Rogério Salume é, indiscutivelmente, um vendedor nato. 

A diferença é que se no início da carreira ele trabalhava com a tradição de ser um “fornecedor” de determinado produto (eram balas, no caso), hoje ele negocia o que foi uma experiência que, há alguns anos, revolucionou fenomenalmente o mercado dos vinhos e bebidas no Brasil - e contando.

“No mercado do vinho, na realidade, eu fui empreendendo. Tudo começou com balas, doces… Depois alguns alimentos… Como eu tinha distribuidora, apareceu a oportunidade e uma delas foi a de distribuir vinhos. E aí fui estudar sobre isso e me apaixonei pelo negócio. Isso no início dos anos 2000. Com o tempo, fui me dedicando cada vez mais às bebidas até fundar a Wine, que ainda foi depois de eu ter lançado o primeiro e-commerce da área”, lembra ele, em bate-papo com a Coluna Pedro Permuy.

O empresário e atual CEO da Wine, considerada a maior na atuação do nicho na América Latina, segundo a PUC, é um dos jurados do Espírito Startups, o primeiro reality de negócios do Espírito Santo que vai ao ar aos sábados na TV Vitória/Record TV às 14h, após o Balanço Geral. Rogério é o primeiro de alguns dos jurados que serão perfilados por este colunista, que não dorme no ponto.

Só para se ter ideia, a Wine (de Rogério) foi fundada em 2008. No primeiro ano, o clube de assinatura já tinha 14 mil clientes e somou 250 mil garrafas entregues. Hoje, a empresa capixaba tem mais de 360 mil assinantes e três sócios: o próprio Rogério, a família Diniz, de Abílio Diniz, e a EB Capital - esta última que entrou no negócio em 2012.

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Para 2022, como o baiano radicado no Espírito Santo confidencia ao Folha Vitória, a expectativa é faturar R$ 1 bilhão.

O sucesso, no entanto, não caiu do céu (e se tivesse caído, teria sido de alguma vinícola, com a licença do trocadilho). Grande parte do sucesso que a companhia tem é atribuído à inovação, como o jurado do reality apresentado por Ricardo Frizera destaca.

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“Não é só o primeiro (empresário de cada ramo) que consegue ter sucesso (sendo pioneiro). É quem consegue entregar uma experiência que encante. Eu falo sempre: ‘Você tem um diferencial quando é líder?’. Sim, você já é uma marca quando é o primeiro comércio, ok. Mas isso não garante a liderança. Isso é trabalho, tudo tem que evoluir continuamente”, defende.

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“Cliente é diferente de torcedor. Cliente só compra. Quem torce faz tudo. A inovação é transformar o cliente em torcedor” - Rogério Salume, empresário

Com o lema que compara ao fenômeno dos iPhones (que mesmo custando o valor de uma moto no Brasil sempre há fila de espera para os lançamentos nas lojas), Rogério ainda avalia que o cenário é pouco explorado no Espírito Santo e no Brasil.

“As pessoas ficam na inovação, mas na tecnologia da coisa. Só que aí, nisso, fica todo mundo olhando para o que é o segundo passo. Quando você tem essa base sólida, que é o relacionamento com parceiros, colaboradores… Você consegue inovar. Inovar não é só investir em tecnologia. Inovar, muitas vezes, é só tratar bem as pessoas. É realmente estar com a cabeça aberta para entender os momentos dos ciclos”, detalha.

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E reflete, finalizando: “A gente tem povo criativo, mas a falta de oportunidade não pode ser desculpa para a pessoa não melhorar a vida, não impactar vidas… E movimentos como o Espírito Startups motivam e mostram para a sociedade que isso é possível. O reality cria um repertório, abre o ambiente, abre a cabeça das pessoas… Gera o engajamento a ponto de fazer os empreendedores, de fato, acreditarem que é possível o ecossistema capixaba movimentar o mundo, que é uma verdade”.