Um ex-BBB já está há 7 meses morando em Piúma. Há 6, abriu uma loja de roupas e acessórios na mesma cidade e pretende construir uma casa para viver de vez no Espírito Santo em breve. Trata-se de João Carvalho, de 55 anos, que à época em que participou do reality era chamado de “moderninho” (assim foi ajetivado, na ocasião, por um jornal nacional) por ser assumidamente gay e ter tatuagens à mostra.

“Há 10 anos, aparecer na TV em horário nobre um gay assumido, mais velho, personalidade forte… Marcou (risos). Era um bando de menino e eu lá no meio. E as pessoas ainda associam muito, sim. O tempo todo. Faz uma década, fiquei em 4º lugar, fiquei confinado 90 dos 93 dias de programa e por dia, no mínimo uma vez, tenho que falar de BBB porque sou abordado por conta dele”, relata, em bate-papo exclusivo com a Coluna Pedro Permuy.

“Mas não me incomoda nem um pouco. Principalmente porque entrei na casa de todo mundo sem pedir. No início me incomodava o fato de as pessoas não terem a noção. Estava com amigos, bebendo comendo, mastigando e chegava gente querendo foto. Não entendiam que eu era uma pessoa e também comia e mastigava. Tinha que parar tudo, fazer, mas hoje isso também mudou. E a gente vai se acostumando”, completa ele, que participou do BBB 12, sobre a fama.

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João passou a vida vivendo em Belo Horizonte, em Minas Gerais, mas sempre com um laço com o Espírito Santo - como bom mineiro que é. A mãe era de Piúma, para onde o ex-brother decidiu se mudar quando ela morreu. “Por ela ser daqui, nós já tínhamos uma terra aqui e, ainda mais com a pandemia, decidi mudar para cá. Mas continuo com meus negócios em Minas”, fala.

O empresário tem representações de marca de moda e abriu uma loja no Estado justamente disso: roupas e acessórios. “Trabalho com moda há mais de 30 anos, então não teria o porquê de fugir disso quando decidi abrir a loja aqui. Já cheguei com o ponto alugado e com a loja montada quando me mudei e está superbacana. Anda muito bem, a clientela já está conhecendo e simpatizando com os produtos e o comércio físico está, de novo, retornando àquela demanda alta”, comemora.

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Sobre outros realities, João revela que já foi convidado. Na ocasião, não pensou duas vezes antes de recusar a proposta. Hoje, já não tem tanta certeza assim sobre a negativa. “Iria pela força que gera nas redes sociais. Na minha época, o Instagram era forte fora do Brasil e aqui tinha o Facebook, que se perdeu um pouco. Então, hoje, eu toparia por isso. Que eu acho que você ir para um reality atualmente é garantir um guindaste para ganhar dinheiro com a internet, muito além da possibilidade do prêmio e do dinheiro de lá’, desvenda.

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Apesar de estar sentindo diferença na mudança da capital mineira para a cidade interiorana capixaba, João está feliz com a nova fase, que vive ao lado do marido e sócio. “Quando cheguei, só conhecia a minha irmã, que é professora muito conhecida daqui. Agora já estou com amigos daqui, saindo, conhecendo mais gente… A diferença é, mesmo, muito grande. Mas não perdi os laços com BH e nem teria como perder, porque a vida toda foi lá”, comenta. “Mas até agora eu não voltei. Os amigos é que vieram visitar (risos)”, finaliza.