Abrir o leque dos procedimentos estéticos para várias categorias correlatas da saúde - de medicina à biomedicina, passando por odontologia e farmácia - democratiza, sim, o acesso aos procedimentos. Por outro lado, o movimento também cria uma “urgência em qualificação”, como observa Pedro Sousa, farmacêutico pós-graduado em Saúde Estética e doutor em Ciências pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).

“Eu rodo o Brasil com os cursos de qualificação estética há dois anos, já tenho bastante aluno formado. Mas senti a necessidade de ter maior controle das variáveis relacionadas aos cursos. O instituto que inauguro, agora, começou a operar em novembro com esse layout mais estruturado e de atenção integral aos profissionais que querem a qualificação para atuar na área da estética. Agora, começo o projeto de também qualificar profissionais para fora do País também”, confidencia o empresário à Coluna Pedro Permuy, que não dorme no ponto.

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“A democratização do acesso à estética fez gigantes do ramo investirem no Brasil, como indústrias que vendem produtos e tecnologias para os profissionais, mas eles precisam saber operá-las da melhor forma para continuar essa progressão” - Pedro Sousa, empresário, farmacêutico pós-graduado em Saúde Estética e doutor em Ciências pela Ufes

O espaço de Pedro, que servirá como point para qualquer profissional que atue ou queira atuar (e esteja apto) na área da estética nasce com a ideia de, ao passo que o acesso ao procedimento foi democratizado, a possibilidade de se especializar nele também seja.

“A missão da instituição é proporcionar qualificação continuada aos profissionais sempre com técnicas e abordagens que são novas. Isso fará os profissionais locais sempre serem acreditados pelos pacientes. Eu venho de um mundo acadêmico (Pedro também é coordenador de pós-graduação) em que nós éramos obrigados a ler inúmeros artigos para entender, de fato, sobre alguma coisa. E ainda assim não era suficiente”, lembra.

E completa: “O que eu vi no mercado da estética é que alguns cursos se preocupam mais com o ‘visual’ da questão do que com o conteúdo, em si. E é justamente por isso que decidi investir na montagem dessas capacitações. Os professores convidados do instituto sempre serão, também, referências em suas áreas e teremos essas participações de fora, que é mais uma forma de agregar informação ao aluno, que poderá ter um panorama micro e macro do cenário do mercado”.

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Falando em mercado, o movimento faz o Espírito Santo dar mais um passo à frente dos outros estados do Brasil em relação ao apelo pela estética e plástica. Mas ainda em avanço aquém de outros grandes centros - o que é, por tendência, pode mudar. “Eu também atendo, além do Espírito Santo, em São Paulo e vi que o crescimento do mercado está mais lento no Estado do que fora dele. Mas é nítido que os profissionais do Espírito Santo estão cada vez mais qualificados e por uma busca cada vez maior por qualificação especializada. Isso alavanca o mercado local e faz com que mais pessoas busquem realizar procedimentos com essas figuras”, considera.

ESTÉTICA ÍNTIMA

Para 2023, além desse up na busca por mais especialização, o que promete ser a bola da vez nos consultórios capixabas é a estética íntima. “Pelas turmas lotadas de profissionais querendo aprender sobre e vendo o movimento nas redes sociais, diria que a estética íntima masculina e feminina serão os grandes assuntos do ano, tanto de preenchimento peniano como rejuvenescimento feminino e procedimentos à base de bioestimuladores, muito disseminados no exterior, mas ainda pouco procurados no Brasil”, avalia.

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E reitera, finalizando: “Sou extremamente resistente à disputa de mercado por profissionais da estética, mas até isso (a busca por novos procedimentos e técnicas) me faz acreditar na qualificação de todos com convivência harmônica entre todos os profissionais que atuam nisso. É um passo fundamental. O instituto que inauguro tem um formato de estar sempre próximo de todos os nichos e a energia que vamos pregar é a de união e amizade. E nada melhor que educação para cumprir esse papel de unir as pessoas”.