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Esportes

Em livro, jornalista acusa Rio de comprar Jogos de 2016

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Genebra - Um novo livro do jornalista britânico, Andrew Jennings, levanta suspeitas de que o Rio de Janeiro teria comprado votos no COI para ser sede dos Jogos de 2016. A sugestão de que houve um propina faz parte do livro "Omerta" que o britânico acaba de publicar nesta semana, contando detalhes dos bastidores da cartolagem internacional.

A base da acusação é a constatação de que um dia antes da votação em 2009 para saber que cidade ficaria com a sede dos Jogos, o polêmico Jean Marie Weber foi visto na festa de gala do COI, em Copenhague.

Weber havia sido apontado pela Justiça suíça por ser a pessoa que fazia pagamentos de propinas a cartolas de todo o mundo e fechava acordos secretos em sintonia com João Havelange, nos anos em que o brasileiro havia sido presidente da Fifa. Weber também foi o homem que o então chefe da Adidas nos anos 70, Horst Dassler, estabeleceu para intermediar os negócios e até ajudar a eleger Havelange em 1974 como presidente da Fifa.

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Em 2009 no evento do COI, tanto Weber quanto Havelange estavam uma vez mais no mesmo local. "João convenceria um número suficiente de membros do COI e Jean Marie Weber distribuiria o dinheiro", indica o autor. Jennings, porém, não traz provas de que o dinheiro teria sido pago e nem quem teria recebido. "Havelange sabia o preço de todos os membros do COI", aponta o livro, citando o fato de que ele esteve envolvido no esporte por 46 anos e que havia "atuado por décadas" ao lado de Weber.

Segundo o livro, Weber, mesmo apontado pela Justiça suíça como tendo feito parte do esquema de corrupção dentro da Fifa, ganhou uma credencial do COI com direito a permanecer dentro do hotel Marriott, onde estavam os membros do Comitê Executivo do COI que votariam para escolher a sede de 2016. Já os jornalistas ficaram de fora do hotel.

"Ele (Weber) conhecia a todos, especialmente os membros mais antigos dos dias que fazer parte da entidade era uma entrada a propinas de cidades candidatas", escreveu. "Isso nunca acabou. A única mudança é que os negócios eram feitos de forma mais discreta".

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OURO - O livro não se resume aos problemas no COI e traz diversos detalhes ainda sobre a gestão de Havelange no comando da Fifa. O autor, por exemplo, conta como o brasileiro desembarcava no Brasil durante o período em que foi presidente da Fifa com uma mala repleta de barras de ouro e usava o fato de ter um passaporte diplomático para não ser revistado.

Segundo o jornalista, o brasileiro fazia a viagem com as barras de ouro em média cinco vezes por ano. Numa mala de alumínio eram colocados sempre um valor de cerca de US$ 30 mil em ouro. Jennings cita um ex-funcionário da Fifa como fonte de sua informação e aponta que, na volta, Havelange a utilizava para trazer café em pó e distribuir aos funcionários da entidade em Zurique.

CASTOR DE ANDRADE - No livro, Jennings ainda traz uma carta que Havelange teria dado ao bicheiro Castor de Andrade, como uma espécie de apresentação quem ousasse o atacar. Escrita em 2 de outubro de 1987, a carta insiste nos benefícios que Castor de Andrade traz à sociedade e elogia sua "lealdade". "Castor de Andrade é respeitado e admirado por seus amigos, por sua educação e seus feitos", diz.

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"Eu autorizo Castor de Andrade a usar essa declaração em sua conveniência", diz a carta. "Sou o presidente da Fifa e Castor é uma personalidade reconhecida do esporte no Rio". "Aqueles que o atacam talvez ignoram essa lado positivo de sua personalidade", indicou.

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