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Entretenimento e Cultura

Dieta da Europa: proteína para emagrecer e hipertrofia vira febre. Mas pode?

Superalimentos dominam as prateleiras da Europa Mediterrânea na mira de suplementar com nutrientes regime de crianças e idosos

Pedro Permuy

Redação Folha Vitória
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Foto: Pedro Permuy
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Quem roda pelos supermercados do Sul da Europa (Espanha, França e Itália, por exemplo) repara que as prateleiras de uns anos para cá ficaram dominadas por produtos que, além dos específicos para quem faz treinos de alta performance, são enriquecidos com proteína. Isso porque o Mediterrâneo europeu decidiu, aos poucos, agregar aos produtos o suplemento mirando na deficiência que costumam ter as dietas das crianças e, sobretudo, idosos.

Iogurtes, biscoitos - até os recheados! -, sobremesas prontas (como mousses), preparados de cereais, leites, achocolatados e cafés solúveis são alguns dos itens mais comuns de se ver. Mas até comidas congeladas aparecem em embalagens “30g de proteína por porção” para suprir quaisquer regimes ruins do ponto de vista proteico.

A Coluna Pedro Permuy, que não é boba nem nada, reparou ainda que, de modo geral, esses itens têm aceitação boa da população, que dá preferência a eles pelos valores nutricionais, a rigor, serem mais interessantes para uma vida mais saudável.

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“A ideia é sensacional. O corpo é formado por proteína, majoritariamente, é a nossa base. Mas a gente tem um problema sério com crianças que não querem consumir a quantidade adequada e, principalmente, idosos, que não se sentem bem comendo grandes porções de proteína, por não a digerirem tão bem quanto organismos mais jovens”, avalia a nutricionista Estela Reginatto.

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“Os idosos, com essa dificuldade de comer porções de carne, por exemplo, desenvolvem sarcopenia, uma doença que o faz cada vez mais perder mobilidade, independência e muitas vezes o faz ter que se render à cadeira de rodas. Uma medida como essa, de agregar proteína nos produtos, pode minimizar esse dano”, considera.

“O consumo não adequado de proteínas causa perda de massa muscular e leva idosos até à desnutrição, ainda, com desenvolvimento de doenças secundárias. O esgotamento físico, dores, cansaço, dores em articulação podem estar associados a uma dieta pobre em proteínas, que também pode reduzir a capacidade funcional de jovens, que estão em idade produtiva”, corrobora a também nutricionista Josiane Ferreira.

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MAS PODE? VEJA RISCOS

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Nada em excesso faz bem. E com a proteína não é nada diferente. Por isso, existem cálculos que precisam ser feitos para se chegar à quantidade ideal para cada indivíduo. E, apesar disso, um acompanhamento nutricional é o ideal tanto se a proteína estiver sendo usada como veículo para emagrecimento (perda de massa gorda) e hipertrofia (desenvolvimento de músculos).

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“O grande perigo de uma dieta muito rica em proteína, exageradamente, é a sobrecarga renal. Mas em um idoso, por exemplo, isso raramente vai acontecer, porque há uma deficiência comprovada. A média de cálculo que fazemos é que uma pessoa precisa ingerir 1,5 gramas de proteína por quilo por dia para se nutrir da forma adequada”, adianta Estela.

“O consumo desses alimentos deve, sim, ser moderado, sejam eles enriquecidos com proteínas e outros nutrientes ou não, visto que, geralmente, podem também ser ricos em gorduras e açúcares”, finaliza Josiane. 

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