Marcus Buaiz administra fundo de investimento para alavancar setor musical junto com empresários
Fundo de investimentos quer trazer segurança, transparência e bem-estar na aquisição de direitos musicais no Brasil
O setor de entretenimento e eventos tem sido um dos mais impactados pela pandemia do novo coronavírus, afetando diretamente vários artistas do Brasil. E, pensando em dar um up na carreira dos responsáveis por fazer nossos dias mais leves com o que há de melhor no mundo da música, Marcus Buaiz chega com tudo em parceria com outros seis empresários para administrar um novo fundo de investimentos em direitos musicais.
O empresário, que já trabalhou com artistas como Cláudia Leitte e Paula Fernandes, passou a administrar o fundo neste mês. O cantor Thiaguinho, por exemplo, estreou no catálogo da empresa.
A Conduíte surge para conectar de forma diferenciada dois importantes personagens nas aquisições de direitos musicais: detentores e investidores.
"Neste primeiro momento, estamos investindo em uma das áreas mais afetadas com a crise causada pela pandemia: a música. Somos um fundo de investimentos voltados para a arte, com um forte viés humano, ampliando o diálogo entre o investidor e os detentores, entendendo sua realidade e garantindo seu bem-estar. Com a aquisição dos direitos musicais, apoiaremos a entrada de novos artistas e autores no mercado. Temos também como propósito fomentar causas sociais e ambientais", explica Marcus Buaiz, condutor da empresa.
Como um fundo de investimentos, a empresa atua na aquisição de direitos musicais que rentabilize futuramente. O que a difere é o seu DNA, que carrega o compromisso de oferecer segurança, transparência e bem-estar aos compositores, produtores e intérpretes, acrescenta Leandro Almeida, que faz parte da equipe.
"O compositor faz uma obra e tem direito sobre ela. Ele recebe os direitos de exibição dessa composição, ou o próprio artista e intérprete que faz a música, também recebe os direitos de exibição de diversas formas. Acontecem através das plataformas de streaming ou exibições públicas. Todos esses direitos têm uma expectativa futura de recebimento de recursos. Então, quanto mais tocada determinada música, mais impulso esses artistas obtém."
A música tem um segmento de valor que não é tão simples. Existe um compositor que faz a canção, o intérprete, que interpreta e canta a música, e existem diversos canais de exibições que são os shows e canais. Dentro desses canais há alguns outros intermediários.
"A empresa tem o papel de avaliar e adquirir direitos musicais, garantindo que sua arrecadação seja ainda melhor para todos. Desta forma, a Conduíte realiza parte da aquisição para um fundo e passa, então, a dividir os direitos com os detentores. Um investimento seguro e diversificado realizado pela empresa. Este processo também garante uma relação saudável, transparente e responsável entre as partes, trazendo um cuidado técnico de profissionais com experiência no mercado musical e financeiro. Desta forma, os detentores enxergam e entendem melhor todo o processo, que costuma ser visto como complexo e nebuloso."pp_amp_intext | /1034847/FOLHA_VITORIA_AMP_04
EQUIPE DE PESO
Para alavancar ainda mais esses artistas, surge um time de peso. Chamada de "Condutores", fazem parte da equipe Bruno Azevedo, Eduardo Prado, Marcelo Lins, Luis Roberto, João Machado, Leandro Almeida e Marcus Buaiz.
De acordo com Leandro, a equipe é formada por empresários, investidores e profissionais com larga experiência em finanças e música.
"Os participantes da Conduíte advém do mercado de entretenimento, mas também de vários outros setores, como o da economia, experiência executiva, empreendedora, e experiência em outros setores da indústria, do mercado financeiro, de moda, varejo, saúde. Então, pode simplificar esse 'tempero' como sendo as habilidades de gestão junto com habilidades financeiras, que são os recursos, e junta tudo para que exista uma atuação da Conduíte de forma mais ativa junto com esses parceiros artistas."
Um dos objetivos da empresa é fazer com que os artistas, mesmo durante a pandemia, continuem produzindo.
"O que queremos é manter esses benefícios junto aos artistas para que eles continuem produzindo e se beneficiando dessa atuação, mas agora com outro 'tempero'. A gente não coloca apenas o dinheiro nessa transação. É o dinheiro e a capacidade de gerenciar", contou Leandro.
A Conduíte está tentando conectar melhor esses artistas à toda cadeia de valor desse segmento de arte, cultura e música.
Além da renda, uma conexão...
Mais do que rentabilidade, a empresa busca uma ligação com o artista parceiro, e a simplicidade durante o processo.
"A Conduíte tem uma conexão com o artista e, ao mesmo tempo, com os demais parceiros, com gravadoras, editoras, plataformas de distribuição e com todos esses canais que são necessários para facilitar essa distribuição deste produto e serviço para o público em geral. O papel da Conduíte na verdade é transformar essa cadeia de valor numa cadeia mais simples do ponto de vista de todo mundo".pp_amp_intext | /1034847/FOLHA_VITORIA_AMP_06
Segundo Leandro, a gestão da Conduíte é mais ativa. Ela compra parte desse direito dos artistas e nesse momento, torna-se mais uma ajuda para eles nessa cadeia de distribuição.
"O intuito é ajudar o artista a investir mais em divulgação, se relacionar melhor com as plataformas. A empresa não entra somente como um investidor financeiro puro, mas como um parceiro efetivo ajudando para que essa obra tenha mais valor sob todos os aspectos e para que tenha mais consumo, conhecimento, e ao mesmo tempo, que todo esse fluxo fique mais transparente".
Princípios da empresa
A Conduíte tem alguns princípios que são fundamentais. Um deles é não adquirir esses direitos das obras dos artistas por completo.
"Queremos ser um participante junto com os artistas dessa cadeia de valor, conectando melhor os elos, dando mais transparência e ajudando nessa gestão, e por isso queremos ter uma participação parcial desse processo, e não a totalidade. A empresa quer que o artista continue proprietário dos seus direitos musicais para que caso esses trabalhos funcionem, e caso tenha uma melhoria de consumo dessa obra, que o artista se beneficie também, dado que ele continua proprietário da obra".
Mais do que o setor de entretenimento, o mercado também envolve o da economia. Para Leandro, um dos pontos cruciais para que tudo seja um sucesso, é levar as parcerias com sentimentos.
"Esse mercado basicamente é o financeiro e dos fundos de investimentos. O que fazemos é ficar nesse mercado com a visão pura financeira desse setor, que é colocar um pouco de carinho, cuidado e atenção para que esses direitos permaneçam de posse dos grandes criadores de valor, até porque no fim da das contas, para existir a música tem que ter alguém que componha e alguém que interprete."
Momento de pandemia
O zelo para com os artistas. Esse é um ponto que diferencia a empresa do resto do mercado. Para Leandro, as dificuldades dos artistas vêm de antes da pandemia.
"Este momento de inviabilidade do acesso do artista ao público, amplia e potencializa uma certa ineficiência que existia no mercado de entretenimento. Sem a pandemia, o artista também passava por algumas dificuldades. Às vezes era falta de informação, alguma dificuldade de falar: 'Produzo tudo isso e não sei de onde vem meu dinheiro'. Esse é um segmento que precisa de mais transparência nas relações."
A pandemia dificultou tudo em vários segmentos e o setor de música parou. Segundo Leandro, a empresa chega para dar um alívio aos que nos proporcionam entretenimento.
"A Conduíte entrando nesse momento dá um certo 'respiro' e auxílio dentro de um mercado tão machucado, mas esse não é objetivo final. Acaba sendo uma consequência acessória. Dado que esse ambiente artístico está sofrendo, qualquer atuação positiva nesse mercado obviamente dá um pouco mais de melhoria e capacidade de respiração, e isso é normal. Mas o objetivo principal é manter o carinho nessas relações para que exista algo que todos os setores do mundo ficam buscando que é achar uma certa circularidade e coerência nessas relações econômicas."
Como circular os recursos?
Pensando no bem do artista, a empresa oferece ao parceiro a chance dele pegar esses próprios recursos que recebeu e investir na própria Conduíte, ou seja, o recurso circula ao extremo.
Ele pode vender parte das obras e com esse recurso, comprar parte das obras de todos os artistas que também venderam para a empresa.
A iniciativa objetiva não anular a autoria das obras ao adquirir, no máximo, 50% dos “royalties” delas. Na prática, o fundo investe em produtos musicais e passa a dividir lucros com compositores, produtores e intérpretes.
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