PEDRO PERMUY

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Entretenimento e Cultura

Peça com capixaba e atriz de Minha Mãe é Uma Peça e Cazuza chega ao ES; ingressos são gratuitos

Alzira Power, do diretor João Fonseca (Vai Que Cola), terá sessão única neste domingo (15)

Pedro Permuy

Redação Folha Vitória
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Foto: Roberto Cardoso Junior/Reprodução/Instagram @andrecelant
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Andre Celant dá vida a Ernesto em Alzira Power, peça original do fim da década de 1960, revolucionária, que ganha uma versão contemporânea dirigida por João Fonseca neste domingo (15) em Vitória. Com o ator capixaba, a atriz Stella Maria Rodrigues, de "Minha Mãe é Uma Peça 3" e "Cazuza, Pro Dia Nascer Feliz, O Musical", que interpreta a própria Alzira na trama, o espetáculo convida a uma reflexão do caso da mulher aposentada aos 41 anos de idade. 

Na história, Ernesto vai até um condomínio para fazer vendas (ele comercializava enciclopédias e automóveis). Ao se deparar com o apartamento de Alzira, percebe a porta entreaberta e decide oferecer ajuda para o que seria “a donzela em perigo”. O que ele não esperava era o preparo todo da senhora que de cansada não tem nada.

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Na época em que foi lançada, a peça retratava bem o que poderia ser a figura de uma mulher “frágil e solitária”. Neste 2023, então, o que passa na cabeça dela já são outros 500.

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“A gente entender o que é a velhice nessa época é importante. Alzira com 41 anos é aposentada, você imagina?”, pergunta Stella, a este colunista, em entrevista ao telefone.  

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“Entender o que é essa mulher é um desafio, mas ficou muito viva a (memória e atitudes de) Alzira nesse período. Uma mulher aposentada, que não tem ninguém, que tem seu próprio universo e ela escolhe, acho, essa solidão dela. Só que qualquer pessoa que entra ali (naquele universo) acha que tem domínio sobre ela”, lamenta.

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A atriz, por outro lado, não só bebe da fonte da inspiração que é a personagem como também se enxerga um pouquinho nela: “Eu acho que eu tenho um pouco de Alzira, sim. Eu tenho 57 anos de idade e a menopausa, quando chega, é uma coisa louca (risos). A gente sente a dor e a delícia de ser mulher. Estar viva é uma vitória, mas essa loucura hormonal é muito brusca. É uma violência. Existe uma fúria na Alzira que é pela violência que a gente sofre”.

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Andre destaca ainda o papel de Ernesto, que, por bem ou por mal, se sente no direito de invadir essa solidão em nome da boa vizinhança - ou não. E avalia: “(Esse comportamento) é essa coisa de o homem achar que se ela está sozinha ela é frágil e indefesa, mas não é”.

Para ele, contracenar Alzira Power em Vitória é um sonho. “Sempre quis levar esse espetáculo para a minha cidade natal. A gente sabe como é difícil conseguir suporte para isso e estamos muito felizes. Estreamos a peça em Angra dos Reis e a fizemos no Rio algumas vezes já após a pandemia”, detalha.

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O ator do Espírito Santo ainda tem uma relação bastante forte com toda a história: é que, na década de 1970, sua avó Lenice de Almeida, que hoje mora em Belo Horizonte, em Minas Gerais, encarnou a Alzira em uma leitura da época do espetáculo. No elenco, Ernesto era vivido por José Mayer.

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“Meus tios vão tentar levá-la para assistir ao espetáculo em Vitória, mas ainda não sabemos. Mas ter esse vínculo afetivo e estar na cidade apresentando a peça é um sonho, de verdade”, comemora ele, que está há 11 anos no Rio de Janeiro pelo trabalho artístico.

SERVIÇO

Alzira Power

Local: Palácio da Cultura Sônia Cabral (Rua São Gonçalo, Centro de Vitória)

Data: 15 de outubro de 2023 (domingo), às 19h. 

Ingressos: serão distribuídos gratuitamente na bilheteria do local 1h antes do espetáculo. 

Duração: 65 minutos. 

Classificação: 16 anos. 


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