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Sabrina Parlatore fala sobre quimioterapia contra câncer de mama: -Eu morri e depois voltei a nascer

Estadão Conteudo

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Sabrina Parlatore abriu o jogo sobre como foi a descobrir e enfrentar um câncer de mama aos 40 anos de idade. Durante bate-papo com Julia Faria, que publicou o vídeo para conscientizar seu público da campanha do Outubro Rosa, de alerta sobre o câncer mais frequente entre as mulheres, a apresentadora falou abertamente sobre a fase de tratamento, período mais difícil no combate à doença.

- Foi em maio de 2015, tem três anos e meio quase. Estava assistindo TV, passando a mão, me coçando e senti um caroço no peito e fiquei super preocupada, toquei e vi que era uma bolinha que não tava aqui. No dia seguinte corri no médico e fui fazer todos os exames.. fiz biópsia e deu o câncer de mama, foi inacreditável. Primeira coisa que me veio na cabeça foi perguntar a gravidade da situação e ele me tranquilizou dizendo que se tratava de um tumor inicial. Então, não tem como evitar, mas tem como pegar no início, ter esse diagnóstico precoce, explicou ela.

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Parlatore ainda fez um alerta para uma situação recorrente entre as mulheres, que ao serem diagnosticadas com o tumor são orientadas a retirar a maior parte das mamas:

- Menos de um mês eu já estava operando, foi uma cirurgia conservadora, no sentido de preservar a mama. Essa coisa de tirar a mama é muito ultrapassada, porque não é todo mundo que precisa e tem médico tirando coisa que não deve. Eu vejo mulheres sem necessidade de ter tirado. Lógico, tem casos mais graves e tem que tirar uma quantidade maior, mas muita gente não. Então, eu fico louca, eu sempre acho que ter a segunda opinião é muito bom.

A apresentadora e cantora ainda mostrou que teve forças para não se entregar à doença, mas que sofreu um baque ao passar pelo processo de quimio e radioterapia:

- Eu não lutei contra nada, eu fui para cirurgia e tiraram ele de mim. Não tinha nenhuma evidência de que tivesse espalhado pelo corpo, eu tive todos meus linfonodos analisados, eu não tive nada infectado. Teoricamente, eu não tinha mais nada no meu corpo. Porém, vamos fazer um tratamento preventivo de quimioterapia e radioterapia e aí que entra a parte punk da história. A quimioterapia é de matar, é de arrasar. Não vou aliviar, o protocolo que eu tive é de matar, eu morri e depois voltei a nascer, é bem isso. É muito forte, muito agressivo, ele mata o que tem de ruim e também o que tem de bom. O corpo se altera inteiro. Meu tratamento foi de 16 sessões, então foi um protocolo bem pesado, mas existem mais tranquilos.

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Ela relembra que ao final do tratamento estava sem sobrancelha e cílios, e só não perdeu o cabelo completamente pois recorreu a um tratamento para preservação do bulbo capilar:

- No final do tratamento, eu estava um caco, não conseguia nem respirar direito, uma coisa violenta. Então eu achava que ia morrer do tratamento. Eu não tive medo de morrer do câncer, mas da quimioterapia eu tive. Achava que meu corpo não ia aguentar, eu não estava conseguindo andar, respirar, fazer exercícios.. Foi um mal necessário.Desde o início eu foquei na solução, não fiquei me lamentando e nem perguntando o porquê. Era um dia de cada vez, focava no final, eu sabia que não ia morrer. Eu não sei da onde a gente tira forças.

Eu não fiquei careca porque usei um equipamento que resfria o couro cabeludo, com isso ele promove uma ação na hora da quimio, então a droga não consegue atingir o bulbo capilar. Eu só perdi 30% a 40% do cabelo.

Julia Faria, ainda questionou sobre como Sabrina se sentiu no último dia do tratamento:

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- É uma alegria, foi um dia muito feliz. Eu fiz um grupo da família com a contagem regressiva É legal ter esse apoio de família, amigos que estão sabendo, você acaba se surpreendendo com pessoas que muitas vezes eram distantes, mas fizeram questão de apoiar e estar junto. Tudo isso ajuda demais. Eu não sei o que teria sido de mim sem minha mãe do meu lado.

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