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Entretenimento e Cultura

Obra de Laurie Anderson traz experiência de realidade virtual

Estadão Conteudo

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Um novo espaço, denominado Cinesesc Anexo, será certamente um dos pontos obrigatórios da 42ª Mostra de São Paulo. Localizado ao lado do Cinesesc, que o utilizará futuramente para outros eventos, o local vai abrigar um trabalho de realidade virtual (VR, na sigla em inglês) criado pela artista multimídia americana Laurie Anderson, em parceria com o taiwanês Hsin-Chien Huang.

Chamada de Chalkroom (sala do giz, em tradução literal), a obra consiste em uma gigantesca estrutura formada por palavras em que, como já diz seu nome, desenhos e histórias flutuam pelo ar, nascendo e se desfazendo com a mesma rapidez.

"O leitor voa dentro de uma enorme estrutura feita de palavras, desenhos e histórias. Uma vez lá dentro, a pessoa está livre para vaguear e voar - palavras navegam pelo ar como e-mails, até caírem como pó", diz o texto de apresentação do projeto no site de Laurie.

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De fato, a experiência sensorial é definitiva - portando um par de óculos especial e fones de ouvido, o espectador ingressará nesse universo onde, comandado pela voz hipnotizante de Laurie Anderson, é simulada uma viagem de avião cujas paredes lentamente se desintegram, propiciando a sensação de flutuar. Uma série de objetos gira ao seu redor - um corvo, uma flor, uma concha, um celular, um Buda - e cada um pode ser agarrado e segurado. É quando a voz de Anderson aparece, narrando uma história ou citando trechos de clássicos (como Crime e Castigo, de Dostoievski), palavras que podem ser apalpadas e até atiradas ao ar.

Um segundo ambiente, chamado justamente de Chalkroom, apresenta frases e letras de músicas pintadas de branco em paredes negras. "Para mim, é como se um sonho se tornasse realidade", disse Laurie à imprensa americana. "Uma estética frágil e brilhante, que é ser sem ter um corpo definido."

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"As pessoas ficam realmente emocionadas", comenta Claudio Antonio Silva, responsável pela organização da exposição, que contará com cenografia de Daniela Thomas e Felipe Tassara. "No ano passado, quando apresentamos as primeiras experiências de VR, muitas choravam ou mesmo não conseguiam esconder seu maravilhamento."

A incubadora artística de Laurie Anderson quebra a chamada quarta parede, aquele espaço invisível que separa o público dos atores encenando uma peça de teatro. "Acredito que, no futuro, teremos longas exibidos em realidade virtual, o que seria uma experiência plena", diz Silva. Chalkroom ficará duas semanas em cartaz.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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