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Entretenimento e Cultura

'Chaves - Um Tributo Musical' se inspira na série de TV

Trata-se de um texto original de Fernanda Maia, que também assina a direção musical

Estadão Conteudo

Redação Folha Vitória
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Foto: Divulgação
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O desafio era grande: como transpor para o palco do teatro os personagens e a vila de um dos mais icônicos seriados de TV sem se parecer como uma simples cópia? Foi a primeira prova enfrentada pelo diretor Zé Henrique de Paula, quando convidado para dirigir um musical inspirado na série mexicana Chaves. 

"Percebemos que não poderia ser uma simples transposição, pois, se a TV oferece o close, o teatro ocupa mais o olhar do espectador", conta o encenador que, depois de um trabalho que consumiu mais de dois meses, agora dá os retoques finais em Chaves - Um Tributo Musical, que estreia no dia 23, no Teatro Opus.

Trata-se de um texto original de Fernanda Maia, que também assina a direção musical. A trama é engenhosa: o Céu dos Palhaços é um local especial, que só recebe figuras dignas dessa função. A seleção é feita por um grupo, que logo recebe um postulante especial: o mexicano Roberto Gómez Bolaños (1929-2014), um dos ícones do humor e entretenimento de seu país, criador da série El Chavo del Ocho, conhecido no Brasil como Chaves. Entre 1971 e 1980, foram exibidos 290 episódios, que logo alcançaram sucesso mundial. Aqui, o seriado é exibido há 35 anos pelo SBT.

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A história acompanha a rotina de uma vila mexicana onde os moradores locais se relacionam, tendo Chaves (Mateus Ribeiro), garoto órfão de 8 anos, como ponto central: ele tem como amigos Quico (Diego Velloso) e Chiquinha (Carol Costa) e, às vezes, enfrenta problemas com adultos, como Seu Madruga (André Pottes), Dona Florinda (Maria Clara Manesco), Dona Clotilde (Andrezza Massei), Professor Girafales (Patrick Amstalden) e Seu Barriga (Ettore Verissimo), por suas travessuras.

"São personagens muito icônicos, ou seja, os fãs têm uma relação muito passional com a série", conta Fernanda, que assistiu a todos os episódios antes de planejar o musical. "É uma estrutura muito simples: uma sucessão de gags, com todos os personagens repetindo sempre os seus bordões. Isso mostra uma engenhosidade no roteiro." Segundo ela, outro trunfo promovido pela linguagem simples é a falta de temor de se colocar os personagens em situações falíveis, o que gera uma grande possibilidade de momentos.

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Para expandir o território da Vila e acrescentar novas figuras ao roteiro (a começar por Bolaños, vivido por Fabiano Augusto), Fernanda e Zé Henrique apostaram na figura do palhaço. "Como foi um, Bolaños soube colocar características específicas em seus personagens, como a disponibilidade tanto para o novo como para não julgar os atos dos outros", comenta o encenador que, por causa disso, iniciou o trabalho de forma inusitada: em vez de receber o texto no primeiro dia de ensaios, o elenco foi convidado a improvisar.

"Cada um passou a testar características que julgava necessárias para seu papel", conta Mateus Ribeiro, ator conhecido pela energia com que atua, mas, aqui, revela um surpreendente comedimento. O mais difícil, segundo ele, foi a voz. "A de Chaves é emblemática, que combina com seu tipo físico e trejeitos." Aos fãs, uma garantia: frases como "sem querer querendo" não faltam.

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"Foi um desafio", reconhece Andrezza Massei, também com uma brilhante trajetória no musical. "Fiz um curso de palhaço, mas pouco usei na minha carreira." A experiência, na verdade, contagiou o grupo. Como Milton Filho, que vive Benjamin, responsável pela entrada de novatos no Céu de Palhaços. "É uma homenagem a Benjamin de Oliveira (1870-1954), o primeiro palhaço negro do Brasil", orgulha-se ele.

Também a coreografia nasceu a partir da improvisação do elenco. "A partir do momento em que surgiram os palhaços e os personagens do Chaves, meu trabalho foi o de contar a história a partir da fisicalidade; então, algumas cenas são mais infantis, adultas, poéticas, caricatas, cômicas", observa o coreógrafo Gabriel Malo. "E os personagens da TV também ajudaram, pois são muito expressivos." Nesse exercício de imaginação, uma cena se destaque pelo lirismo: quando Bolaños se encontra com Chaves. "Ali, a arte da imaginação se revela", comenta Fernanda.

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