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Esportes

Risco de corte de patrocínio estatal deixa esporte brasileiro temeroso

Estadão Conteudo

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O esporte nacional vive uma grande apreensão com a possibilidade de corte em patrocínios estatais nos próximos anos. Muitas confederações passam por dificuldades financeiras e a situação tende a piorar sem o dinheiro da Caixa, BNDES, Correios e Infraero. Apenas Petrobrás e Banco do Brasil avisaram que pretendem manter o mesmo nível de investimento de 2018 para este ano.

As medidas do governo de Jair Bolsonaro ainda são uma incógnita e a própria Caixa solicitou a seus parceiros que façam um relatório sobre a importância do patrocínio para eles e o retorno institucional que dá. Os cerca de R$ 217 milhões investidos em 2018 devem ser reduzidos este ano, com cortes principalmente no futebol.

Nos próximos dias haverá uma reunião com o comando da Caixa para mostrar o alcance desses patrocínios. Para algumas modalidades, como atletismo, ginástica e basquete, além do esporte paralímpico, é inegável o quanto esse dinheiro estatal ajudou na formação de atletas e conquista de bons resultados internacionais.

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"A Caixa é um parceiro histórico do CPB (Comitê Paralímpico Brasileiro) e tem sido fundamental para o desenvolvimento do esporte paralímpico ao longo desses 16 anos. O planejamento que executamos atualmente é de quatro anos e vai até os Jogos de Tóquio. Sem o patrocínio, este planejamento fica inviabilizado, o que prejudicaria todo o segmento de esporte para pessoa com deficiência do país", explica Mizael Conrado, presidente do CPB.

O contrato da Caixa com a entidade paralímpica, de 2017 até 2020, implica o investimento de R$ 95 milhões. "A Caixa sempre foi uma grande parceira e honrou integralmente os compromissos, o que nos permitiu levar o Brasil a outro patamar no cenário internacional, ao sair da 24.ª colocação em Sydney-2000 para o 8.º lugar no Rio-2016. Temos plena confiança de que seguiremos juntos por muito tempo, numa relação cuja sinergia gerou uma das maiores parcerias do esporte paralímpico mundial."

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Em nota, a Caixa informou que os investimentos no esporte para este ano estão sob análise. O BNDES, que em 2018 desembolsou R$ 2.382.441,00 para projetos de canoagem, explicou que os valores para 2019 ainda serão alinhados com a nova administração.

A Confederação Brasileira de Canoagem, que gerencia os valores que são utilizados para os atletas de alto rendimento da modalidade, espera que a situação não piore. "A apreensão é real, porém, estamos trabalhando e adequando nossos projetos à realidade existente", comenta João Tomasini Schwertner, presidente da entidade.

"O BNDES é o nosso principal patrocinador, vamos reforçar os laços que já temos e buscar manter a parceria que foi fundamental para o desenvolvimento da canoagem brasileira. Precisamos de parceiros e hoje o BNDES é o nosso foco. Mas, para mantermos nossas ações, precisamos de patrocinadores. Sempre temos de buscar parcerias", continua.

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No ano passado, os Correios patrocinaram seis confederações, mas apenas duas estão com contratos vigentes. Com isso, as entidades que cuidam dos esportes aquáticos, tênis, rúgbi e handebol podem perder receita, pois os Correios estão analisando ainda as possibilidades.

"Nós já fomos atingidos pela não renovação do contrato de patrocínio com o Banco do Brasil em 2018. Com relação aos Correios teremos o prazo do contrato encerrado em janeiro e teremos de discutir a renovação", diz Ricardo Souza, presidente da Confederação Brasileira de Handebol (CBHb).

PREJUÍZO ESPORTIVO - Em 2013, o Brasil foi campeão mundial de handebol no feminino e no momento a seleção masculina está disputando o Mundial. Mas a falta de recursos atrapalhou a preparação. "Toda perda de recurso impacta negativamente, pois os investimentos deixam de ser realizados, impossibilitando a implementação de ações já planejadas, e em especial o trabalho de base pode ser prejudicado", avisa Souza.

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Com a Confederação Brasileira de Rugby, o contrato com os Correios vence em 15 de fevereiro. A intenção é renovar, mas, caso perca o patrocínio, a entidade vai se adequar. "Deveremos ajustar nosso orçamento para continuar apoiando nossas prioridades estratégicas da forma mais efetiva", afirma Agustin Danza, CEO da CBRu.

A Infraero explicou que não há previsão de novos patrocínios. Atualmente, apoia a Liga Nacional de Basquete (LNB) e o recurso para esta temporada é de R$ 600 mil. "A LNB não tem qualquer sinalização de interrupção de seus projetos com a Infraero. A parceria é motivo de muito orgulho e nos permite contribuir com a divulgação dos bons resultados da gestão transformadora da empresa nos últimos anos", diz a liga.

Entre as estatais, a Petrobrás indicou que vai investir cerca de R$ 80 milhões em 2019, quase o mesmo patamar do ano passado, e o Banco do Brasil pretende manter o valor de 2018, que foi de R$ 55,7 milhões. "A expectativa do BB é a de manter o patamar dos investimentos, cuja plataforma é pautada por critérios técnicos de valorização da imagem da instituição, reforço de sua estratégia negocial e aproximação dos clientes", avisa o banco.

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