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Esportes

Haddad muda regras de convênios no Esporte após suspeitas de irregularidades

Estadão Conteudo

Redação Folha Vitória
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São Paulo - A prefeitura de São Paulo resolveu criar critérios mais rígidos para a assinatura de convênios entre a Secretaria Municipal de Esportes, Lazer e Recreação (SEME) e entidades do terceiro setor, clubes, federações, associações e confederações. A partir de agora, cada uma delas poderá receber apenas R$ 500 mil ao ano para realizar os chamados eventos esportivos pontuais.

Na prática, isso vai limitar o acesso a verbas públicas por parte de entidades como a Federação Paulista de Lutas e Artes Marciais (Feplan), dos irmãos Maria José (Marjó) e Fernando Couto, respectivamente ex e atual presidentes.

Realizando eventos de mauy thai, a entidade obteve R$ 848 mil em sete convênios apenas no ano passado, de acordo com dados do Portal da Transparência da Prefeitura. A Feplan, entretanto, ainda recebeu outros R$ 964 mil para ofertar aulas de lutas no projeto Clube Escola. Esses valores, entretanto, não entram na conta da nova regra porque não são eventos esportivos pontuais.

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Outro item do decreto, publicado nesta sexta-feira no Diário Oficial do município e assinado pelo secretário de Esportes, Celso Jatene (PTB), limita o acesso a convênios em casos de entidades que têm dirigentes cruzados. Fernando é presidente também do Instituto Mais Esporte (R$ 663 mil, em quatro convênios) e diretor técnico da Associação Paulista de Desportos (R$ 368 mil, em dois contratos).

Já a Feplan tem como vice-presidente Roberto Godoi, presidente da Associação de Jiu-Jítsu Pró-Esportivo. Só no ano passado, a entidade firmou dois convênios com a SEME, que somam R$ 743 mil. Pelo novo decreto, como Godoi e Fernando pertencem à diretoria da Feplan, a Associação de Jiu-Jítsu, a Mais Esporte e a Associação Paulista de Desportos não poderiam firmar convênios com a SEME para a realização de eventos pontuais. Só nestes casos, haveria economia de R$ 2,122 milhões.

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Para fiscalizar a presença de dirigentes em entidades diversas, foi criado, via decreto, o Cadastro Único de Diretores de Entidades Esportivas (CAUDEE), que "deverá conter os dados de todos os diretores e conselheiros das entidades cadastradas no Cadastro Municipal Único de Entidades Parceiras do Terceiro Setor - CENTS".

A legislação trata apenas de diretores e conselheiros, mas não especifica casos como de Rubens Pereira, o Rubão. O dirigente, que é conselheiro suplente na Feplan, também é presidente da Associação Colossus de Judô (um convênio, de R$ 169 mil) e conselheiro fiscal da Organização Desportiva e Cultural Olho no Futuro (cinco convênios, somando R$ 651 mil). Caso as entidades também sejam impossibilitadas, os cortes em convênios chegariam a R$ 2,94 milhões.

As novas regras modificam o Manual de Celebração de Convênios da SEME, que já exige a exibição, no website da entidade, da "relação nominal atualizada dos dirigentes da entidade", além de estatuto atualizado. A reportagem só localizou, entretanto, websites da Feplan e da Associação de Jiu-Jítsu, entre as entidades citadas. Na prática, a regra não é cumprida, o que impede a percepção de novos elos em convênios já firmados.

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CHAMAMENTOS - Atualmente, os convênios da SEME para a realização dos eventos esportivos pontuais são firmados a partir de proposições das entidades ou de emendas parlamentares. As ONGs/Federações procuram a secretaria com a proposta de realização de um evento e o projeto é submetido à Comissão de Análise de Parcerias (CAP), que pode aprovar ou rejeitar o convênio.

A partir do decreto desta sexta-feira, a SEME vai promover "chamamentos públicos" durante o ano para receber projetos de convênios pontuais, podendo ser divididos em chamamentos temáticos.

A suspeita de irregularidades nesses convênios também fez com que fosse criada a obrigação para que a SEME oficie a Controladoria Geral do Município anualmente para solicitar auditoria nos convênios celebrados na pasta. Um pente fino nos convênios dos últimos dois anos foi iniciado nesta semana.

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OUTRO LADO - Roberto Godoi opina que "esse novo decreto vem ao encontro ao trabalho realizado pela SEME, para normatizar, dar maior transparência e colocar parâmetros nas entidades do terceiro setor, além do suporte ao esporte num todo". A reportagem procurou a Feplan, mas não foi atendida no telefone disponibilizado no site da entidade. Rubão, Fernando e Marjó Couto não foram encontrados.

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