/1034847/FOLHA_VITORIA_AMP_TOPO |
Entretenimento e Cultura

Thurston Moore apresenta em São Paulo sua nova fase

Estadão Conteudo

Redação Folha Vitória
audima
audima
pp_amp_intext | /1034847/FOLHA_VITORIA_AMP_02

São Paulo - Quando o guitarrista Thurston Moore pisar, na noite desta quinta-feira, 4, no palco do Cine Joia, em São Paulo, já fará três anos que o Brasil (e o mundo) viram pela última vez a lendária Sonic Youth se apresentar ao vivo. A banda de Moore com Kim Gordon (sua ex-mulher), Lee Ranaldo e Steve Shelley, criada em Nova York no fim dos anos 1970, se apresentou pela última vez no SWU, em 2011. De lá pra cá, o casal se separou e a banda não mais se reuniu, Moore se envolveu em diversos projetos paralelos e agora volta ao País para apresentar seu The Best Day, álbum solo que teve boa repercussão crítica ao redor do mundo.

Moore conta, no fim da tarde desta quarta-feira, por telefone ao jornal O Estado de S. Paulo, que escreveu todo o álbum em Londres, para onde se mudou há dois anos. "Isso teve muito a ver com a qualidade do álbum", afirma o simpático músico de 56 anos do outro lado da linha. "Sempre fiz álbuns em Nova York com o Sonic Youth, eles eram definidos pelas nossas vidas naquela cidade. Em The Best Day, muitas das emoções da minha vida atual vivendo em Londres estão lá, também", conta.

pp_amp_intext | /1034847/FOLHA_VITORIA_AMP_03

"É um álbum que lida com todo tipo de sentimentos", continua. "Eu gosto de ter uma atitude positiva em relação à vida, mas é claro que não é algo que todo mundo experimenta o tempo todo, então esse álbum tem alguma melancolia, sim." A segunda faixa, Forevermore, por exemplo, é uma odisseia de guitarras que lutam entre si para tentar explicar o que a frase do refrão deixa meio que em aberto: "that’s why I love you forevermore" (por isso que eu te amo para todo o sempre).

Moore gravou o álbum praticamente sozinho, mas logo em seguida formou a banda que agora excursiona com ele ao redor do mundo, a The Thurston Moore Band. Steve Shelley, antigo parceiro de Sonic Youth, segura as baquetas, e o baixo é de Deb Googe, baixista do My Bloody Valentine ("é só uma coincidência [o fato de ela ser mulher tocando baixo, uma característica recorrente das bandas de Moore], mas por mim todos os músicos da minha banda seriam mulheres", afirma, atribuindo um valor feminino à música - "acho que é por isso que pessoas em bandas de heavy metal, como Axl Rose, se vestem como mulheres, para encobrir o fato de que na verdade não há mulheres no palco", completa, entre o cínico e o bem humorado).

pp_amp_intext | /1034847/FOLHA_VITORIA_AMP_04

Mas é com James Sedwards, guitarrista britânico que Moore conheceu em Londres, que a grande novidade acontece. "Enquanto eu toco todas as notas erradas, ele toca as certas, então agora eu meio que dependo dele", brinca. "É uma banda muito cool."

O ex-guitarrista do Sonic Youth, banda que era no início dos anos 1990 uma espécie de estandarte para grupos como o Nirvana e o Dinosaur Jr., diz não ser um músico completo e que o seu vocabulário musical ainda é parecido com o que era - embora a diversão que envolve a música ainda o motive. Moore conta que visitou, na terça, um clube de samba em São Paulo, e amou. "Há uma ideia de beleza nesse estilo que é o que as pessoas buscam na música, que ela seja moralmente elevada, bela, e compartilhada com as pessoas", compara.

Sobre o último show do Sonic Youth, no Brasil em 2011, Moore diz não guardar lembranças tristes. "Eu sabia que aquele seria o último show por um bom tempo, mas para mim Sonic Youth é toda a minha identidade, eu não arranco isso do meu coração, mas a banda está inativa no momento", afirma.

pp_amp_intext | /1034847/FOLHA_VITORIA_AMP_05

Para esta quinta-feira, Moore diz que o show pode também ter coisas mais antigas, desde o Psychic Hearts, seu primeiro álbum solo, de 1995, mas será, com justiça, todo voltado ao The Best Day - segundo o próprio, um "álbum bem mais estratosférico, pesado, maior, mais comprido, mais selvagem". Para o líder do Sonic Youth, expectativa pouca sempre foi bobagem.

POPLOAD GIG com THURSTON MOORE

Cine Joia. Praça Carlos Gomes, 82 - Sé - São Paulo, SP. 11 3231-3705. Quinta-feira, 4/12. 20h - Show 22h. R$180 / R$90.

/1034847/FOLHA_VITORIA_AMP_FINAL_DA_MATERIA |
/1034847/FOLHA_VITORIA_AMP_FINAL_DA_MATERIA |

Nós utilizamos cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência em nossos serviços, personalizar publicidade e recomendar conteúdo de seu interesse. Ao utilizar nossos serviços, você concorda com tal monitoramento. Saiba mais sobre nossa Política de Privacidade.