Uma lipoaspiração que custa até mais de R$ 130 mil no Espírito Santo - como a Coluna Pedro Permuy, que não é boba nem nada, apurou - e que caiu na graça de anônimos e famosos pelo mundo todo está dando uma dor de cabeça daquelas para a FDA (espécie de Anvisa americana) nos Estados Unidos. 

Isso porque o uso de um aparelho agregado ao procedimento cirúrgico, também disponível no Brasil, pode trazer riscos à saúde se operado para fins ou formas inadequadas, como, por exemplo, em cirurgias plásticas.  

A cirurgia estética com o equipamento - que por si só também custa uma verdadeira fábula -, por outro lado, ganha um plus: a promessa de turbinar ainda mais os resultados combatendo flacidez e gordura localizada por meio de um superaquecimento que "queima" o excesso de pele e o faz retrair. 

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A ideia da tecnologia não é nova (lasers antigos, como o CO2 fracionado, têm mecanismo similar e usam ablação - queimadura induzida e controlada - para promover efeito lifting), mas o aparelho, em si, chegou ao mercado há poucos anos. O método, sozinho, pode não ser prejudicial, mas tudo depende de como e de que forma é usado. 

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E é justamente o uso do Renuvion, por exemplo, que faz o procedimento passar de seus, em média, R$ 30 mil, R$ 40 mil para uma fortuna comparável ao preço de um carro de alto padrão - de R$ 100 mil para lá. BodyTite é outro nome comercial dado a um aparelho similar. 

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Quando essa tecnologia é usada, o aparelho entra em ação, na maior parte das vezes, após o cirurgião plástico atuar com os métodos tradicionais e, de fato, vira uma terapia complementar às manobras manuais. Só para se ter ideia, famosas como Kim Kardashian e Gkay já o usaram. Mas ele é permitido? À luz da lei, sim. Mas os órgãos que regulam as questões de saúde pelo mundo afora têm um pé atrás com a tecnologia. 

É APROVADO PELA ANVISA E FDA?

Em julho do ano passado, a FDA fez um alerta importante sobre a situação que, por lá, já virou caso de saúde pública. Segundo a agência norte-americana, o uso do aparelho para fins estéticos não é indicado e, pelo contrário, nos Estados Unidos é contra-indicado. 

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Questionada, a Anvisa destaca que o Renuvion é registrado, sim, mas não indicado para associação a cirurgias plásticas. "O produto foi aprovado pela Anvisa com a seguinte indicação de uso: O J-Plasma System Generator está indicado para o fornecimento de energia de radiofrequência e/ou plasma de hélio para o corte, a coagulação e a ablação de tecidos moles durante procedimentos cirúrgicos abertos e laparoscópicos. Portanto não há nenhuma indicação aprovada pela Anvisa para esse equipamento com finalidade de uso em procedimentos estéticos", diz trecho da nota enviada pela agência. 

CIRURGIA PLÁSTICA SEGURA

Para o cirurgião plástico Adriano Batistuta, é importante o paciente pesquisar sobre a técnica à que irá se submeter, bem como o histórico de uso do método pelo profissional que vai operá-lo. 

Segundo ele, estando o Brasil entre os países onde mais se fazem cirurgias estéticas, é importante e prudente que se respeitem as indicações feitas pela Anvisa e outros órgãos de saúde. 

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Já o cirurgião plástico Eduardo Passamai enfatiza que o paciente precisa zelar pela segurança dos procedimentos que quer realizar. 

"Muitas pacientes não associam a cirurgia plástica à medicina e só conseguem ter essa dimensão quando há complicações. Primeiramente, a cirurgia plástica precisa ser segura, pois o objetivo do cirurgião plástico é promover autoestima vinculada à saúde", corrobora.

O QUE É RENUVION?

Tecnicamente, O J-Plasma System Generator (Renuvion) está indicado para o fornecimento de energia de radiofrequência e/ou plasma de hélio para o corte, a coagulação e a ablação ("queimadura") de tecidos moles (excesso de pele, por exemplo) durante procedimentos cirúrgicos abertos e laparoscópicos. 

Renuvion é o nome comercial de uma máquina, que ficou famosa internacionalmente pelas promessas de verdadeiro milagre em mesa de cirurgia. 

Outras marcas similares também têm ganhado fama com a mesma promessa, como o BodyTite.