais parece uma fortaleza, dada a grande quantidade de câmeras espalhadas em seu interior e seguranças armados vigiando o local. Além do ex-presidente da CBF, o atacante Fred, o ator Bruno Gagliasso e a atriz Ísis Valverde são outros famosos proprietários de imóveis no condomínio.

Alheios à repercussão das denúncias de corrupção na CBF e no futebol mundial, os funcionários do condomínio elogiam a "simpatia do Dr. Ricardo Teixeira", que frequentemente faz agrados ao trabalhadores, distribuindo presentes como camisas de futebol e outros materiais esportivos.

pp_amp_intext | /1034847/FOLHA_VITORIA_AMP_05

Momentos depois da detenção de Marín, em Zurique, na Suíça, o atual presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, prestou solidariedade ao "amigo" e vice-presidente de sua gestão, dizendo que as irregularidades que o levaram à prisão foram cometidas na gestão anterior, portanto, na administração de Ricardo Teixeira.

As investigações se aproximam de Teixeira. Um dos alvos das autoridades dos Estados Unidos é o contrato de fornecimento de material esportivo entre uma empresa do país e a CBF. O negócio teria rendido U$ 30 milhões em propina para José Hawilla e um representante da CBF, que à época era gerenciada por Teixeira.

J. Hawilla, como é conhecido, foi um dos réus confessos da operação e já devolveu cerca de R$ 80 milhões à justiça norte-americana após confessar algumas irregularidades. Mas, por enquanto, Teixeira não foi citado formalmente nas investigações.

pp_amp_intext | /1034847/FOLHA_VITORIA_AMP_06

Seu silêncio, porém, não deve resistir por muito tempo. Diante do impacto negativo causado pelas prisões, o senador Romário Faria (PSB-RJ) conseguiu a aprovação de seu projeto de CPI para investigar os bastidores da CBF e da Copa do Mundo de 2014.

O senador acredita que as investigações da CPI podem levar Teixeira e Marco Polo Del Nero à prisão. "Posso afirmar que essa CPI é de verdade, muitos daqueles que fazem mal ao futebol vão pagar pelos seus crime", afirmou em entrevista à TV Bandeirantes. "Tenho esperança que vai sobrar para o presidente da CBF (Del Nero). É o corrupto mor. O Ricardo Teixeira também. Merecem uma vaga ao lado de Marín em uma cela", considerou.

/1034847/FOLHA_VITORIA_AMP_FINAL_DA_MATERIA |
/1034847/FOLHA_VITORIA_AMP_FINAL_DA_MATERIA |

Nós utilizamos cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência em nossos serviços, personalizar publicidade e recomendar conteúdo de seu interesse. Ao utilizar nossos serviços, você concorda com tal monitoramento. Saiba mais sobre nossa Política de Privacidade.