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Entretenimento e Cultura

Cartoon de professor capixaba vira meme e ganha destaque internacional

De acordo com o cartunista Genildo Ronchi, a ideia para fazer o desenho partiu de uma realidade, do dia a dia, vivida por ele

Redação Folha Vitória
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Foto: Reprodução / Instagram Genildo Ronchi
O cartoon "O lado bom da vida", de Genildo Ronchi, viralizou na internet nesta semana
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O artista gráfico e professor capixaba referência na área de design Genildo Ronchi, de 53 anos, ganhou destaque nacional e internacional nesta semana depois que o cartoon "O lado bom da vida", feito por ele, viralizou na internet. 

De acordo com o cartunista, a ideia para construir o desenho partiu de uma realidade, do dia a dia, vivida por ele. 

Foto: Reprodução / Instagram Genildo Ronchi

"A ideia surgiu do cotidiano. Na saída para o trabalho, onde pegava ônibus, tinha um terreno baldio, na época. Era um local muito sujo e fedorento. Passava por ali e sempre achava ruim. E eu falei ‘Vou resolver isso olhando para o outro lado até terminar de atravessar. Do outro lado, era justamente onde o pôr do sol acontecia", relatou ele.

A produção do cartoon começou em 24 de agosto de 2013, dia em que Genildo comemorava aniversário. Segundo ele, foi uma tarde bastante produtiva. 

"Passei a tarde elaborando a arte. Inicialmente, o desenho precisava ter uma leitura rápida pra depois desenvolver melhor. Eu postei o cartoon no Facebook à noite. Naquele dia deu bastante visibilidade", contou.

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Depois de oito anos, segundo Ronchi, durante a pandemia da covid-19 neste ano, um internauta alterou o texto do cartoon para fazer uma brincadeira com o desenho. E, assim, aumentou o compartilhamento na internet. 

"Nessa pandemia, nesse ano precisamente, alguém fez uma postagem mudando o textinho. Foi pra contar uma piada usando a imagem. A partir desse, começaram a surgir outros. As estações que fazem memes constataram que o cartoon tinha viralizado como meme", destacou.

Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal

Segundo o professor de design, as diversas alterações feitas por usuários no cartoon possibilitaram que cada pessoa pudesse ser o autor diante da realidade que vivem. 

"Cada um pode se sentir um pouco autor. O que mais gostei. Não tem ideologia, não tem ninguém de lados ideológicos querendo manifestar um lado. Por se tratar de um cartoon e que muitas pessoas colocam manifestam pensamentos políticos, tem que tomar cuidado e ser isolado dos lados", explicou ele.

Se engana quem pensa que o desenho de Genildo são apenas traços sem significado. 

De acordo com ele, cada detalhe foi pensado de maneira profunda contemplando conceitos de iconografia, por exemplo.  

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"Iconografia trata dos elementos visuais que aparecem no trabalho (cartoon). Os janelões do ônibus são as janelas da alma. Uma é escura e a outra clara. Trabalha o conceito de se resgatar da obscuridade, seja ela ideológica ou religiosa", esclareceu Genildo. 

Ainda segundo ele, a sexualidade não está imposta, apesar do personagem ser um homem. A partir da iconografia, foi trabalhado ainda a simbologia e semiótica. O lado das montanhas se refere a um caminho tortuoso.

"Não que seja mil maravilhas, mas o lado alegre também tem um precipício. O acabamento do desenho, as sombras, tudo foi preocupação minha na hora de desenhar. Procurei repetir o mesmo personagem. É a mesma pessoa buscando o mesmo caminho", explicou ele.

Muito mais do que um desenho, o cartoon de Genildo Ronchi abordou outras áreas como filosofia, antropologia, história, geologia e metafísica. De acordo com ele, a obra abrange os dois lados trazendo equilíbrio.

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O cartoon teve um alcance não só no Brasil, como na Europa, Estados Unidos, países árabes e orientais. Devido à grande proporção que obteve, o jornal espanhol El País entrou em contato com o chargista para dar uma entrevista.

"O El País entrou em contato comigo querendo fazer uma matéria. O repórter disse que o cartoon estava sendo super usado na Espanha. A partir disso, começaram a surgir outro convites aqui no Brasil", disse.

Sobre o tempo de produção das artes, Genildo afirmou que a disponibilidade é que define a qualidade da obra. 

"Normalmente depende do tempo disponível. Trabalho mais à noite pra ser publicado. No cotidiano, gasto 20 minutos no máximo e quando tem que colorir gasto umas duas horas. Quando tenho pouquíssimo tempo, jogo uma figura em preto e branco com um texto. Então, quando tenho mais tempo dou uma sofisticada mais para fazer uma charge mais completa", contou.

Sobre Genildo Ronchi

Genildo Ronchi mora com a família na região de Vila Capixaba, em Cariacica. É formado, desde 1993, em Educação Artística na Universidade Federal do Espírito Santo. 

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Depois da graduação, engatou e atuou, durante 26 anos, como infografista e ilustrador em A Gazeta. Atualmente, trabalha com criação, design, inovação e está desenvolvendo um projeto de robótica em parceria com o Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes).  

Além disso, também trabalha, pela manhã, como professor referência de design na Escola de Inovação, próximo ao Parque Moscoso, em Vitória.

Confira a interação do público nas redes sociais:


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