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Artigo IBEF-ES

A era da impaciência: o impacto do curto prazo nos investimentos

Para os investidores, o foco no longo prazo é mais importante do que nunca. É fundamental resistir à tentação de reagir a cada nova informação ou tendência

IBEF-ES

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Foto: Freepik
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*Artigo escrito por Zeller do Valle Bernardino, sócio da Valor Investimentos e membro do Comitê Qualificado de Conteúdo de Economia do IBEF-ES.

Nos últimos anos, a mudança no comportamento dos investidores tem sido notável, refletindo uma crescente impaciência e um foco exagerado em resultados de curto prazo. 

Essa tendência, impulsionada pela rápida disseminação de informações nas redes sociais e pela facilidade de acesso a plataformas de investimento, está levando a decisões precipitadas e, muitas vezes, prejudiciais ao mercado financeiro e aos próprios investidores.

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No século XX, os investidores americanos mantinham suas ações, em média, por 8 anos. Esse período longo permitia que eles atravessassem as oscilações do mercado sem perder de vista seus objetivos de longo prazo. Hoje, essa média caiu drasticamente para apenas 6 meses. 

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Essa mudança reflete não apenas uma alteração na dinâmica do mercado, mas também uma transformação cultural: vivemos uma era em que a paciência e a espera são cada vez mais raras.

As redes sociais desempenham um papel central nesse fenômeno. Plataformas como X (ex-Twitter), Facebook e Instagram fornecem informações em tempo real, muitas vezes sem filtros, criando um ambiente em que as pessoas se sentem pressionadas a reagir rapidamente. 

Essa constante exposição a notícias, análises e opiniões pode levar investidores a tomarem decisões impulsivas, muitas vezes baseadas em manchetes sensacionalistas ou em tendências momentâneas. 

Além disso, a cultura do “tudo agora” promovida pelas redes sociais reforça a ideia de que o sucesso deve ser imediato, o que é incompatível com os princípios de investimento de longo prazo.

O filósofo Zygmunt Bauman, em sua teoria da “modernidade líquida”, argumenta que vivemos em uma sociedade caracterizada pela fluidez e pela instabilidade, na qual relações, valores e compromissos são cada vez mais efêmeros. 

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Essa “liquidez” se reflete claramente no comportamento dos investidores modernos, que se mostram incapazes de manter suas posições por tempo suficiente para que os investimentos amadureçam e gerem retornos significativos. 

Em vez disso, a busca por gratificação instantânea leva muitos a venderem ações durante quedas momentâneas e a comprarem quando os preços já estão em alta, o que geralmente resulta em perdas financeiras.

Esse comportamento impulsivo contrasta com a abordagem dos grandes investidores, que entendem a importância de uma visão de longo prazo. 

Warren Buffett, por exemplo, é conhecido por sua paciência e capacidade de manter suas posições durante crises, confiando no valor intrínseco de seus investimentos. 

Esse tipo de disciplina é essencial para evitar as armadilhas do mercado e garantir retornos consistentes ao longo do tempo.

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Para os investidores, o foco no longo prazo é mais importante do que nunca. É fundamental resistir à tentação de reagir a cada nova informação ou tendência que surge nas redes sociais e lembrar que os verdadeiros retornos vêm com o tempo. 

O crescimento composto, a seleção de empresas com fundamentos sólidos e a capacidade de ignorar as flutuações de curto prazo são os pilares de um investimento bem-sucedido. 

Como Bauman sugere, é preciso resistir à “liquidez” da modernidade e adotar uma postura mais sólida e persistente no mundo dos investimentos.

*Este texto expressa a opinião do autor e não traduz, necessariamente, a opinião do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças do Espírito Santo.


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