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Entretenimento e Cultura

Marin Alsop fala de nova etapa e de possíveis substitutos

Estadão Conteudo

Redação Folha Vitória
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Marin Alsop não deve participar diretamente da escolha de seu sucessor como regente titular e diretor musical da Osesp. Se os rumores, por enquanto, colocam os nomes do mexicano Giancarlo Guerrero e do estoniano Arvo Volmer, convidados frequentes do grupo, como fortes candidatos, a informação oficial é de que um comitê de busca será formalmente nomeado para selecionar o novo maestro.

Alsop naturalmente não fala em nomes. Mas imagina o perfil que o novo maestro deve ter. "A Osesp precisa de alguém com uma qualidade artística alta e que seja capaz de empurrar a orquestra em direção a novos voos. Ao mesmo tempo, é necessário que seja alguém cuja reputação ajude a orquestra ainda mais a refinar seu perfil internacional. Claro que estarei sempre por perto para ajudar, mas essa é uma tarefa que caberá ao novo regente ou diretor musical, não sei exatamente em que direção a Osesp está caminhando em relação ao posto (Alsop começou sua gestão como regente titular e, anos depois, foi nomeada diretora musical)."

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As características a que Alsop se refere são praticamente as mesmas usadas pela Osesp ao anunciar seu nome em 2011. Sob o comando da maestrina, o grupo fez turnês europeias importantes, além de ter completado a gravação do ciclo das sinfonias de Prokofiev para o selo Naxos (o outro grande projeto discográfico do grupo, a integral sinfônica de Villa-Lobos, que ela considera de "extrema importância", foi realizado por Isaac Karabtchevsky).

O grupo ainda estuda, segundo ela, qual a melhor forma de lançar a gravação em vídeo das quatro sinfonias de Brahms, com os concertos e os comentários dela a respeito das peças. É um legado do qual se orgulha e, se tivesse que pensar em novos projetos do tipo com a Osesp, provavelmente teria a música russa em mente. "Sei que é um repertório que já foi gravado por grandes maestros russos. Mas é um repertório que os músicos da Osesp fazem particularmente bem. Então, se alguém quisesse que eu gravasse as sinfonias de Shostakovich, por exemplo, acho que gostaria da ideia."

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Depois de oito anos em São Paulo, Marin Alsop prepara-se para, no ano que vem, trocar a América Latina pela Europa como seu segundo endereço - ela segue vivendo em Baltimore, nos Estados Unidos, onde dirige a sinfônica local, posto que vai dividir sua atenção com a nova posição em Viena. É um recomeço, ela reconhece, com um sorriso. "Sim, o trabalho precisa ser construído do zero, tudo de novo, e desta vez em alemão", brinca a maestrina. "Não se trata apenas da relação com a orquestra, mas de entender a cultura em que ela está inserida, a vibração da cidade. Eu demorei dois anos para entender o que era São Paulo e a Osesp."

Ela acredita, no entanto, que internamente passos importantes foram dados. O principal deles, a ampliação da academia da orquestra, com cursos agora também de regência e de canto. "A academia é uma contribuição para o meio musical, para o jovem que tem a chance de refinar sua formação em um contexto de excelência", ela diz, particularmente animada com a possibilidade de ajudar uma nova geração de maestros a desenvolver seu talento, "entendendo que há muito em jogo além da técnica e do conhecimento musical".

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Para ela, foi fundamental na compreensão do papel pedagógico da instituição receber a incumbência de gerir também o Festival de Inverno de Campos do Jordão (Alsop chegou a ser anunciada como diretora do evento em abril de 2012, mas a Osesp voltou atrás com relação ao anúncio dias depois).

Da mesma forma, ela acredita que foram importantes iniciativas como as transmissões de alguns concertos pela internet, o investimento no selo digital da Osesp ou a decisão de realizar um concerto de jazz e música brasileira em Londres, durante uma participação no prestigiado Festival Proms, em Londres. "Todas essas ideias apontam para o futuro de alguma forma. Mas sempre há mais a se fazer."

De volta ao Mahler desta semana, que será apresentado quinta, sexta e sábado na Sala São Paulo, ela diz que a Sinfonia n.º 7 revela um compositor em um momento de paz, sem parecer tão torturado como em outras obras, mais intimista. E acredita que o trabalho desta semana é um bom termômetro de como evoluiu sua relação com a orquestra. "Em 2010, fiquei impressionada com a rapidez no aprendizado, ensaio a ensaio. Hoje, é evidente como já começamos em um nível altíssimo e, a partir dele, podemos crescer, com uma variedade de nuances e coloridos muito maior."

OSESP

Sala São Paulo. Pça. Julio Prestes, s/nº, tel. 3223-3966. 5ª e 6ª, 20h30; sáb., 16h30. Ingressos: de R$ 40 a R$ 222.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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