PEDRO PERMUY

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Dieta dos famosos: injeção para emagrecer Ozempic vira febre. Mas pode?

Substância é uma das reconhecidas pela FDA, a Anvisa dos Estados Unidos, como seguras para tratamento da obesidade, mas uso precisa ser recomendado, diz médico

Pedro Permuy

Redação Folha Vitória
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Foto: Reprodução/Divulgação
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A indústria do emagrecimento volta e meia tem uma novidade que promete ser um verdadeiro milagre na perda de peso. Com a internet e a presença dos famosos mostrando o dia a dia nas redes sociais, esse tipo de produto se popularizou ainda mais e hoje faz um medicamento virar febre daqui para ali. 

O mais recente exemplo desse caso é com a Ozempic, nome comercial da semaglutida ("parente" da liraglutida, substância da Saxenda, lançada anteriormente). A diferença da nova injeção é que, ao contrário das anteriores, ela só precisa ser aplicada uma vez na semana e não todos os dias. 

A Ozempic se tornou uma queridinha tanto de famosos que assumiram que estavam usando a injeção quanto profissionais que atuam na área. O medicamento, por outro lado, é um dos reconhecidos pela FDA (a Anvisa dos Estados Unidos) como oficial para emagrecimento. 

A agência brasileira lista a liraglutida como um dos medicamentos disponíveis hoje no Brasil para o sobrepeso.  

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"A medicação precisa ser associada a dieta e exercícios para pacientes que querem usá-la. Estudos comprovam, sim, a eficácia dela para o emagrecimento e costuma-se eliminar 15% do peso total dentro do período do tratamento", fala o cirurgião Felipe Mustafá, especialista no aparelho digestivo. 

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O médico também esclarece que o uso de forma indiscriminada da substância não adianta de nada e, claro, como qualquer outro medicamento, a Ozempic não é nenhum milagre. 

"Nós, brasileiros, temos a cultura de nos automedicarmos. Pessoas ouvem falar, leem na internet sobre e, mesmo sem indicação, já querem usar os remédios, como a injeção. Só que o efeito colateral que ela pode causar a médio e longo prazo pode acabar gerando prejuízos à saúde", conclui, à Coluna Pedro Permuy. 

Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal
O cirurgião Felipe Mustafá

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Originalmente, a semaglutida estava sendo usada no tratamento do diabetes. O uso para o sobrepeso foi posterior, mas já apresentou resultados positivos. 

Na internet, uma caixa da Ozempic é vendida por, em média, R$ 800. 

O QUE DIZ A FARMACÊUTICA

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Em contato com o Folha Vitória, a Novo Nordisk, farmacêutica responsável pelo Ozempic, esclarece que o medicamento já aprovado pela FDA, nos Estados Unidos, está em fase de aprovação no Brasil para tratamento oficial da obesidade. A Saxenda (liraglutida), da mesma indústria, já é reconhecida no Brasil para o sobrepeso. 

"A Novo Nordisk trabalha incansavelmente para que novas opções terapêuticas cheguem às pessoas que vivem com obesidade em todo o mundo. Atualmente, o único medicamento da companhia disponível no Brasil para o tratamento da obesidade é Saxenda, lançado no País em 2016. Em 2020, Saxenda foi aprovado para prescrição também em adolescentes de 12 a 18 anos, tornando-se o único tratamento para obesidade aprovado para faixa etária no Brasil", diz, trecho de nota enviada pela empresa.

E termina: "É importante ressaltar que a companhia não endossa ou apoia a promoção de informações de caráter 'off label', ou seja, em desacordo com a bula de seus produtos. O Ozempic, aprovado e comercializado no Brasil para diabetes tipo 2 e cujo princípio ativo é o mesmo do Wegovy, ainda em fase de aprovação pela Anvisa (semaglutida), não possui indicação aprovada pelas agências regulatórias nacionais e internacionais para obesidade".  

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