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Tarcísio Meira e 'Um Bonde Chamado Desejo' recebem prêmios de teatro em SP

Estadão Conteudo

Redação Folha Vitória
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São Paulo - Indicado em quatro categorias na 28ª edição do Prêmio Shell de Teatro de São Paulo, o espetáculo Um Bonde Chamado Desejo recebeu a estatueta em três delas - Direção, Atriz e Cenário - e se consagrou como o maior vencedor da noite desta terça-feira, 22.

Após duas décadas afastado dos palcos, Tarcísio Meira ficou com o prêmio de melhor ator por sua atuação como o personagem Sir, de O Camareiro. Ele afirmou que, apesar de ter ficado 20 anos sem estrelar uma peça, jamais esteve longe do teatro. "Eu ainda não aprendi a não ficar nervoso e nem perder o fôlego", desabafou enquanto segurava o troféu. "Foi um ano de muitas surpresas. A primeira quando recebi o convite do Kiko Mascarenhas para integrar o elenco. A segunda foi ter sido indicado ao Shell, e a terceira agora", sorriu. "Nestes 50 anos, eu e alguns colegas nos empenhamos bastante para fazer um teatro popular na TV porque realmente acredito que a novela pode ser um teatro da melhor qualidade", disse. Beth Fillipecki e Renaldo Machado, responsáveis pelo figurino do espetáculo, também receberam o prêmio.

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O diretor do Centro de Pesquisa Teatral Antunes Filho foi o grande homenageado da noite e agradeceu ao Sesc pelo apoio ao seu trabalho. Ele acabou de estrear Blanche, peça inspirada em Um Bonde Chamado Desejo e narrada em um fonemol, idioma imaginário. "É muito bom rever o Tarcisão aqui. Fico muito sensibilizado de receber um prêmio de teatro, assim como ele. A gente pensa que teatro é uma coisa, mas quando vê é outra. Agora vocês vão descobrir".

Para Glória Menezes, a noite foi um momento para recordar boas lembranças. Ela lembrou, emocionada, como o teatro sempre esteve presente em sua vida. "Comecei a trabalhar com Antunes Filho em 1960. Três anos depois me casei com Tarcísio em 1963. Foi uma ótima maneira de começar", afirma.

A atuação de Maria Luisa Mendonça, como Blanche Dubois, de Um Bonde Chamado Desejo, lhe rendeu a estatueta de melhor atriz. Ela afirmou que nos tempos atuais precisamos de demonstrações de gentileza. "O teatro me fez viva em vida. Tudo isso por meio dos encontros, são eles que nos transformam." A montagem tinha Eduardo Moscovis no papel de Stanley, e agora ele será substituído pelo ator Juliano Cazarré. A direção de Rafael Gomes e o cenário desenvolvido por André Cortez foram outros destaques. O cenógrafo foi o primeiro premiado da noite. Ele agradeceu e pediu: "Democracia". Gomes contou, feliz, que é surpreendente estar ao lado de tantos mestres. "Eu sou espectador de todos ele. Ainda não sei explicar o que tudo isso significa", disse.

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O amigo de Gomes, Vinicius Calderoni recebeu o troféu de melhor autor por Arrã e ressaltou a relação do teatro com a política. "Meu espetáculo é uma investigação pela alteridade, pelo diálogo. O teatro não precisa falar de política para ser um gesto político", afirmou. "Estamos competindo com grandes mestres, diretores nos quais baseamos nossos trabalhos. É um grande prazer estar ao lado deles", contou o dramaturgo.

Na categoria Inovação, o Núcleo de Dramaturgia SESI - British Council venceu pelo trabalho de formação de novos dramaturgos. A cerimônia foi realizada nesta terça-feira no espaço Villa Vérico, na Vila Olímpia, e contou com a apresentação de Laila Garin, eleita melhor atriz em 2014 por sua interpretação no musical Elis.

Confira a lista completa dos premiados do 28º Prêmio Shell de Teatro de São Paulo:

Autor: Vinicius Calderoni por "Ãrrã"

Direção: Rafael Gomes por "Um bonde chamado desejo"

Ator: Tarcísio Meira por "O camareiro"

Atriz: Maria Luisa Mendonça por "Um bonde chamado desejo"

Cenário: André Cortez por "Um bonde chamado desejo"

Figurino: Beth Filipecki e Renaldo Machado por "O camareiro"

Iluminação: Wagner Pinto por "A máquina Tchekhov"

Música: Babaya e Marco França por "A tempestade"

Inovação: Núcleo de Dramaturgia SESI - British Council pelo estímulo e formação de novos dramaturgos, favorecendo o intercâmbio de processos criativos na escrita teatral.

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