Partnership como pilar estratégico de crescimento das empresas
O modelo partnership de gestão consiste em permitir que os colaboradores se tornem sócios da empresa, recebendo ou adquirindo uma participação societária
*Artigo escrito por Rodrigo Bausen, contador, diretor Comercial na Boldtsoft Sistemas e associado Alumni do IBEF Academy.pp_amp_intext | /1034847/FOLHA_VITORIA_AMP_02
A dinâmica do mundo empresarial evolui constantemente e, com ela, os modelos de gestão que impulsionam as organizações rumo ao sucesso. Entre os diversos modelos existentes, o partnership emerge nos últimos anos como uma abordagem com potencial de alavancar o desempenho e os resultados das companhias de forma exponencial.
O modelo partnership de gestão consiste em permitir que os colaboradores se tornem sócios da empresa, recebendo ou adquirindo uma participação societária que os permitirá ter participação nos lucros da companhia, direito de voto nas decisões corporativas e, até mesmo, uma possível valorização do valor de sua participação societária ao longo do tempo.
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Além disso, este modelo promove uma cultura de confiança, transparência e responsabilidade compartilhada.
Ao contrário dos modelos convencionais, nos quais as decisões são tomadas de cima para baixo, este modelo incentiva a participação de todos os membros da equipe, independentemente do nível hierárquico.
Essa abordagem democratizada não só fortalece o senso de pertencimento e comprometimento, mas também capitaliza a diversidade de perspectivas e experiências, impulsionando a inovação e a resiliência organizacional.
Grandes companhias como BTG Pactual, XP Investimentos e Ambev são as principais referências em estruturas de Partnership no Brasil.
Algumas das principais implicações positivas deste modelo de gestão:
Motivação e retenção - As oportunidades de parceria podem servir como poderosas ferramentas de retenção e motivação. É mais provável que os funcionários permaneçam leais a uma empresa que lhes oferece um caminho para a propriedade e uma participação em seu sucesso.
A perspectiva de recompensas futuras vinculadas ao desempenho da empresa pode motivar os funcionários a darem o melhor de si e a investirem em seu desenvolvimento profissional;
Alinhamento de interesses - A oferta de parceria aos funcionários alinha seus interesses com os da empresa. Como proprietários, os funcionários são incentivados a contribuir para o sucesso da empresa, impulsionar o desempenho e priorizar a sustentabilidade de longo prazo.
Mentalidade de dono- A parceria com os funcionários promove um senso de propriedade e responsabilidade entre os membros da equipe. Quando os colaboradoes têm participação no negócio, é mais provável que se apropriem de seu trabalho, demonstrem iniciativa e contribuam ativamente para atingir as metas organizacionais.pp_amp_intext | /1034847/FOLHA_VITORIA_AMP_04
Desenvolvimento de uma cultura forte - A parceria entre funcionários pode influenciar a cultura organizacional ao promover a colaboração, o trabalho em equipe e um senso de propósito compartilhado. As parcerias geralmente promovem um processo de tomada de decisão mais inclusivo, em que os funcionários se sentem capacitados a contribuir com ideias e perspectivas que impulsionam a inovação e o crescimento.
Pessoas como ativo mais importante da organização - Quando pensamos em qualquer empresa, é inegável considerar que as pessoas estão entre os seus principais ativos. Afinal, são elas que fazem o negócio girar, e sem a sua participação, a possibilidade de sucesso seria extremamente irrisória – para não dizer nula.
Peter Drucker, considerado o pai da administração moderna, enfatiza isso em seu livro “Management Challenges for the 21st Century”, de 1999, dizendo:
“Os ativos mais valiosos para uma empresa do século XX eram seus equipamentos de produção. Os ativos mais valiosos de uma instituição do século XXI, seja ou não uma empresa, serão seus trabalhadores de conhecimento e sua produtividade.”
É importante reconhecer que a transição para um modelo de gestão Partnership não é isenta de desafios. Requer uma mudança cultural profunda, no qual a confiança, a comunicação aberta e o respeito mútuo são cultivados e sustentados ao longo do tempo.
Além disso, exige um compromisso genuíno por parte da liderança em abandonar velhos hábitos e abraçar uma mentalidade de aprendizado contínuo e adaptação.
Em última análise, o modelo de gestão Partnership representa não apenas uma mudança na forma como as organizações são geridas, mas também uma transformação fundamental na maneira como pensamos sobre trabalho, liderança e colaboração.
À medida que navegamos por um futuro cada vez mais complexo e interconectado, esse modelo colaborativo surge como um aliado estratégico alternativo, capaz de alavancar os resultados das companhias e promover crescimento sustentável a longo prazo.
*Este texto expressa a opinião do autor e não traduz, necessariamente, a opinião do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças do Espírito Santo.pp_amp_intext | /1034847/FOLHA_VITORIA_AMP_06