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Esportes

Cuca é apresentado no Atlético-MG e cita caso de estupro: 'Busco um mundo justo para mulheres'

O treinador fez referência a uma situação no Athletico Paranaense, em março de 2024, em que leu uma carta sobre o assunto

Estadão Conteúdo

Redação Folha Vitória
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Foto: Divulgação/ Atlético-MG
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Mesmo com as reações negativas de parte da torcida, o Atlético Mineiro seguiu com a contratação de seu novo técnico e apresentou Cuca em coletiva nesta segunda-feira. Esta é a quarta passagem dele pelo time mineiro. Condenado em 1989 pelo estupro de uma menina de 13 anos na Suíça, onde o Grêmio, seu então time, fazia uma excursão, Cuca teve sua pena anulada em 2024 e iniciou sua apresentação comentando o caso.

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O treinador fez referência a uma situação no Athletico Paranaense, em março de 2024, em que leu uma carta sobre o assunto. Na ocasião, Cuca, com o auxílio de esposa e filha, escreveu que se comprometeria com uma mudança de mentalidade e que entendia que só conseguiu seguir sua vida porque "o mundo do futebol e o mundo dos homens" nunca tinham o cobrado.

"Sei que é um tema que certamente vai vir à tona, com todo o direito. É um tema sensível, delicado, que é o tema do caso da Suíça", disse, nesta tarde. "Eu me prontifiquei, dentro de mim, a tentar ser um homem melhor, e confesso para vocês que tenho aprendido muita coisa". Cuca afirma que tem ouvido muitas pessoas, incluindo a sua família, segundo ele, "muito feminina".

O técnico do Atlético Mineiro quis mostrar seu compromisso com a mudança de mentalidade prometida há um ano. "Hoje eu consigo ver meus defeitos, consigo entender que eu tentava explicar o Cuca, e não era isso que a sociedade queria. A sociedade queria saber do tema, da causa, do que eu como homem podia fazer pela causa", afirmou. Disse ainda que tem participado e incentivado palestras que tratem sobre o assunto dentro dos clubes em que trabalha e que tem feito ações em seu instituto.

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Cuca continuou afirmando que deseja ser uma pessoa melhor não só pelas figuras femininas do seu convívio, mas "pelas mulheres, pelo respeito que as mulheres têm e merecem, pela igualdade", e que se considera um aliado: "busco um mundo mais justo para todas as mulheres".

O treinador concluiu o assunto afirmando que o futebol ainda é um mundo machista, mas que já foi muito pior. Hoje, diz que enxerga a evolução do futebol feminino e quanto as meninas lutam mais do que os meninos para "conseguir vencer". "Essa é uma bandeira que eu levantei e vou empunhá-la para sempre", encerrou.

RELEMBRE O CASO

Em 1987, durante passagem do Grêmio pela Europa, Alex Stival, o Cuca, Henrique Arlindo Etges, Eduardo Hamester e Fernando Castoldi foram detidos, acusados de manter, sem consentimento, relações sexuais com uma menina de 13 anos na Suíça. O caso, que ficou conhecido como "Escândalo de Berna", aconteceu em um hotel da cidade. A garota foi à porta do quarto dos jogadores para pedir autógrafos, quando foi levada para dentro do local e abusada.

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A justiça condenou Cuca e os demais pelo episódio. No entanto, já no Brasil, os condenados nunca cumpriram sua pena, e o crime prescreveu em 2004. Anos depois, em 2023, após sair do Corinthians sob protestos da torcida, Cuca contratou advogados e reabriu o processo. Alegando que o então jogador não teve, à época, um representante legal no julgamento, a defesa pediu que o caso fosse revisto. Como o crime já havia prescrito, determinou-se apenas que a pena de Cuca fosse anulada. Ainda assim, o treinador não pode ser considerado inocentado.

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